sexta-feira, 9 de julho de 2021

Filmes

 VELOZES E FURIOSOS 9 (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)

 Com uma dinâmica cada vez menos realista e cada vez mais voltada para o heroísmo, novo filme da franquia convence, diverte, mas dá alguns sinais de desgaste. Vamos a análise! ^^
 Seja sincero: como não amar (ou odiar, como queira) um franquia que está em seus longevos 20 anos mais de existência e que a cada novo filme seus lucros só crescem? Tornar um filme que começou tímido, como um ‘duelo de carros tunados’ em uma das maiores e mais bem remuneradas experiências da atualidade não é para qualquer um não. A bem da verdade, os projetos foram mudando muito de uns 4, 5 longas para cá e perdeu um pouco a ‘cara original’ que ele tinha. Mas, por outro lado, se isso fez com que a franquia decolasse, porque não mexer não é mesmo? E para os roteiristas Chris Morgan e Gary Scott Thompson, que tem dividido essa tarefa já de longa data, mudar não só ressignificou a franquia como também deu ‘status’ de grande produção a mesma. Dwayne Johnson, Jason Stathan, Charlize Theron são alguns dos grandes nomes do elenco estelar que passou ou estão passando pela mesma. A renovação deu tão certo que, além do elenco principal, pagar cachês enormes tem retornado bons resultados para a Universal. E você pode estar se perguntando: o que essa leva de filmes tem que a torna tão longeva? Eis que mais uma vez tentaremos destrinchar abaixo.

Vin Diesel e Michelle Rodriguez: ótimo casal!

 Acho que o primeiro e mais importante ponto a se destacar é o fato de que o roteiro não faz questão de ser enxuto, coerente ou massivamente realista. Em todo o tempo que o filme dialoga com o espectador ele não quer em nenhum segundo se mostrar com os pés no chão. Ele ri de si mesmo e produz situações sobre-humanas que fazem certos heróis ficarem com muita inveja. E é exatamente isso que o torna tão atrativo. O público já comprou a galhofa produzida pelos filmes. E como isso traz uma certa camada psicológica de gostar de ver aquilo que não se pode fazer na vida real - e a produção já percebeu e entendeu isso -, a obra funciona perfeitamente bem para o público em geral. Nada de filosofias de vida. Nem tampouco expor uma cena de ação que não destrua as leis da física. É a essência do que se chama surreal na forma mais pura da palavra em questão (rsrs).
 Segundo ponto, e creio eu não menos importante: o elenco estratosfericamente carismático. Não há como negar que a equipe de heró...ops, de corredores, tem em seus nomes pessoas com altíssimo nível de graça e presença em tela. Vin Diesel, Tyresse Gibson, Michelle Rodriguez, Ludacris entre outros nomes são fundamentais para o desenvolvimento da história e da narrativa. A grande ‘família Toretto’ tem enorme entrosamento em cena e a química entre eles é de excelente a quase natural, visto que todos ali são amigos e convivem no ‘set’ de filmagens já há anos. Daí adicionam-se outros bons nomes de peso e então temos a fórmula ideal do sucesso de uma franquia.

Irmãos de sangue em lados opostos.

 E mesmo assim isso faz com que o nome ‘Velozes e furiosos’ não se desgaste? É claro que não. Após nove filmes e um ‘spin-off’ (filme derivado que não faz parte da saga principal), você já consegue ver a fórmula sendo desacelerada, por assim dizer. E isso me fez notar pelas duas horas e quase trinta minutos de projeção. Mesmo com as motivações do irmão de Dom, Jakob (vivido pelo ator John Cena), sendo bem explicadas por sinal, e o furo de roteiro do reaparecimento do personagem Han (vivido pelo ator Sung Kang) ser sumariamente tapado, as características da série de filmes que o tornaram um sucesso comercial já começam a ver a necessidade de uma ligeira revisão. Não que não sejam divertidas. São sim. Mas já demonstram certo cansaço visual pela massiva repetição das peripécias incansáveis dos personagens. Se por um lado isso se sustentou bem durante os filmes anteriores que buscaram essa visão, a partir de agora já necessita de uma certa complementação. Talvez se o filme fosse um pouco mais enxuto isso já seria um bom começo. ^^
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! Ainda tendo a franquia alguma ‘lenha’ para queimar – se souber se reinventar, “Velozes e Furiosos 9” se sustenta pelo seu vasto, longevo e carismático elenco e pela sua trajetória de ascensão que levou seu nome ao topo das franquias mais bem sucedidas da história. Uma marca que não se pode negar que é impressionante. Mesmo já se desgastando um pouco, os números de bilheterias ainda darão uma sobrevida por um bom tempo a mesma. De todas as formas, acredito que o filme ainda diverte e vale muito o ingresso sim!


domingo, 4 de julho de 2021

Bíblia

REFLEXÃO BÍBLICA

 "'Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?', diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel" Jeremias 18.6
 O Pai sabe como trabalhar. E no texto em apreço Ele compara seu povo a um vaso de barro. E não é vã essa comparação. Sabemos que um vaso desse material, para ganhar forma, precisa de argila amolecida, água, das mãos e da técnica do oleiro para produção dos mais belos moldes desses recipientes, que decoram nossas casas com charme e muita elegância quando bem trabalhados. Vendo essa analogia do nosso Deus, podemos facilmente perceber, pelo próprio contexto bíblico, que somos como esses vasos, pois fomos formados do pó, como descrito em um outro texto bíblico. E o nosso Senhor é o grande Oleiro, que nos molda, mediante a prática da Sua Palavra, conforme Sua soberana vontade. Aqui começa o entendimento espiritual, meu querido irmão: quando Deus nos "molda", Ele trabalha em nós, ou seja, forja nosso caráter em Cristo através das dificuldades, pelejas e perseguições. Ele "quebra" o velho homem, "amolece" a "argila" (nossa dureza de coração), molha com água para ajudar a dar forma (rega com a "água viva", que é a Palavra de Deus), e usa a Suas poderosas mãos para dar nova forma (ou seja, nova vida) àquele que se submete aos desígnios dEle para, no fim, te fazer um "vaso" belo e vistoso. Meu amado, deixa Deus te moldar! Ele ainda está te construindo para ser um ser humano melhor, um cristão melhor, um cidadão melhor. E nessa construção Ele tem te preparado não somente bênçãos aqui nesta terra, para desfrutares mediante a aprovação dEle, mas um lugar separado no Céu também. E a canção que complementa hoje nossa mensagem é a belíssima "Deus está me construindo - Fernanda Brum". Reflita nessa mensagem, ouça essa linda canção e seja abençoado em nome de Jesus!


sexta-feira, 25 de junho de 2021

Filmes

 NETFLIX: A FAMÍLIA MITCHELL E A REVOLTA DAS MÁQUINAS (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)

 Longa produzido pela Sony Pictures Animation e lançado em 30 de Abril na Netflix é, além de divertido, cativante e convence pelo todo. Vamos a análise!
 Filmes animados sobre famílias heroicas certamente você já deve ter visto alguns. Mas, e quando é uma família totalmente sem jeito e desengonçada? Assim são os ‘Mitchells’. Pessoas completamente diferentes convivendo em um mesmo lugar tendo que lidar com o que podemos chamar de o ‘apocalipse das máquinas’. Mas há algo de muito valioso nesse longa e a mensagem que ele passa é interessante e chamativa. Vejamos o porquê em partes abaixo.
 Em uma primeira vertente de análise, falando sobre a família que protagoniza o filme (afinal, são 2 camadas que compõem a trama, uma em escala global e outra mais intimista, dentro desse seio familiar), podemos categoricamente dizer que há várias situações facilmente identificáveis por vários tipos de público: o pai ‘a moda antiga’, que tem dificuldades em lidar com tecnologia e se incomoda com todos usando dispositivos sem parar. A mãe, mediadora da família, lidando com os impasses que pai e filha adolescente tem de travar por serem de épocas diferentes basicamente. A dita filha adolescente, cujos sonhos e anseios são incompreendidos pelo pai (e por isso as discordâncias). E o caçulinha da casa, com sua personalidade em formação. E tudo isso chama a atenção justamente pelo rico desenvolvimento desses personagens. Antes incompreendidos entre eles, chamam para si as responsabilidades quando tem de enfrentar um inimigo em comum. E mostram a necessidade de ter de aprender a lidar com as diferenças de cada um com respeito e amor. E essa sub-trama, por assim dizer, revela que, como seres diferentes uns dos outros, devemos sempre procurar equilíbrio no respeito mútuo e na compreensão alheia, pois nunca sabemos a hora em que realmente precisaremos uns dos outros. Achei isso muito bem retratado no longa e traz justamente essa reflexão sobre família: pessoas muito diferentes e imperfeitas convivendo juntas que tem de somar esforços para se respeitarem e se olharem como indivíduos únicos. E quando isso não acontece, as rupturas familiares acabam ganhando força e desfazendo vários desses núcleos. Ótima contextualização sobre questões tão delicadas e, ao mesmo tempo, tão pontuais e importantes. ;)

