AS MARVELS (Avaliação 3/5 - Bom!)
Novo longa da Marvel traz trio de heroínas, mas não atende
requisitos básicos para a construção de uma boa obra. Vamos a
análise!
Com o objetivo de ligar as histórias de ‘Monica
Rambeau’ (Teyonah Paris), ‘Kamala Khan’ (Iman Vellani) e ‘Carol
Denvers’ (Brie Larson), nova produção do UCM tenta unir as
personagens relacionadas em um único arco, trazendo ‘Monica’ de
WandaVision, ‘Kamala’ de Ms. Marvel e ‘Carol’ de Capitã
Marvel, onde vai mostrar como e o porquê elas estão
interconectadas. Só que o que seria um grande acerto se tornou em
uma enxurrada de problemas técnicos que levaram este longa a marca
de uma produção bem aquém daquelas que nos acostumamos a ver do
estúdio. Com honestidade, as atrizes se esforçam e interagem muito
bem em cena juntas - falo sobre isso um pouco mais adiante -, todavia
parece que roteiro, diálogos, continuidade e outros fatores foram
deixados totalmente de lado pelos produtores e pela direção. Além
do filme ser muito curto, ele claramente se demonstra como um produto
feito sem muito capricho. Vamos destrinchar sobre todos esses fatores
– bom e ruins – nos parágrafos abaixo.
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Trio de protagonistas: ótima interação. |
Um roteiro básico demais. Embora saibamos que a simplicidade ou a
complexibilidade do roteiro não seja sempre um fator determinante
para uma grandiosa película, sabemos sim que ele cumpre papel
essencial na construção da narrativa e no aprofundamento dos
personagens. Logo, se estamos falando de uma saga de filmes nos quais
eles precisam se encaixar para fazer sentido, o roteiro é peça-chave
para tal. Porém o que foi apresentado em ‘As Marvels’ não
condiz com uma história que realmente traga alguma transformação
ou mudança real de paradigma de cada uma das protagonistas. Veja,
elas tem de se unir contra um mal maior e entender que estão
correlacionadas umas com as outras. Mas, como já disse,
anteriormente, o tempo curtíssimo do filme – aproximadamente uma
hora e quarenta minutos – não faz nem um pouco jus a esse
tratamento que todas elas precisariam para serem realmente uma equipe
mais podada, por assim dizer. Diálogos muito rasos e pouco tempo
para subtramas mais pessoais atrapalharam e muito um desenvolvimento
mais justo e humanizado de todas. E se existe uma coisa que eu sempre
digo aqui e que não gosto é de filme corrido, mais ainda quando tem
muitos protagonistas em cena. O corte final tem sempre de estar
alinhado as necessidades que advém com a trama do filme. Se não for
assim, não funciona.
Atrizes talentosas mal aproveitadas. O
trio de protagonistas é composto por uma ganhadora do ‘Oscar’
(Brie Larson), uma atriz muito boa (Teyonah Paris) e outra super
carismática (Iman Vellani). E é perceptível que elas tentam o
tempo todo da produção se esforçarem ao máximo com o texto que
lhes fora concedido. E o que se comprometem a fazer o fazem muito
bem. Tanto que as cenas de luta em que a três tem de estar juntas ou
estar trocando de lugar umas com as outras são a melhor parte do
filme. Foram muito bem produzidas e coreografadas. Principalmente as
do início do filme, quando elas ainda estão confusas com as trocas
advindas de seus poderes. É um deleite visual as três nessa parte.
E isso poderia ser melhor aproveitado com uma carga mais profunda de
diálogos. Tudo é explicado tão as pressas que não há tempo hábil
para as atrizes se entregarem mais a seus papéis. O que é talvez um
dos maiores equívocos ao meu ver: trazer pessoas tão capazes de
brilhar em cena que infelizmente não puderam por não terem ajustado
melhor seus espaços e tempos de tela. E ainda salta-me dizer da vilã
‘Dar-Ben’, vivida pela atriz Zawe Ashton. Concederam-lhe
motivações tão sem graças e conversas tão pífias que ela deixou
de ser uma grande ameaça para se tornar mais uma antagonista
genérica e mal adaptada. Percebe-se todo esforço para não chegar a
lugar algum. Afinal, uma personagem como ‘Capitã Marvel’ - com
mais duas aliadas ainda -, deveria ter ao menos alguém que fizesse
jus a força das três juntas. Mas o que nos foi entregue foram
excelentes cenas de ação com muito pouca substância. Uma pena
realmente.
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Samuel L. Jackson retorna como Nick Fury. |
Sempre entrego algo aqui sobre os efeitos com os óculos 3D de cada
filme – quando eles possuem essa opção. E o que posso dizer desse
é que mais uma vez opta-se pelo razoável ao invés do muito bom.
Começa apresentando uma abertura legal na tecnologia e aos poucos
vai deixando o público de lado com raros ou quase nenhum efeito. E o que torna a experiência de assistir o filme assim é justamente você pagar para ter
a imersão da melhor forma e qualidade possível. Mas aqui, querido leitor, fica
bem ao seu cargo. Se curtir o efeito, vá. Se não, pode deixar
passar dessa vez.
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO!
“As Marvels” tem ótimas atrizes com personagens de diferentes e
excelentes nuances e características, com ótimas tomadas de ação
e boa fotografia – que contribui bastante para o visual das cenas
de luta. Mas as coisas já desandam começando pelo erro de
continuidade – e aqui falo sobre. O longa se passa antes da série
‘Invasão secreta’ e causa uma extrema confusão no espectador
que vê a série para depois assistir a película. Eu mesmo tentei
entender algumas correlações e só consegui porque percebi que o
filme é anterior a série. Um vacilo da Marvel no calendário das
estreias e um ‘balde de água fria’ para aquele que acompanha
esse universo compartilhado. Se você não acompanha o UCM ou não
conhece as personagens e atrizes do filme, talvez esse longa não
seja para você. Porém se gosta das protagonistas e das atrizes,
acredito que irá aproveitar melhor a produção. Para esses acredito
que valha sim o ingresso!
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