sábado, 13 de março de 2021

Filmes

 AMAZON PRIME: UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK 2 (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)


 Sequência de longa de 1988, que estreou em 5 de março na plataforma, traz um senso de nostalgia e comédia bem misturados nesse. Vamos a análise! ^^
 Continuações de filmes antigos são sempre uma questão a parte. Mexer com a nostalgia alheia tendo de revisar contextos para o mundo atual não é tarefa das mais fáceis. E entregar toda a atmosfera do filme original nem sempre é funcional nos dias de hoje. Porém, entre a tentativa de se abordar assuntos contemporâneos e manter a essência, ‘Um príncipe em Nova York 2’ acaba se saindo muito bem em ambos os aspectos. Primeiro, por conta do elenco que não foi trocado. Segundo, por conta de pequenos detalhes da carreira de Eddie Murphy no ‘show business’, que são sua marca registrada e estão lá em grande estilo nesse. E justamente o equilíbrio de todos esses pontos é o que faz o filme funcionar bem em suas quase duas horas de duração.


Eddie Murphy e Arsenio Hall retornam na sequência.

 Como falei no parágrafo acima, a decisão de se manter o elenco original foi das mais acertadas, pois Hollywood já notou que ‘reboots’ ou ‘remakes’ não estão tendo muita aceitação com o público por esses dias. São poucos os casos de acerto. E rever Eddie Murphy, Arsenio Hall e Shari Headley reprisando seus icônicos papéis traz algo tanto de mágico quanto de sensato no filme. Quem interpretaria os trejeitos, olhares e risadas de Murphy tão bem quanto ele mesmo? Sua veia de comédia é única e bem peculiar. Não vejo alguém hoje que tenha tenha sua postura cômica. Fora o fato, que é a parte incrível de sua arte, de ele interpretar vários personagens ao mesmo tempo no filme. E não só ele, Arsenio Hall dá um show também com suas transformações. E essa talvez seja uma das marcas registradas mais marcantes de sua carreira (vide filmes como ‘Norbit’ ou ‘O professor aloprado’). O que obviamente não poderia ser substituído de forma alguma. Ponto muito positivo esse! :)

Rei Akeen agora tem 3 belas filhas...

 Apesar de ser muito leve e divertido, o filme tenta ainda abordar, de forma muito suave, temas como, por exemplo, a ascensão das mulheres ao poder. Traz isso muito diluído na narrativa quando percebemos que no seu reino só homens podem governar, por conta das tradições centenárias de seu povo. Mas é confrontado quando sua esposa diz para ele que ‘são novos tempos’. O pai dele (interpretado por James Earl Jones, que também reprisa seu papel de outrora) pede por um herdeiro homem e ele teve três filhas (isso não é spoiler, aparece nos trailers de divulgação). E há toda uma construção da ‘desconstrução’ desses paradigmas no filme. Nada forçado ou levantando bandeiras ideológicas. Apenas mostrando levemente o contexto atual. E nessa leveza do discurso, há outros focos de diálogo que trazem outras sutis críticas também. Como por exemplo em um dado ponto fala sobre a indústria do cinema atual, dando aquela leve cutucada na abordagem ‘hollywoodiana’ de hoje (filmes de super-heróis, remakes/reboots, sequências de filmes antigos). Bem sacada essa abordagem, brincando com o fato desse também ser uma sequência de um filme velho. O que na verdade não deixa de ser um fato (rs).

...e descobre um filho bastardo, vivido por Jermaine Fowler.

 Há participações muito especais no longa, que agregam bastante a parte cômica e contribuem para dar aquele charme a mais na produção. Nomes como Morgan Freeman e Wesley Snipes acertam o tom e, mesmo com Morgan tendo uma pequena participação, certamente abrilhanta muito o contexto da trama que, embora seja simples, flui muito bem durante todo o tempo. Leslie Jones e o novato Jermaine Fowler (que interpreta o filho bastardo do protagonista) complementam muito bem o elenco no quesito representatividade. Que, aliás, é o que não falta tanto aqui quanto no primeiro, mesmo o anterior sendo em uma época em que esse assunto era pouco difundido (ou seja, não há cunho político ou ideológico aqui. Somente respeito aos atores negros que por vários anos nos brindaram com suas boas performances). E não. Não é um filme para ser analisado de forma profunda. É uma história leve, espirituosa e com os clichês amorosos de sempre. E tudo isso é amarrado com muito risos e gargalhadas. Mas ainda assim funciona dentro da sua própria ‘bolha’, pode-se assim dizer. ;)
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Um príncipe em Nova York 2” tem Eddie Murphy e Arsenio Hall multifacetados em suas diversas caricaturas espalhadas pelo longa. É riso solto certo, incluindo várias cenas engraçadas nos créditos finais dos ‘erros de gravação’ e um pós-crédito no fim para mais um suspiro de risada. Diversão leve, descompromissada e funcional. Dessa vez eu recomendo muito. Me diverti bastante assistindo! ;D



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