Família complicada e engraçada. rsrs

 Tratando agora da segunda vertente que, na verdade, compõe a trama principal. Somos tão obcecados por tecnologia nos dias atuais que nem nos damos conta que por vezes, esquecemos do mundo exterior e nos ligamos profundamente aos dispositivos. Só isso já traz uma bela reflexão sobre como anda nosso comportamento hoje em dia. Esquecer um celular, perder ou coisas do tipo nos deixam certamente de ‘cabelo em pé’. A verdade é que estamos ‘presos’ de certa forma a um sistema que ao mesmo tempo que nos conecta, nos limita. E isso pode ser visto claramente quando da revolta das máquinas, as pessoas simplesmente ficam desesperadas por perderem o ‘wi-fi’ (sinal da rede ou internet, como queiram). Aliás, é aqui que a trama principal brilha: e se por acaso a sua máquina, por se sentir inútil ou obsoleta, resolver se voltar contra você? Ou talvez, quem sabe, contra a humanidade? Um dispositivo inteligente de conversação (tipo ‘alexa’, só que em forma de aplicativo de celular) se sentiu afrontado e desiludido por ser ‘trocado’ por outro mais robusto e em forma de robô, que decide usar sua inteligência artificial para controlar esses novos e assim, destruir a humanidade por ter sido sumariamente ‘abandonado’. E é a partir daí que se deslancham cenas das mais variadas e cômicas possíveis, onde atos de heroísmo são misturados com cenas pra lá de engraçadas, insanas e surreais de ação e mescladas com o desenvolvimento da sub-trama tratada no parágrafo anterior. O resultado disso é uma animação competente, divertida - com vários clichês, obviamente -, mas que funciona como ‘alívio’ e ‘alerta’ para uma sociedade de consumo que só vive em seus dias conectada. Uma maneira leve e interessante de repensarmos para onde nossas ações e escolhas podem estar nos levando, ou seja, para uma desconexão total do mundo a nossa volta. Muito bem sacada essa narrativa!

E se as máquinas se voltassem contra nós?

 Criada e concebida pela mesma equipe que trabalhou em “Homem-Aranha no Aranhaverso”, pode-se perceber a qualidade e a fluidez da animação no traço característico que deu o Oscar de ‘Melhor Animação’ de 2019 ao ‘Cabeça de teia’. Muito rica, detalhada e colorida, ela encanta justamente por mesclar ações não só com palavras, mas visuais, produzindo uma maior ênfase em determinadas cenas, o que faz destacar e dar uma maior interação da situação ocorrida no momento. Acho o estilo artístico desse conceito muito bacana e, se bem utilizado, pode elevar e muito a evolução dos acontecimentos narrados como um todo. Parabéns a equipe de animação! :)
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! A mistura conceituando os atuais vícios de tecnologia com dilemas familiares são o que compõem essa deliciosa e qualificada combinação em forma de sétima arte. “A família Mitchell e a revolta das máquinas” traz todas essas questões com leveza e coerência para as telas e tanto encanta quanto satisfaz pela forma ágil e, ao mesmo tempo, divertida com a qual aborda tais assuntos. Se curtes animação, podes assistir que é certeira para você, caro leitor. Vale demais dar uma conferida! ;D


segunda-feira, 14 de junho de 2021

Filmes

 DISNEY PLUS: CRUELLA (Avaliação 5/5 - Excelente!)


 Longa apresentando a história de mais uma vilã da Disney convence, diverte e mais uma vez atesta a maestria da ‘Casa do Mickey’ em produzir bons roteiros. Vamos a análise! ^^
 Personagem recorrente da franquia ‘101 Dálmatas’ como antagonista dos famosos cachorrinhos, ‘Cruella’ ainda não havia recebido esse tipo de atenção outrora, de ser posicionada como centro das atenções da sua própria história. Nunca antes contada, o magnifico roteiro vai abordar, de uma forma brilhante, toda a trajetória desde a infância e mostrar em um texto cheio de reviravoltas interessantes, os motivos pelos quais a personagem se tornou o que conhecemos desde então. Começando pelo seu impecável figurino até todas as camadas psicossociais que remontam a personagem, tudo parece estar muito bem alinhado em uma muito rica trama que se desenvolve de forma ascendente e cria mais uma vez a enorme empatia do espectador com a antagonista, justamente por conta das várias camadas de construção de sua personalidade e transtornos que ela passou durante toda sua vida.
 Por vezes escolher um ator/atriz para algum papel pode exigir certos esforços para buscar equilíbrio entre o que pode dar certo e o que realmente vai acertar. E a escalação inequívoca de Emma Stone não só corroborou para o filme ser o que é, como também atestou o esmero e cuidado da atriz em interpretar a famosa vilã. Indiscutivelmente carismática em tela, transborda simpatia e esbanja talento em uma atuação que, de tão bem pontuada, pode lhe render até mesmo uma indicação ao Oscar 2022. E não estou sendo modesto. Ela impressiona durante toda a projeção impondo uma carga dramática a personagem de forma fluida e consistente e até mesmo quando precisa de algum fôlego para as cenas cômicas, tudo permanece em perfeito equilíbrio, alinhado a exuberante forma de como a história é contada. E o que quero profundamente expressar aqui é o quanto tudo, absolutamente tudo – roteiro, trilha sonora, figurino, efeitos – funciona de forma extremamente conectada e alinhada em toda a engrenagem do filme. Você sente que a atriz faz a personagem evoluir ao longo da trama. E o conjunto da obra é o que mais contribui para isso. Magnífico!

Emma Stone: formidável!

 E como toda engrenagem que se preze precisa realmente estar em perfeito funcionamento, o roteiro, conforme já citei anteriormente, consegue elevar o patamar da atuação de Emma. Gostaria de saber como funciona a seleção para roteiristas da Disney, pois creio que devem ser através de rigorosos critérios. A arte de se escrever um bom roteiro que faça o filme e os personagens alavancarem não é tarefa nada fácil. Mas cada ato em ascensão, cada diálogo bem colocado, cada drama bem apresentado, além de fazer com que o espectador se prenda a história, faz também com que tanto o protagonista brilhe quanto seus coadjuvantes e até seus antagonistas. E isso se reflete muito bem nos coadjuvantes ‘Horácio’ (Paul Walter Hauser), ‘Jasper’ (Joel Fry) e ‘John’ (Mark Strong). Se o brilhantismo de Emma é evidenciado pelo bom roteiro, esses três coadjuvantes brilham também tanto em atuação quanto em construir a história e o caráter da personagem. São maravilhosos também em tela e fazem exatamente, ao meu ver, o que um bom coadjuvante deve fazer: contribuir para a construção e evolução da trama principal. E os três atores fazem isso muito bem também, assim como a poderosa antagonista dessa história.
 Dizem que todo protagonismo em um filme é elevado quando se tem um opositor a altura. E a ‘Baronesa’ de Emma Thompson não só enriquece a trama como transborda em charme e vilania. É a perfeita junção de uma atriz renomada com a força do papel que lhe fora oferecido. É poderosa. autoritária, imponente, arrogante e perspicaz. Faz um belo arquétipo da protagonista antes dela se transformar de fato em quem ela é. E sem dúvidas de mesmo modo esbanja talento e bagagem profissional, depositadas com esmero na incômoda personagem.

