domingo, 31 de dezembro de 2023

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GODZILLA MINUS ONE (Avaliação 4/5 - Muito bom!)

 Novo filme do 'Kaiju' mais querido do Japão é tenso e bem fiel as suas origens. Vamos a análise!
 Em comemoração aos setenta anos do personagem mais famoso da cultura japonesa, o diretor Takashi Yamazaki decide homenagear o protagonista com um filme mais denso, dentro das raízes mais profundas da construção da mitologia em torno do monstro gigante e trazendo um roteiro que nos leva no tempo a um Japão despedaçado pelo pós guerra - mais precisamente a Segunda Guerra Mundial. Com suas vidas ainda por reconstruir após os destroços deixados pelo conflito, surge nos mares uma criatura que torna as coisas ainda piores. E o que chama a atenção é o filme se passar justamente nesse período, pois até o nome do filme tem um peso nisso e é interessante pensar sobre como os japoneses lidaram após o fim do embate. Vamos falar um pouco mais sobre nos parágrafos abaixo.
 'Minus One'. Existe um dito popular que diz 'nada é tão ruim que não possa piorar'. A definição aqui cabe perfeitamente no título. Após alguma pesquisa, notei que o título representa exatamente um Japão em estado 'zerado' pela guerra, reiniciando de seus destroços, porém com a chegada do Godzilla o que já está zerado se tornou 'menos um'. Ou seja, o reinício foi ainda mais abafado pela chegada do monstro, tornando tudo ainda muito mais tenso e agravante. O que era para recomeçar do zero, ficou ainda mais abaixo de zero percebe? Isso mostra o peso do personagem em meio a um caos já em decorrência do pós guerra. Interessante.

Ele chegou para dizer o que veio fazer.

 Trauma constante. Falar da Segunda Guerra para os japoneses não é algo muito agradável para eles, obviamente. Hiroshima e Nagasaki ainda estão no meio da memória desse povo. E é interessante ressaltar como isso é retratado no longa usando o Godzilla como protagonista, porém ao mesmo tempo como 'pano de fundo' para tratar dos horrores do pós conflito, que deixaram uma Japão a deriva e devastado com tudo o que havia acontecido. O fato do raio do 'Kaiju' ser radioativo demonstra sutilmente que os destroços causados pelo confronto foram catastróficos. É uma ilustração dolorosa de um período crítico para o que hoje é conhecido como um dos países mais tecnológicos do mundo.
 Desonra e honra. O ator Ryûnosuke Kamiki vive o protagonista central da trama, 'Kõishi Shikishima', um aviador kamikaze que se perdeu pelo medo de ser apenas um 'tiro ao alvo' no meio de seus inimigos. No entanto, o arco de desenvolvimento de seu personagem é cativante e envolvente, construindo e moldando seu caráter a partir de seus próprios medos. Sabemos que os japoneses tem um código de ética e honra muito fortes e isso influencia o povo em todas as áreas de suas vidas. Ver isso sendo captado em tela e mostrado com certa veracidade não só é interessante como também faz parte intrínseca da cultura daquele país desde os primórdios da nação. E após a Segunda Guerra, isso foi ainda mais fortemente norteando os japoneses para que se tornassem a potência que é a nação hoje. Muito bem elaborada essa parte do filme.

Cena de perseguição no mar incrível!

 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! ‘Godzilla Minus One’ é a volta as raízes do personagem, não só o homenageando, mas também pondo em discussão os conflitos de uma nação devastada pelo pós guerra e como sobreviveriam a mais uma ameaça, caso ela existisse naquele período. O filme tem muitas camadas de debate, e as que eu propus estão neste singelo texto. Se curte cultura japonesa e filmes que são mais reflexivos, é diversão certa para você. Vale demais o ingresso!

