AMAZON PRIME: UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK 2 (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)
Sequência de longa de 1988, que estreou em 5 de março na
plataforma, traz um senso de nostalgia e comédia bem misturados
nesse. Vamos a análise! ^^
Continuações de filmes antigos
são sempre uma questão a parte. Mexer com a nostalgia alheia tendo
de revisar contextos para o mundo atual não é tarefa das mais
fáceis. E entregar toda a atmosfera do filme original nem sempre é
funcional nos dias de hoje. Porém, entre a tentativa de se abordar
assuntos contemporâneos e manter a essência, ‘Um príncipe em
Nova York 2’ acaba se saindo muito bem em ambos os aspectos.
Primeiro, por conta do elenco que não foi trocado. Segundo, por
conta de pequenos detalhes da carreira de Eddie Murphy no ‘show
business’, que são sua marca registrada e estão lá em grande
estilo nesse. E justamente o equilíbrio de todos esses pontos é o
que faz o filme funcionar bem em suas quase duas horas de duração.
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Eddie Murphy e Arsenio Hall retornam na sequência. |
Como falei no parágrafo acima, a decisão de se manter o elenco
original foi das mais acertadas, pois Hollywood já notou que
‘reboots’ ou ‘remakes’ não estão tendo muita aceitação
com o público por esses dias. São poucos os casos de acerto. E
rever Eddie Murphy, Arsenio Hall e Shari Headley reprisando seus
icônicos papéis traz algo tanto de mágico quanto de sensato no
filme. Quem interpretaria os trejeitos, olhares e risadas de Murphy
tão bem quanto ele mesmo? Sua veia de comédia é única e bem
peculiar. Não vejo alguém hoje que tenha tenha sua postura cômica.
Fora o fato, que é a parte incrível de sua arte, de ele interpretar
vários personagens ao mesmo tempo no filme. E não só ele, Arsenio
Hall dá um show também com suas transformações. E essa talvez
seja uma das marcas registradas mais marcantes de sua carreira (vide
filmes como ‘Norbit’ ou ‘O professor aloprado’). O que
obviamente não poderia ser substituído de forma alguma. Ponto muito
positivo esse! :)
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Rei Akeen agora tem 3 belas filhas... |
Apesar de ser muito leve e divertido, o filme tenta ainda abordar,
de forma muito suave, temas como, por exemplo, a ascensão das
mulheres ao poder. Traz isso muito diluído na narrativa quando
percebemos que no seu reino só homens podem governar, por conta das
tradições centenárias de seu povo. Mas é confrontado quando sua
esposa diz para ele que ‘são novos tempos’. O pai dele (interpretado por
James Earl Jones, que também reprisa seu papel de outrora) pede por
um herdeiro homem e ele teve três filhas (isso não é spoiler,
aparece nos trailers de divulgação). E há toda uma construção da
‘desconstrução’ desses paradigmas no filme. Nada forçado ou
levantando bandeiras ideológicas. Apenas mostrando levemente o
contexto atual. E nessa leveza do discurso, há outros focos de
diálogo que trazem outras sutis críticas também. Como por exemplo
em um dado ponto fala sobre a indústria do cinema atual, dando
aquela leve cutucada na abordagem ‘hollywoodiana’ de hoje (filmes
de super-heróis, remakes/reboots, sequências de filmes antigos).
Bem sacada essa abordagem, brincando com o fato desse também ser uma
sequência de um filme velho. O que na verdade não deixa de ser um fato (rs).
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...e descobre um filho bastardo, vivido por Jermaine Fowler. |
Há participações muito especais no longa, que agregam bastante a
parte cômica e contribuem para dar aquele charme a mais na produção.
Nomes como Morgan Freeman e Wesley Snipes acertam o tom e, mesmo com
Morgan tendo uma pequena participação, certamente abrilhanta muito
o contexto da trama que, embora seja simples, flui muito bem durante
todo o tempo. Leslie Jones e o novato Jermaine Fowler (que interpreta
o filho bastardo do protagonista) complementam muito bem o elenco no
quesito representatividade. Que, aliás, é o que não falta tanto
aqui quanto no primeiro, mesmo o anterior sendo em uma época em que
esse assunto era pouco difundido (ou seja, não há cunho político
ou ideológico aqui. Somente respeito aos atores negros que por
vários anos nos brindaram com suas boas performances). E não. Não é
um filme para ser analisado de forma profunda. É uma história leve,
espirituosa e com os clichês amorosos de sempre. E tudo isso é
amarrado com muito risos e gargalhadas. Mas ainda assim funciona
dentro da sua própria ‘bolha’, pode-se assim dizer. ;)
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Um príncipe em
Nova York 2” tem Eddie Murphy e Arsenio Hall multifacetados em suas
diversas caricaturas espalhadas pelo longa. É riso solto certo,
incluindo várias cenas engraçadas nos créditos finais dos ‘erros
de gravação’ e um pós-crédito no fim para mais um suspiro de
risada. Diversão leve, descompromissada e funcional. Dessa vez eu
recomendo muito. Me diverti bastante assistindo! ;D
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