A excelente antagonista 'Baronesa'.

 Não poderia deixar de destacar aqui a harmoniosa trilha sonora, situada nos anos de 1960/70 e que refletem toda a ambientação da película, destacando cenas, criando conexões magníficas e interações mágicas entre os personagens. Inclusive impondo dramaticidade na abordagem de temas como dualidade, abandono e transtornos de personalidade, inerentes a personagem principal. É como disse, tudo nessa película é simetricamente bem empregado e faz jus ao grandioso legado Disney de qualidade de suas obras. ^^
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Seja pelo majestoso roteiro, ou pelas excelentes atuações, “Cruella” reproduz mais uma vez o quão cuidadosa a ‘Casa do Mickey’ é em relação as suas propriedades intelectuais. A sinergia diante de um conjunto tão bem alinhado em mais um projeto tão ousado, por destacar e humanizar mais uma de suas vilãs, pode ecoar sim em alguma indicação (ou algumas indicações) ao Oscar 2022. Se és fã dos filmes da Disney, vá certeiro pois é diversão garantida. Vale muito o ingresso!


quarta-feira, 9 de junho de 2021

Filmes

 HBO MAX: MORTAL KOMBAT (Avaliação 3/5 - Bom!)


 Com seus prós e contras, reboot da famosa franquia de jogos alcança o feito de divertir sem ser plenamente convincente. Vamos a análise! ^^
 A franquia de jogos de luta ‘Mortal Kombat’ se revelou pela primeira vez ao mundo no ano de 1992, com dinâmicas extremamente sofisticadas para época. Com combates realistas e mecânicas inovadoras, foi um grande sucesso de público e crítica, acumulando algumas belas polêmicas também. Justamente por conta do seu contexto, onde lutadores criados digitalmente (através de pessoas reais) digladiavam até a morte em busca de ser o grande campeão do torneio de mesmo nome, fizeram com que vários órgãos fiscalizadores daquele período se levantassem em prol de uma legislação mais rigorosa para os games. Sim, foi por causa desse game que foi criado os limites de faixas etárias nos EUA para procurar manter o eixo entre o que se podia considerar adulto ou não.
 Mas nem todas as polêmicas que o game abraçou fizeram ele deixar de ser o sucesso que foi e que ainda é. Tanto que ainda na década de 90 foram lançados 2 filmes em sequência (sendo o primeiro o melhor deles e o mais relevante até hoje) e vários outros produtos que tornaram a marca em uma das mais fortes do mercado de games. Embora a empresa que criou o game não soube administrar de forma coesa o que ela tinha em mãos e embarcou em diversos jogos (principalmente após o MK4 em diante) que não foram tão bem e oscilavam muito em qualidade, era o nome da franquia que ainda se sustentava no mercado. Até que, após um hiato, a Warner, que estava já interessada em entrar no mercado de games, convida os criadores do jogo original para trabalharem em sua divisão de jogos, onde encontraram o espaço necessário para fazer o game se tornar novamente tão relevante quanto ele havia sido no início. Chega as prateleiras em 2011 o MK9 com uma total reformulação visual, porém mantendo as antigas mecânicas que fizeram dele grande e o game voltou ao topo novamente no quesito relevância e hoje é mais uma vez um dos destaques no mercado. E é aí que entramos em definitivo para falar do reboot da franquia nos cinemas, pois todo esse passeio sobre um pouco da história de MK era necessário para se situar esse filme de 2021, já que ele foi lançado justamente pela Warner.

Liu Kang e Kung Lao.

 Já havia rumores sobre a produção desse filme há tempos, porém sua falta de informação chegou a parecer que o mesmo nunca iria sair. Mas agora ele já está entre nós e posso dizer que como um pouco conhecedor da franquia, o misto alegria pelo ótimo fan service e o roteiro adaptado para inserir um personagem que não existe em nenhum dos jogos me fez ter reações em extremos opostos. Vibração e frustração me acometiam a cada novo instante e a cada nova cena que faziam, pois como disse lá no início, vi prós e contras, dos quais agora posso destacar aqui para vocês, queridos leitores.
 Como fã de games, não pude deixar de perceber o cuidado em manter a caracterização dos personagens muito bem feita. A escolha dos atores (mesmo com o baixíssimo orçamento para o filme) em sua maioria foram satisfatórias e souberam apresentar seus lutadores de forma digna. Os detalhes que identificam cada um em seus figurinos me trouxe boas lembranças dos jogos, e é isso que um bom fan service tem de ter.
 Os efeitos especiais, mesmo para o baixo orçamento, também ajudam e muito nessa caracterização. São simples, porém são muito bem posicionados e colocados na hora correta e da maneira mais adequada para cada um dos lutadores, fazendo com isso um grande trabalho de manter a identidade visual de cada um intacta. Os golpes, as magias, os ‘fatalities’ e tudo mais que cerca esse universo estão lá com certo esplendor e com um toque de fidelidade até de certa forma alto. Realmente nesse quesito puseram tudo em seu devido lugar para os fãs mesmo. O que faz a comunidade gamer ser grata por isso. ;)
 Outro ponto que produz vida na película são as coreografias de luta. Muito bem executadas e pontuadas (até porque alguns ali que protagonizam o filme são dublês para cenas de luta e ação mesmo), fazem-nos contemplar diversos bons momentos de confrontamento em tela. E mais uma vez contribuindo para a identidade visual de cada um deles, pois os estilos de luta foram preservados em cada um dos personagens e ajudaram também para a produção do fan service. ^^


Lord Raiden.

 Mas o grande antagonista desse filme não é exatamente seu principal vilão, Shang Tsung (bem interpretado pelo ator por sinal), e sim o roteiro adaptado desse longa. Criado para inserir o protagonista Cole Young, que nunca apareceu em nenhum dos games, trouxe a mim a sensação de que queriam empurrar goela abaixo do espectador e do fã algo que ele não exatamente gostaria. O primeiro ato do longa é muito bacana, inclusive contando com boas cenas a rivalidade dos clãs de Scorpion e Sub-Zero. Porém é ao apresentar Cole que o longa, ao meu ver, desanda na história. Sem o carisma que vários protagonistas da franquia tem, ele não funciona no contexto, não cria empatia com o público e é conectado a um personagem extremamente importante de uma maneira que não faz nenhum sentido. Ele ganha um protagonismo totalmente sem brilho (sendo que a franquia tem, além do Liu Kang como principal, outros que facilmente brilhariam tranquilamente com o protagonismo, como o caso de Raiden, por exemplo). E nesse ponto é meio decepcionante ver em como os produtores/roteiristas transformam a obra original em uma gama de tramas distintas só pela alegação de ‘alcançar um público que seja fora dos games’. Esse é um argumento que não faz sentido quando se tem uma franquia com um nome forte o suficiente para se sustentar em tela sozinha. O público já iria pela marca (que vende milhões nos games e tem peso na indústria) e não havia nenhuma necessidade de ‘complementação’. E digo: a história que foi contada e a trama não foram de todo ruins e seriam perfeitamente plausíveis para o público geral (até a ideia de se ter o símbolo do torneio no corpo passava batido – isso não existe nos games também). Mas é como eu disse em algum outro ponto desse texto: vibração e frustração bateram e oscilaram muito forte por isso. Lamentável.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Mesmo com um roteiro não tão convincente (muito pela ideia de um desconhecido protagonista e de insistentemente se focar nele, deixando os do jogo um bocado de lado), “Mortal Kombat” tem sim seus méritos e encantos pelo seu visual funcional, suas cenas de luta intensas e bem marcadas, seus ótimos figurinos e, no caso do Brasil, pelo ótimo trabalho na dublagem, que soube fazer muito bem seu dever de casa. Se é um ávido fã da franquia e de sua história, vá preparado, pois será uma mistura mesmo de sensações. Mas, no geral, acredito muito que o quesito diversão acabe por ser o fator que possa agradar. Se conseguir curtir o todo, vale sim o ingresso!