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sábado, 23 de dezembro de 2023

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WONKA (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)

 Com uma estética leve e bem construída, longa que conta a história pregressa de seu protagonista é delicioso de assistir. Vamos a análise!
 Interpretado por pelo menos duas vezes por Gene Wilder (1971) e Jhonny Depp (2005), 'A fantástica fábrica de chocolate' foi escrito por Roald Dahl e publicado pela primeira vez em 1964. O personagem central, 'Willy Wonka' é um artista que sabe criar como ninguém. Mas alia suas criações ao gosto pelo chocolate, propondo uma viagem sem limites ao paladar da imaginação. E agora em 2023, temos ninguém menos que Timothée Chalamet interpretando uma versão mais jovem do sonhador criador, contando um pouco de suas experiências e peripécias para conseguir alcançar seu maior sonho: construir maior e melhor loja de chocolates do mundo. Cheio de musicais e coreografias inspiradas e muito técnicas, o longa consegue recriar toda essa magia e ser, ao mesmo tempo, carregado de belas lições e significados. Vamos destrinchar esses pontos melhor mais adiante.

Canções e coreografias impecáveis.

 Técnica impecável. Todo o filme tem sua narrativa pautada em algum ponto central ou nos atores principais, obviamente. Mas aqui juntar a trama com musical ganha um gostinho pra lá de especial. Tanto Timothée quanto todos envolvidos nas danças e coreografias são responsáveis pelas mais belas e doces apresentações durante todo o filme. 'Live action' com canções são difíceis de combinar. Ter entrosamento entre roteiro, trama e músicas não é nem um pouco fácil. Mas esse longa traz uma suavidade tão peculiar que prende o espectador e transforma tudo em quase um belo espetáculo teatral. Isso mesmo. Parece uma peça de teatro em formato de filme, tamanho a dedicação dos atores em traduzir uma mídia na outra sem perder a real sensação de que é de fato um filme. E todos os cenários, figurinos e diálogos são construídos com base nessa premissa. É tão fluido e honesto que o filme passa e não se percebe. Tem um singelo bom gosto artístico que transpassa gerações. Tanto crianças, quanto jovens e adultos vão realmente se encantar com o tom da produção.
 Lições interessantes no contexto das atuações. Os coadjuvantes do longa são ricos e bem construídos. Olivia Colman interpreta a dona de um hotel um tanto quanto duvidoso quanto a sua qualidade e serviços. O protagonista se vê em apuros quando assina um contrato sem ler o restante dos termos. E a primeira lição aqui é que devemos sempre estar atentos as 'facilidades' que nos oferecem nesta vida. Muitas pessoas caem em golpes dentro e fora da internet por não querer ter o trabalho de checar melhor o que e com quem estão fazendo negócios. E são golpes que as vezes custam anos de sacrifícios e lutas para conquistar um bem. Toda atenção é pouca nesses casos. Outro ponto interessante que dá uma bela lição de vida é como a indústria - falo das gigantescas - querem 'engolir' o mercado com seus produtos, ofuscando qualquer tipo de concorrência que lhes faça competição no mesmo nível. É o caso claro de 'Willy Wonka', que chega na cidade querendo vender seus deliciosos e irresistíveis chocolates, mas trava uma batalha com os grandes comerciantes locais, por conta de seu produto ser claramente diferenciado dos outros. Alguma alteração entre a ficção/fantasia e o mundo real? Acho que não. É de fato uma leve e doce paródia da vida como um todo, contada da maneira mais sutil e refinada possível.

Oompa-Loompa (Hugh Grant): muito bom.

 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! "Wonka" brilha em seu musical, no cômico e sorrateiro 'Oompa-Loompa' de Hugh Grant e na versatilidade de atuação de Timothée Chalamet. As expectativas desse que vos escreve foram mais que superadas, tanto pela ótima tradução das canções quanto das atuações. Filme muito gostoso de assistir com toda a família. Arrisco dizer que ao menos uma indicação ao Oscar 2024 de 'Melhor ator' Chalamet merece. E o filme por 'Melhores efeitos visuais' e ' Melhor figurino'. Vale demais o ingresso!