quarta-feira, 2 de junho de 2021

Bíblia

 REFLEXÃO BÍBLICA

 "Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou." Romanos 8.37
 Nenhum tipo de sofrimento é deveras bom. Mas com certa coerência e humildade podemos extrair algumas joias preciosas acerca de cada momento ruim que vivemos. Se entendermos o que Cristo sofreu e nos aperceberemos que aqui também teremos aflições, você verá que toda aflição que Ele permite tem por finalidade nosso aperfeiçoamento enquanto ser humano aqui neste terra. E não. Ninguém quer sofrer. É incômodo. É penoso. Por vezes, muito doloroso. Mas a pergunta que fica é: o que você tem extraído de bom em meio as suas dores e guerras? Será que consegues entender e enxergar que raízes danosas Deus quer arrancar de você? As vezes pode ser uma vaidade. As vezes pode ser orgulho bobo. As vezes, nem um nem outro. Deus só está trabalhando e permitindo para manifestar a glória e o milagre dEle sobre a sua vida. Seja qual for a razão, querido de Deus, nunca pare de lutar. A dor por vezes nos causa tanto desespero que desencadeia reações em nós que beiram a irritação, a insatisfação e a ansiedade. Mas nosso Deus, muito antes dessa peleja começar, já sabia disso em mim e em você. Já contemplava suas reclamações, já via no horizonte teu choro, já preparava o consolo e Sua gigantesca compreensão e amor. Ei querido, sei que por vezes a dor é tamanha que quer de verdade nos fazer parar, mas como diz o texto em apreço, 'em todas essas coisas somos mais que vencedores' em Cristo Jesus, pois quando você consegue passar por tudo e vencer, uma etapa foi cumprida, o amadurecimento transparece, sua vida continua de pé na presença dEle e o amanhecer floresce na sua vida. Pense nisso. Mas pense com carinho mesmo, pois toda dor vivenciada em Cristo passa. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é a emocionante versão de "Nunca pare de lutar - Ludmila Ferber/Eyshila". Seja tocado pelo Espírito nessa releitura em belíssima interpretação dessas abençoadas cantoras e medite na palavra aqui forjada no Céu e ministrada sobre a sua vida. Que Deus te abençoe em nome de Jesus! 


sexta-feira, 21 de maio de 2021

Bíblia

RFLEXÃO BÍBLICA

 "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te'' Apocalipse 3.19
 Muito se fala hoje em dia sobre o amor. E muito se questiona sobre as formas de amar. Só que na reflexão de hoje perceberemos que o verdadeiro amor traz correção e vida. Quando corretamente nos posicionamos a corrigir rotas, estamos de fato crendo no amor. E é exatamente isso que o próprio Cristo está dizendo no texto em apreço. Quando Ele diretamente nos repreende ou usa alguém, de forma sábia, para nos repreender (digo sábia porque 'repreensão' sem conhecimento de causa, simplesmente por 'achismo', não é repreensão, é julgamento), e entendemos que estamos sendo corrigidos, percebemos o quanto Deus nos ama. Parece meio paradoxo não é mesmo? Mas entenda: aquele a quem Deus tenta corrigir e não aceita, ou mesmo aquele que sequer Deus corrige mais estão fadados ao fracasso. Sabe por quê? Se o Pai sempre encontra resistência ou já não chama mais a atenção, é bem provável que Ele mesmo já os deixou. E não existe coisa mais tenebrosa, ao meu ver, do que o Senhor não palestrar mais com o ser humano, por Deus estar vendo que o homem não vai mais O escutar. Ei querido, tenha um coração sensível a voz do Senhor em sua vida. Todas as orientações que vem do Céu, principalmente as correções de rotas, são para que você não se perca no meio do caminho. Quanto mais se endurece o coração, mais distante ficamos de Deus e de Sua voz. E mais distantes ainda ficamos da Sua misericórdia. Pense nisso. Mas pense muito seriamente mesmo, pois como o texto nos faz entender, o amor corrige. E se Ele o faz, é porque Ele te ama. Apenas 'sê, pois, zeloso e arrepende-te'. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é a lindíssima "Rafaela Pinho - Deus perdoa". Medite nesse texto e na letra dessa maravilhosa canção e seja abençoado em nome de Jesus!


segunda-feira, 10 de maio de 2021

Filmes

 JUDAS E O MESSIAS NEGRO (Avaliação 4/5 - Muito Bom!)

 Luta por direitos humanos e preconceito racial é o principal tema desta obra cinematográfica. Vamos a análise! ^^
 O ano é 1968. Um tempo de incertezas e injustiças que ficaram na memória de muitas pessoas. Nesse ano se levanta um homem de coragem, Fred Hampton e funda o Partido dos Panteras Negras. Uma resposta a sociedade americana da época, extremamente elitista, partidária e racista. A criação do grupo intenta fortalecer a comunidade negra dos EUA, mais precisamente do Estado de Illinois. Um movimento que lutava para que um mundo mais justo e mais igualitário fosse definitivamente estabelecido. O movimento começa a ganhar forma e força. E com isso, começa a trazer a desconfiança das autoridades (o FBI era formado somente por pessoas de pele branca naquele período). Até o momento que na luta por justiça e igualdade social, o próprio FBI usa um camarada negro para se infiltrar no Partido e colher informações. O desfecho é parte que muitos livros de História preferem fazer questão de esconder.

Daniel Kaluuya: Grande atuação!

 Fred Hampton, o homem por trás dessa empreitada, era jovem mas tinha um ideal muito bem definido em sua mente e seu coração: combater a tentativa de reprimir pessoas que, por conta de sua cor de pele, não tinham os mesmos direitos que outras. Ele se tornou uma ativista de respeito em seu tempo, por sua forma convicta e seus projetos bem fundamentados. Ajudava crianças de seu povo todos os dias com alimentação e ensino. Tinha visão plena de igualdade. Muito bem interpretado por Daniel Kaluuya, o ator consegue transmitir com maestria e perfeição toda a coragem e bom siso desse que só queria, de certa forma, uma sociedade melhor. Kaluuya simplesmente brilha em todo o tempo da projeção retratando parte também de sua história, porque não assim dizer (Hollywood também era muito preconceituoso com atores negros e houve por muitos anos uma enorme segregação por parte da indústria do cinema com isso) e demonstra claramente a sua competência em atuar e o motivo pelo qual ele merecidamente levou o Oscar 2021 como ‘Melhor ator coadjuvante’ nesse filme. Com alguns bons trabalhos no currículo, como ‘Corra’ (2017) e ‘Pantera Negra’ (2018), a consagração finalmente veio em 2021 com esta performance. Parabéns!
 Lakeith Stanfield também protagoniza outro importantíssimo contraponto dessa história. Ele interpreta Bill O’Neil, um jovem de 18 anos que, preso a época por ser um ladrão de carros, teve seu direito a liberdade com uma intrigante e incômoda condição: se infiltrar no Partido dos Panteras Negras e levar informações ao FBI sobre tudo o que se passava ali. Foi o grande pivô da covardia que deu fim (temporário, talvez) a justa luta de tantos que ali criam em prol de um povo tão sofrido e perseguido naquele tempo. Somente muitos anos depois foi descoberto seu envolvimento nos acontecimentos que se sucederam e através de um entrevista que dera no ano de 1989, ele conta com mais detalhes sobre o ocorrido naquele tempo e como tudo atingiu o doloroso desfecho. Aqui também o ator brilha com uma sólida interpretação de algoz e traidor de seu próprio povo. Consegue reproduzir cenas grandiosas tanto de alívio cômico (mesmo em meio aquela tensa situação) quanto momentos de confrontamento pessoal quando precisa executar o plano do FBI pra se manter em liberdade. Magnífico!

Bill (Lakeith Stanfield): traidor.

 A estética do longa reproduz de forma fidedigna todo o contexto da década de 60 com muita propriedade. A fotografia se encarrega de enaltecer os figurinos e toda ambientação e tensão dessa narrativa sem perder o foco do que realmente era o mais relevante: a dramatização de um evento histórico que contribuiu muito para que pudéssemos chegar ao que temos em nossa sociedade hoje. Talvez ainda não seja o ideal. Mas certamente trouxe uma pequena luz a um mundo que ainda é tão injusto e tão desigual.
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! Indicado também na categoria de ‘Melhor filme’ do Oscar 2021, “Judas e o Messias Negro” reproduz um cenário que se repete por muitas gerações: a de que somente com lutas conseguiremos corrigir ou, ao menos, minimizar tantas situações extremamente desproporcionais que vivemos. Prova que a batalha diária pela vida e pela igualdade é um terreno áspero que temos de fato que trilhar. Se interessa a você, querido leitor, conhecer um pouco mais da História que alguns livros não te contam, esse filme certamente vai te interessar. Vale muito o ingresso!


quarta-feira, 28 de abril de 2021

Filmes

 NOMADLAND (Avaliação 5/5 - Excelente!)


 Grande vencedor do ‘Oscar 2021’, filme dirigido pela coreana Chloé Zhao encanta pela sua narrativa profundamente filosófica. Vamos a análise!
 A premissa básica logo identificada na construção do roteiro dessa obra é confrontar o espectador sobre algo que, muitas das vezes, na correria do dia a dia, não percebemos, que é a brevidade da nossa vida e o quanto nada é muito certo nesse mundo que vivemos. O filme transborda complexidade ao nos apresentar ‘Fern’ (Frances McDormand), uma mulher que decidiu alicerçar seus pilares isolada de tudo e morar com o marido em um vilarejo oferecido pela fábrica onde trabalhava em um lugar muito distante da família, mas vê sua vida se desconstruir quando a empresa quebra e seu marido vem a falecer. Atordoada pela mudança brusca de situação, percebe que transitoriedade e relatividade são termos mais comuns do que cada ser humano pode assimilar e começa um profundo questionamento sobre a vida e determinados valores que estão impregnados no indivíduo, como observar que tipo de coisas você realmente busca em sua vida. Qual é o limite do ser humano na sua ânsia pelo ter? É justamente quando você ‘perde o chão’ que você talvez comece a notar que nada daquilo que busca ou buscou construir faz muito sentido. E é nessa veia altamente filosófica que o longa da premiada diretora se envereda e cria um ambiente reflexivo narrativo dos mais belos e profundos já produzidos.

A protagonista 'Fern' (Frances McDormand)

 ‘Vaidade das vaidades, tudo é vaidade’, já dizia o pregador Salomão em Eclesiastes. E talvez não há terminologia mais adequada para se embasar o argumento do filme. ‘Fern’ dialoga quase que o tempo inteiro lidando com a razão, a emoção e o bom senso suprimindo a dor em uma jornada nômade como ela mesma decidiu trilhar. Nada mais de buscar sonhos, nada mais de querer construir impérios. Apenas elevar o espírito e perceber as coisas simples da vida. E a estética visual criada pela diretora nos revela esse novo traço da protagonista e seu intenso contraste de sair do ‘lugar comum’ para produzir novas experiências. A direção de fotografia em muitos ‘takes’ reproduz lugares, paisagens e momentos que faz nos distanciar do fervilho da metrópole e do caos urbano para ampliação da mente na percepção de mundo. É muito interessante como o filme dialoga essa perspectiva com o público e nos faz enxergar que o caminho único e retilíneo simplesmente não existe. A ‘curva acentuada’ da nossa estrada pode aparecer e mudar todo o nosso jeito de olhar ao redor e concluir que a maior certeza que deveríamos trazer conosco é que o incerto fica logo ali, no meio das vãs vaidades e da nossa mais profunda percepção de estabilidade. E o filme é maduro ao mostrar que, embora a protagonista esteja ainda superando a dor, ela busca encontrar um melhor equilíbrio na instabilidade que a vida lhe causou e não criar mais o conceito de ‘estar totalmente seguro dentro de um invólucro’. E a mensagem que o filme quer passar é justamente essa: não crie bases seguras na sua mente e no seu coração. Tenha a certeza de que tudo passa e o que fica são suas experiências de vida e o quanto você viveu, e não a confiança que deposita no seu trabalho ou nos seus bens. Nada nesse mundo é eterno. E o que mais reproduz essa minha afirmativa são os diálogos concisos e em determinados pontos, tocantes. São justamente eles que norteiam a produtiva, contemplativa e filosófica narrativa (Salta-me uma das cenas do filme, onde ela passa em frente a uma sala de cinema e o filme que está passando é ‘Os Vingadores’, de 2012. E ela passa por aquilo sem sequer dar atenção, dando claramente a entender que suas prioridades são outras. Enquanto o mundo queria ver ‘Avengers’, ‘Fern’ reproduz o contrário, dando um entendimento da futilidade daquele evento que para muitos, era o ‘auge’. E não há certo ou errado nessa cena. Apenas a percepção do foco nas prioridades do que ela entende como viver. Interessantíssima essa abordagem da diretora). Simplesmente maravilhoso! ^^

Direção de Fotografia extremamente contemplativa!

 Detentora já de seu terceiro ‘Oscar’ (ela recebeu por este também a estatueta de ‘Melhor Atriz’), Frances McDormand simplesmente flui em uma atuação tão suave e tão sensível que, por vezes, o longa parece reproduzir um documentário, tamanha entrega em sua performance. Sem maquiagens, sem elegância, sem filtro. Deixando se elevar em um altíssimo grau de comprometimento e interpretação. Prezando pela pureza e naturalidade das cenas e praticamente confundindo a personagem com a atriz. A relação é de quase ‘Fern’ ser uma pessoa real retratada no longa. Impecável sua atuação e merecida sua indicação e consequente obtenção do prêmio. ;)
 A também premiada diretora Chloé Zhao busca a todo momento reproduzir visualmente toda a carga dramática que o longa possui. Para se aperceber disso, no primeiro ato as cenas iniciais me causam estranheza pelo total silêncio (não há diálogos nesse momento, só a protagonista reproduzindo a dor da mudança), pela falta de trilha sonora e pelo local onde ‘Fern’ mora estar um frio congelante. Mais pra frente você entende pelos diálogos que todo o ambiente visual reproduzia a melancolia e profunda tristeza da personagem pelo que lhe havia acontecido naquele lugar. E cada ‘take’ reproduz significativamente os estágios da mudança e do amadurecimento da protagonista. Há certo brilhantismo em sua forma de demonstrar os acontecimentos através da ambientação panorâmica da cena. Fica muito evidente essa técnica usada por ela e reproduz majestosamente os sentimentos mistos da protagonista, além de produzir várias provocações filosóficas diante do espectador. Incrível!
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Como dito anteriormente, além do prêmio de ‘Melhor filme’, ‘Nomadland’ recebeu outros dois de ‘Melhor Atriz’ para Frances e ‘Melhor Direção’ para Chloé. Um filme captativo, lúcido e extremamente reflexivo para nossos dias atuais. Faz-nos enxergar (para aqueles que perceberem a atmosfera do longa) o quanto somos limitados nesse mundo e o quanto a vida por vezes ‘escorre’ pelas nossas mãos em situações nas quais não entenderemos ou não teremos domínio nenhum sobre elas. Faz-nos enxergar e exaltar o simples, ao mesmo tempo que filosoficamente se opõe ao caminho que a sociedade se propõe, não exatamente afirmando que é errado, mas confrontando o exagero. Trouxe-me uma carga analítica muito profunda ao sair da sala de cinema. Recomendo demais. Vale muito o ingresso!