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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

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NAPOLEÃO (3/5 - Bom!)

 Diretor Ridley Scott acerta em narrar a história de um personagem icônico, todavia falha na apresentação e construção do mesmo. Vamos a análise!
 Para quem conhece um pouco da história desse imperador e estadista francês do século XIX, sabe que ele foi um grande estrategista de guerra e um poderoso líder militar do seu tempo, conquistando territórios e fama por todas as partes da Europa com seus feitos. No entanto, como um homem de guerra, possuía um temperamento não muito amigável nem tampouco era uma pessoa dócil. Ainda assim, o diretor desse decide optar por um caminho narrativo não muito adequado para esta figura relativamente recente da nossa história. Mas no que ele se equivoca na biografia desse líder, ele capricha na parte técnica de forma espetacular e brilhante. E com essa introdução, vamos destrinchar melhor esses pontos mais abaixo.

Joaquin Phoenix: atuação pontual.

 Um Napoleão 'generoso' demais. Que Joaquin Phoenix é um ator brilhante disso ninguém tem a menor dúvida. Com um Oscar na mão do filme 'Coringa', é deveras versátil e muito técnico. No entanto nem sua veia cativante pode conter o roteiro que conduziu o protagonista a um status de 'glamour' que fica evidente a dissonância entre o guerreiro e sua personalidade totalmente estilizada no filme. Scott decide ir por um caminho narrativo do qual claramente percebe-se que o diretor queria trabalhar muito mais um personagem do que uma história real de uma vida. E isso atrapalha a trama em alguns pontos, por mesclar essa 'doçura' com batalhas épicas e momentos que acabam se tornando rasos de tensão. Joaquim dá o melhor de si no texto que lhe fora entregue, mas não consegue aprofundar ainda mais a personalidade mais dura e marcante desse. Isso fica evidente em praticamente todo o longa.
 Batalhas épicas e figurinos perfeitos. Alguns outros aspectos mais técnicos da película direção e produção conseguem um feito que eleva o patamar da produção a níveis épicos. As batalhas colossais estão lá, juntamente com uma fotografia bem posicionada e coreografias de luta muito bem feitas. Os 'takes' com os exércitos prestes a se enfrentar são maravilhosos e bem colocados em tela. Há uma batalha sobre o gelo em que a fotografia deslumbra o horror dos mortos nas águas frias sob o comando estratégico de Bonaparte que é um vislumbre visual impecável. Outro ponto marcante vai tratar sobre o figurino dos personagens no longa. Vanessa Kirby está deslumbrante como 'Joséphine', uma das esposas de Bonaparte. E em tudo nesse quesito o filme entrega o melhor para aquela época. As ambientações onde foram gravadas as cenas, os estilos de época e o auge da revolução francesa estão lá com todo o bom gosto do diretor em fazer o melhor tecnicamente falando. Verdadeiro deleite aos olhos dos espectadores.

Figurinos e fotografia belíssimos.

 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! "Napoleão" tropeça por quase desconstruir um líder forte e militarizado, mas atenua esse equívoco com um vislumbre visual e fotografia lindíssimos, com figurinos e cenas bem dirigidas de tirar o fôlego. Joaquim Phoenix e Vanessa Kirby conseguem traduzir muito bem a ideia do diretor, mostrando suas capacidades e talento. Um bom filme para se ter uma ideia do quão importante essa personalidade da nossa história foi. Arrisco dizer que indicações ao Oscar como ‘Melhor fotografia’ e ‘Melhor figurino’ virão em 2024. Acredito que valha sim o ingresso!

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

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AS MARVELS (Avaliação 3/5 - Bom!)