sexta-feira, 23 de abril de 2021

Bíblia

 REFLEXÃO BÍBLICA

 ''Os céus anunciam a Sua justiça, e todos os povos veem a Sua glória'' Salmos 97.6
  Deus faz todas as coisas perfeitas. Na plenitude de Seus atos durante toda a criação, Ele impôs toda Sua majestade, poder e glória em prol de demonstrar para todos a magnitude de Seus feitos. E quando olhamos para imensidão dos céus, sua distância e o quanto o não podemos alcançar com mãos humanas, percebemos como algo é tão glorioso e intangível a ponto de declarar a justiça de Deus. Entenda, o céu é tão grande e tão intenso que mostra aos povos e aos filhos o quanto o Pai é poderoso. E a justiça de Deus é essa: se Ele pode criar algo desse porte, o que não poderá fazer pela minha vida e pela sua? A glória de Deus é manifesta nos céus através da sua grandeza. E quando você parar pra entender isso, vai observar o imenso Deus que está ao seu lado. Ei querido, os nossos problemas podem ser os maiores e mais intensos para nós, mas para Ele, que criou a vastidão do universo, é apenas uma gota no oceano. Contemple a força e poder que Seu Deus tem quando Ele te convida a apreciar o espaço e toda sua força magistral. Isso diz muito para você e eu sobre o que podemos esperar do nosso Deus. Ele é a força, a majestade, o domínio e a exaltação. Pense nisso ao se preocupar com as suas dificuldades e questões pessoais. Mesmo que doa para você - e sabemos que dói mesmo, pois estamos, se assim permitirmos, sendo moldados e provados aqui neste mundo -, para Deus é só um detalhe que vai possibilitar a manifestação da Sua glória sobre a sua vida. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é a abençoada "Deus soberano - Eula Cris". Medite na letra dessa canção e na mensagem de hoje e seja abençoado por elas em nome de Jesus!


segunda-feira, 12 de abril de 2021

Bíblia

 "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" João 8.36
 Libertação é uma palavra muito forte. No contexto bíblico, é denotada principalmente para declarar uma quebra, uma ruptura com as nossas vontades humanas que não agradam a Deus. Pode servir também como fim de um tempo de escravidão ou domínio de algum povo sobre o outro (o Antigo Testamento fala muito sobre isso). No entanto, mesmo com esses tão importantes significados, a libertação que Jesus menciona no texto em apreço tem mais uma abordagem bastante singular. Ela aponta para o Céu de glória que está preparado para todos aqueles que aceitaram e seguiram o chamado de Deus. E é aí que começa um grande processo em nossas vidas e mentes de entender que olhar para a Cruz é olhar para a libertação diária de nós mesmos. É ter a visão de perceber se a nossa evolução interior está realmente nos conduzindo ao Céu, pois a verdadeira mudança vem de dentro do homem para fora. Vem do reconhecimento das fraquezas para Deus e da forma com a qual você luta contra elas. 'O Reino de Deus não vêm com aparência exterior', disse Jesus em um outro texto. Entenda, meu irmão, que a maior vitória não é vencer o outro. Isso é batalha de egos. A maior vitória do ser humano é todos os dias lutar pra vencer a si mesmo. Essa á a libertação que leva para o Céu: a vitória sobre o nosso eu. 'Vós estais limpos pela Palavra que vos tenho dito', afirma um outro texto. Então, meu querido, mais do que ser ouvinte, muito mais do que ser um estudante fervoroso da Palavra, seja praticante do que ouviu, leu e estudou. É a prática da Palavra que conduzirá o Filho a te libertar, não só das fraquezas pessoais daqui desta Terra, mas também de todas as amarras que nos prendem a este mundo e nos impedem de seguir a Eternidade ao lado de Cristo. Ah, e se por acaso você tropeçar, levante-se, peça perdão a Deus, prossiga e volte a olhar para Cristo e para o Alto, pois é para lá a direção que deve seguir. Pense nisso. E a canção que complementa a mensagem de hoje é "Vou deixar na Cruz - Cassiane". Medite nessa mensagem, ouça essa belíssima canção e seja abençoado em nome de Jesus!


quarta-feira, 31 de março de 2021

Filmes

HBO MAX: LIGA DA JUSTIÇA SNYDER CUT (Avaliação 5/5 - Excelente!)

  ‘Zack Snyder’s Justice League’ é uma verdadeira carta de amor aos fãs desses icônicos personagens do universo DC Comics. Vamos a análise! ^^
 O diretor Zack Snyder tem uma visão muito peculiar em suas obras. Grande fã de quadrinhos, sua estética que remete a este tipo de mídia está muito presente em seus filmes. E quando ele foi contratado para iniciar um universo da DC nos cinemas – que começou em 2013 com o muito bom ‘Man of Steel’ -, tudo o que ele queria era externar da forma mais intencional e poética possível suas colocações acerca de como ele vê essas obras e seus personagnes tão icônicos que estão já arraigados no psiqué humano de forma tão natural ao longo de todos esses anos. Quem não conhece Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Aquaman e cia? É impossível ao menos não associar os nomes, mesmo que dificilmente você não saiba quem são. E produzir algo no mesmo nível do que seria a verdadeira homenagem a esses em forma de live-action certamente seria o auge da sua carreira como diretor. Porém uma série de divergências criativas com a Warner e o trágico incidente familiar coibiu totalmente sua narrativa para a continuação desses filmes. Mas o tempo passou e, após muitas especulações e pedidos, cá estamos vendo o que posso chamar de um sofisticado e digno longa que a Liga da Justiça tanto merecia ter. E vamos destrinchar todos os porquês abaixo.

Muito quadrinhos/animação essa cena!

  Primeiro item que posso destacar é certamente a narrativa extremamente mais coesa e menos corrida em relação ao que foi mostrado anteriormente. A condução e formação de cada personagem da Liga foi minunciosamente detalhada e se consegue perceber claramente as personalidades, intenções, alegrias, frustrações e objetivos de cada membro. Cada longo ‘take’ com sua exuberante fotografia revelando mais da identidade de cada um traduz exatamente o que, ao meu ver, um bom filme deve ter: uma bela construção tanto de protagonistas quanto de antagonistas para que o todo do filme faça sentido. E sim, você chega na metade do filme entendendo exatamente o que cada um é, seu espaço e conflitos pessoais no longa. A concepção da Liga é feita por heróis que misturam seus poderes com uma certa humanidade em cada um deles. E por isso a proposta de desenvolver pausadamente cada um foi, ao meu ver, um decisão das mais acertadas nesse projeto do Snyder. Até porque, além do 'Superman', nenhum outro teve seu filme solo para trazer sua história para o grande público ('Mulher-Maravilha' e 'Aquaman' viram um tempo depois). E esse fator enriqueceu muito a narrativa desse longa. Só se consegue ter conexão com a história e os personagens se eles forem bem introduzidos. Do contrário, é um amontoado de ótimos atores lançados em um roteiro que não os justifica e nem cria empatia com seus personagens. E nisso o Zack caprichou muito!
 Outro ponto extremamente relevante fala sobre a estética do filme. A postura cartunesca está presente tanto quanto o enquadramento de uma cena de história em quadrinhos. E o que isso quer dizer em termos práticos? Em muitas e muitas cenas, percebe-se o cuidadoso trabalho dele em tanto trazer a forte lembrança dos quadrinhos para as telas quanto remeter o espectador a um desenho animado da ‘Liga da justiça’. Eu mesmo em muito pontos me senti eufórico em perceber como seu tratamento e direção trouxeram isso de forma escancarada em tela. Um verdadeiro presente para os mais ávidos fãs de ambas as mídias, que puderam ver um diretor fã trabalhando exatamente no que o fã quer ver: um cenário apoteótico – digo isso de forma positiva, pois a Liga precisa escorregar nesse termo – que reflete exatamente o poder de seus protagonistas e que, além disso tudo, precisam unir forças e trabalhar em conjunto para que cada um deles desempenhe bem sua força no grupo. Quer mais desenho animado da Liga da Justiça que isso? ;D

O imponente Darkseid / A tríade do mal!

 Sua mostra de como os heróis são e de como eles interferem na sociedade como um todo e na cultura pop pode ser vista em cada um na escolha desse elenco. Os perfis se encaixam tão bem que Henry Cavill, Gal Gadot, Jason Momoa por exemplo, já transpuseram barreiras e se tornaram ícones dentro de seus papéis. Por um bom tempo ninguém vai querer ver outro Superman ou Mulher-Maravilha – ou até mesmo um outro Aquaman – interpretado por alguém que não sejam eles. Todos foram muito bem escolhidos pelo diretor (‘Cyborg’ de Ray Fisher, ‘Flash’ de Ezra Miller e ‘Batman’ de Ben Afleck se incluem também), mas esses 3 que citei – que tiveram filmes solo com os respectivos atores – se consolidaram firmemente no ‘mainstream’ de Hollywood. Será que ainda poderemos ver Ben Afleck e seu peculiar ‘Bruce Wayne’ em uma aparição solo? Há todo um ‘plot twist’ no epílogo que aponta para isso. Por favor Warner, só faça acontecer. Obrigado.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! A estética ímpar e muito peculiar desse diretor trouxe a leveza e a densidade necessárias para que “Liga da Justiça Snyder Cut” se tornasse de fato a obra definitiva e extremamente bem estruturada desse universo. Além da excelente construção de cada protagonista, as camadas de profundidade do vilão ‘Lobo da Estepe’, suas reais motivações e desejos são muito bem canalizados nesse. E a história de Darkseid, que começa nesse e culminará no próximo – que assim seja – são pontuadamente bem fundamentadas também. É impossível negar o esmero e a profundidade da visão do diretor nesse. Um obra para ser vista e relembrada por anos a frente. Só posso parabenizar o Snyder pelo seu belo trabalho. Vale a pena demais assistir! ;)

quarta-feira, 24 de março de 2021

Bíblia

 REFLEXÃO BÍBLICA
 
 "O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos'' Salmos 103.6
O texto em apreço vai narrar algo que para muitos hoje, soa como se Deus fosse alguém 'vingativo'. Mas não se engane. Não veja Deus com sua ótica falha e humana. 'Justiça', nesse contexto, tem a ver com 'ser justo' na medida proporcional ao próprio ego humano. 'Deus não se deixa escarnecer, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará', diz um outro texto bíblico. Também tem muito a ver com a maneira com que o Pai olha as situações. O que pode ser julgamento para o homem, ao falar de certas questões de outrem, pode na verdade ter um olhar diferenciado para Ele. Não julgue premeditadamente ninguém. A justiça dEle não tem os mesmos parâmetros que a nossa. Nós somos impulsivos. Deus é longânimo. Somos imediatistas. Deus dá oportunidades. Nos iramos com facilidade. Deus demora a irar-se. Mas quando Ele vê que o injustiçado está sofrendo de forma abrupta e ininterrupta por aquele que comete a injustiça, Ele, no Seu tempo, age com juízo, pois o Pai 'não tem o culpado por inocente', diz ainda um outro texto da Palavra de Deus. Portanto, meu querido, se estás cometendo injustiça, pare imediatamente e se arrependa o quanto antes. Deus é misericordioso para perdoar. Mas, meu irmão, se tu és o injustiçado, tenha certeza que Ele virá e fará parar o mal, da maneira, do jeito e no tempo dEle, pois Ele não se agrada de quem oprime seu próximo. Oprimido e opressor tem olhares bem diferenciados diante do nosso Senhor. Pense nisso. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é "Os que te ferem - Rayssa/Leandro Borges". Deixe os que te ferem e oprimem nas mãos do Senhor, pois Ele sabe como cuidar. Só ore e se cale. Todo o agir está nas mãos do Pai. Medite nessa mensagem, ouça esse magnífico louvor e seja abençoado em nome de Jesus!


sexta-feira, 19 de março de 2021

Filmes

 RAYA E O ÚLTIMO DRAGÃO (Avaliação 5/5 - Excelente!)


 Com uma apresentação primorosa e qualidade ímpar, nova animação da Disney figura como sendo das melhores do estúdio. Vamos a análise!
 Que a empresa do Mickey tem um portfólio altamente notável, isso todo mundo já sabe. São dezenas e mais dezenas de obras cinematográficas que beiram a perfeição e foram contempladas com várias premiações de peso ao longo dos anos. Mas, e quando ela ousa sair do convencional para atingir outros públicos e culturas? Assim como foi com ‘Viva – a vida é uma festa’ (que abordou temas relacionados a cultura mexicana), temos agora uma massiva animação sobre cultura chinesa (inclusive abrangendo um pouco de sua história do passado). E o resultado talvez não podia ser outro: extrema qualidade artística e muito respeito pelo material original da obra. Vejamos o porquê abaixo.
 Quando digo no parágrafo anterior sobre respeito, estou primeiramente me referindo a direção de arte tomada pelos designers para elaboração dos personagens. Eles certamente foram pensados para serem animados com características menos cartunescas (entenda: são modelos 3D reimaginados de pessoas chinesas, mas sem olhos grandes, pernas finas e outras características que o estúdio costuma usar para deixar pessoas ainda mais caricaturadas; isso que quero dizer) que o convencional da empresa. Isso porque certamente queriam evitar polêmicas com o governo chinês, público alvo e foco dessa obra. E isso na verdade acabou tornando o filme o mais belo possível, pois há um pouco de suavidade e manutenção na forma como usaram, de forma não canônica, todas as questões que envolveram sua antiga história, com divisão de reinos e suas rivalidades quase que poéticas. Nisso muitos games também já beberam e bebem até hoje dessa rica narrativa. E embora outras animações já tenham abordado esse tema, ver a Disney trabalhar isso com maestria e mantendo altíssima qualidade, é realmente muito prazeroso. ;)

A pequena Maya e seu pai.

 Um outro ponto tecnicamente muito relevante diz respeito a construção dos personagens. São retratados de uma forma tão colossal e bem delineada que você acaba criando vínculo (que é isso que um bom roteiro faz) não só com os protagonistas, mas com seus coadjuvantes também. E isso acontece aqui de forma brilhante, pois você consegue enxergar as motivações, crises, dores e sentimentos de cada um deles e torcer por eles, até mesmo quando você não aceita suas posições. É o caso por exemplo da ‘Namaari’. Ela cria um contraponto com ‘Maya’ que estabelece uma colisão de ideias muito interessante. Embora seja uma espécie de antagonista, sua luta e a construção de sua narrativa a justificam. Percebe como uma história bem contada traz luz ao emocional dos personagens ao ponto de, mesmo não concordando com eles, conseguir alcançá-los? Tanto ‘Maya’ quanto ‘Namaari’ são decididas, fortes e seguem seguras em direção as suas convicções. E isso vem mais uma vez para quebrar os paradigmas das ‘princesas’ da Disney, pondo mulheres corajosas (caso da ‘Elsa’ também, de ‘Frozen’) e não mais donzelas com aquele senso de fragilidade. Maya é construída de forma deslumbrante nesse sentido (e eu fiquei simplesmente apaixonado pelo seu design/personalidade <3). ‘Boun’ e ‘Sisu’ são outros dois destaques também. O primeiro por ser a parte fofa e dar o tom de leveza do filme. A segunda por sua importância na história e por ser um excelente alívio cômico. Ambos são coadjuvantes que agregam muito na narrativa e encantam igualmente por serem entendidas suas razões de estarem ali ajudando a protagonista a desenvolver seu arco. E quando os coadjuvantes conseguem esse feito, de contribuir para com o desenvolvimento dos protagonistas, certamente o roteiro está fazendo seu ótimo trabalho nisso. :)


O encontro com Sisu.

 As paisagens, vilarejos e os mais variados cenários tocam profundamente pela sua beleza quase que transcendental. A qualidade visual, o charme, a riqueza dos detalhes seja de uma floresta ou de um deserto beiram o insano. Não se poupou tecnologia nem esforços para entregar um material o mais fidelizado e bonito possível. A cada nova troca de cena eu me deslumbrava com tamanho esmero e cuidado na realização desse trabalho. O que fez a obra se tornar ainda mais impecável, em minha humilde opinião. ;D
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! A Disney mais uma vez se supera em entregar uma animação firme, sólida e baseado em uma mitologia e história rica e atemporal. “Raya e o último dragão” é uma deliciosa embarcação rumo a uma brilhante jornada épica cheia de respostas e transformações. O lindo e emocionante final traduz isso muito bem. Dessa vez eu recomendo muito mesmo. Vale cada centavo para assistir! :D


sábado, 13 de março de 2021

Filmes

 AMAZON PRIME: UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK 2 (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)


 Sequência de longa de 1988, que estreou em 5 de março na plataforma, traz um senso de nostalgia e comédia bem misturados nesse. Vamos a análise! ^^
 Continuações de filmes antigos são sempre uma questão a parte. Mexer com a nostalgia alheia tendo de revisar contextos para o mundo atual não é tarefa das mais fáceis. E entregar toda a atmosfera do filme original nem sempre é funcional nos dias de hoje. Porém, entre a tentativa de se abordar assuntos contemporâneos e manter a essência, ‘Um príncipe em Nova York 2’ acaba se saindo muito bem em ambos os aspectos. Primeiro, por conta do elenco que não foi trocado. Segundo, por conta de pequenos detalhes da carreira de Eddie Murphy no ‘show business’, que são sua marca registrada e estão lá em grande estilo nesse. E justamente o equilíbrio de todos esses pontos é o que faz o filme funcionar bem em suas quase duas horas de duração.


Eddie Murphy e Arsenio Hall retornam na sequência.

 Como falei no parágrafo acima, a decisão de se manter o elenco original foi das mais acertadas, pois Hollywood já notou que ‘reboots’ ou ‘remakes’ não estão tendo muita aceitação com o público por esses dias. São poucos os casos de acerto. E rever Eddie Murphy, Arsenio Hall e Shari Headley reprisando seus icônicos papéis traz algo tanto de mágico quanto de sensato no filme. Quem interpretaria os trejeitos, olhares e risadas de Murphy tão bem quanto ele mesmo? Sua veia de comédia é única e bem peculiar. Não vejo alguém hoje que tenha tenha sua postura cômica. Fora o fato, que é a parte incrível de sua arte, de ele interpretar vários personagens ao mesmo tempo no filme. E não só ele, Arsenio Hall dá um show também com suas transformações. E essa talvez seja uma das marcas registradas mais marcantes de sua carreira (vide filmes como ‘Norbit’ ou ‘O professor aloprado’). O que obviamente não poderia ser substituído de forma alguma. Ponto muito positivo esse! :)

Rei Akeen agora tem 3 belas filhas...

 Apesar de ser muito leve e divertido, o filme tenta ainda abordar, de forma muito suave, temas como, por exemplo, a ascensão das mulheres ao poder. Traz isso muito diluído na narrativa quando percebemos que no seu reino só homens podem governar, por conta das tradições centenárias de seu povo. Mas é confrontado quando sua esposa diz para ele que ‘são novos tempos’. O pai dele (interpretado por James Earl Jones, que também reprisa seu papel de outrora) pede por um herdeiro homem e ele teve três filhas (isso não é spoiler, aparece nos trailers de divulgação). E há toda uma construção da ‘desconstrução’ desses paradigmas no filme. Nada forçado ou levantando bandeiras ideológicas. Apenas mostrando levemente o contexto atual. E nessa leveza do discurso, há outros focos de diálogo que trazem outras sutis críticas também. Como por exemplo em um dado ponto fala sobre a indústria do cinema atual, dando aquela leve cutucada na abordagem ‘hollywoodiana’ de hoje (filmes de super-heróis, remakes/reboots, sequências de filmes antigos). Bem sacada essa abordagem, brincando com o fato desse também ser uma sequência de um filme velho. O que na verdade não deixa de ser um fato (rs).

...e descobre um filho bastardo, vivido por Jermaine Fowler.

 Há participações muito especais no longa, que agregam bastante a parte cômica e contribuem para dar aquele charme a mais na produção. Nomes como Morgan Freeman e Wesley Snipes acertam o tom e, mesmo com Morgan tendo uma pequena participação, certamente abrilhanta muito o contexto da trama que, embora seja simples, flui muito bem durante todo o tempo. Leslie Jones e o novato Jermaine Fowler (que interpreta o filho bastardo do protagonista) complementam muito bem o elenco no quesito representatividade. Que, aliás, é o que não falta tanto aqui quanto no primeiro, mesmo o anterior sendo em uma época em que esse assunto era pouco difundido (ou seja, não há cunho político ou ideológico aqui. Somente respeito aos atores negros que por vários anos nos brindaram com suas boas performances). E não. Não é um filme para ser analisado de forma profunda. É uma história leve, espirituosa e com os clichês amorosos de sempre. E tudo isso é amarrado com muito risos e gargalhadas. Mas ainda assim funciona dentro da sua própria ‘bolha’, pode-se assim dizer. ;)
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Um príncipe em Nova York 2” tem Eddie Murphy e Arsenio Hall multifacetados em suas diversas caricaturas espalhadas pelo longa. É riso solto certo, incluindo várias cenas engraçadas nos créditos finais dos ‘erros de gravação’ e um pós-crédito no fim para mais um suspiro de risada. Diversão leve, descompromissada e funcional. Dessa vez eu recomendo muito. Me diverti bastante assistindo! ;D



sexta-feira, 5 de março de 2021

Filmes

 RECOMENDAÇÃO: ENTRE FACAS E SEGREDOS (2019)


 Com um elenco estelar, filme de investigação que lembra livros de Agatha Christie figura como um dos melhores desse gênero. Vamos a análise!
 Como um ávido fã de livros de romance policial – embora atualmente eu não esteja lendo algum – me arrisco a dizer que assistir essa obra resgatou em mim aquele fervoroso sentimento – bom, por sinal – dos famosos livros da escritora do primeiro parágrafo. E não, esse filme não é obra dela, mas todo o entorno de mistérios envolvendo a família de um milionário morto e as diversas nuances que intrigam e detalham o crime lembram sim muito a escritora. E na verdade isso é magnífico! Com um roteiro muito bem conduzido até o seu estonteante desfecho, não há nenhum espaço para respirar. A brilhante forma como a narrativa é amarrada, prendendo a atenção do espectador a cada instante, faz com que a deliciosa trama seja deleitosamente absorvida pelo público, com aquele gostinho de duvidar de tudo e todos até o fim e desconfiar até mesmo do que se parece meio óbvio. E há uma acertada perfeição nesse trajeto, incluindo a inerrante escolha do elenco.
Que elenco é esse direção!

 Elenco esse, que brilha incessantemente do início ao fim, com um destaque para o impagável Daniel Craig como detetive ‘Benoit Blanc’. Sua atuação impecável, sagaz e envolvente trouxe a responsabilidade a todos os outros atores e criou um entrosamento ímpar de todos os envolvidos no projeto. Nomes como Chris Evans, Jamie Lee Curtis, Christopher Plummer (in memorian), Katherine Langford e Jaeden Martell compõem o luxuoso ‘cast’ e a química entre eles cria um ambiente extremamente funcional, intuitivo e instintivo – ajudados também pelo indiscutível bom roteiro. O longa não se perde em nenhum momento de suas duas horas e dez minutos de tela, não ‘esfria’ e mantém o equilibro e o interesse, criando uma atmosfera sólida e muito bem embasada. Ana de Armas também merece destaque, por viver uma personagem imigrante enfermeira que cuidava do milionário em questão (vivido pelo saudoso ator Christopher Plummer). Os pontos mais altos do filme a elevam junto com sua personagem, que vai se tornando mais denso a cada novo ato e ainda estabelece diversos momentos muito cômicos juntamente com o personagem de Daniel Craig, com quem faz uma troca magnífica. E o grande segredo de sucesso desse projeto está justamente aí, na coerente troca e entrosamento de cada personagem, de cada gesto, olhar e diálogo flertando com o clima de mistério oferecido pela trama. Tudo muito bem dosado e inserido nos momentos mais exatos possíveis. Da mesma forma a bem posicionada fotografia corrobora com todo o enredo e questionamentos dos envolvidos, gerando ainda mais tensão e incertezas. Um conjunto memorável, posso assim dizer. ;)
Daniel Craig e Ana de Armas: impecáveis! ;)

 
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Entre facas e segredos” é aquele tipo de filme que possui a qualidade e o ‘sabor’ ideais. Elenco grandioso e cativante, roteiro minunciosamente bem escrito, trama envolvente e deliciosa com um desfecho triunfante. Se não o melhor, certamente é um dos melhores filmes do gênero em anos. Curti demais e recomendo demais! Vale muito mesmo dar uma conferida! ;D