 Novo longa da Marvel traz trio de heroínas, mas não atende requisitos básicos para a construção de uma boa obra. Vamos a análise!
 Com o objetivo de ligar as histórias de ‘Monica Rambeau’ (Teyonah Paris), ‘Kamala Khan’ (Iman Vellani) e ‘Carol Denvers’ (Brie Larson), nova produção do UCM tenta unir as personagens relacionadas em um único arco, trazendo ‘Monica’ de WandaVision, ‘Kamala’ de Ms. Marvel e ‘Carol’ de Capitã Marvel, onde vai mostrar como e o porquê elas estão interconectadas. Só que o que seria um grande acerto se tornou em uma enxurrada de problemas técnicos que levaram este longa a marca de uma produção bem aquém daquelas que nos acostumamos a ver do estúdio. Com honestidade, as atrizes se esforçam e interagem muito bem em cena juntas - falo sobre isso um pouco mais adiante -, todavia parece que roteiro, diálogos, continuidade e outros fatores foram deixados totalmente de lado pelos produtores e pela direção. Além do filme ser muito curto, ele claramente se demonstra como um produto feito sem muito capricho. Vamos destrinchar sobre todos esses fatores – bom e ruins – nos parágrafos abaixo.

Trio de protagonistas: ótima interação.

 Um roteiro básico demais. Embora saibamos que a simplicidade ou a complexibilidade do roteiro não seja sempre um fator determinante para uma grandiosa película, sabemos sim que ele cumpre papel essencial na construção da narrativa e no aprofundamento dos personagens. Logo, se estamos falando de uma saga de filmes nos quais eles precisam se encaixar para fazer sentido, o roteiro é peça-chave para tal. Porém o que foi apresentado em ‘As Marvels’ não condiz com uma história que realmente traga alguma transformação ou mudança real de paradigma de cada uma das protagonistas. Veja, elas tem de se unir contra um mal maior e entender que estão correlacionadas umas com as outras. Mas, como já disse, anteriormente, o tempo curtíssimo do filme – aproximadamente uma hora e quarenta minutos – não faz nem um pouco jus a esse tratamento que todas elas precisariam para serem realmente uma equipe mais podada, por assim dizer. Diálogos muito rasos e pouco tempo para subtramas mais pessoais atrapalharam e muito um desenvolvimento mais justo e humanizado de todas. E se existe uma coisa que eu sempre digo aqui e que não gosto é de filme corrido, mais ainda quando tem muitos protagonistas em cena. O corte final tem sempre de estar alinhado as necessidades que advém com a trama do filme. Se não for assim, não funciona.
 Atrizes talentosas mal aproveitadas. O trio de protagonistas é composto por uma ganhadora do ‘Oscar’ (Brie Larson), uma atriz muito boa (Teyonah Paris) e outra super carismática (Iman Vellani). E é perceptível que elas tentam o tempo todo da produção se esforçarem ao máximo com o texto que lhes fora concedido. E o que se comprometem a fazer o fazem muito bem. Tanto que as cenas de luta em que a três tem de estar juntas ou estar trocando de lugar umas com as outras são a melhor parte do filme. Foram muito bem produzidas e coreografadas. Principalmente as do início do filme, quando elas ainda estão confusas com as trocas advindas de seus poderes. É um deleite visual as três nessa parte. E isso poderia ser melhor aproveitado com uma carga mais profunda de diálogos. Tudo é explicado tão as pressas que não há tempo hábil para as atrizes se entregarem mais a seus papéis. O que é talvez um dos maiores equívocos ao meu ver: trazer pessoas tão capazes de brilhar em cena que infelizmente não puderam por não terem ajustado melhor seus espaços e tempos de tela. E ainda salta-me dizer da vilã ‘Dar-Ben’, vivida pela atriz Zawe Ashton. Concederam-lhe motivações tão sem graças e conversas tão pífias que ela deixou de ser uma grande ameaça para se tornar mais uma antagonista genérica e mal adaptada. Percebe-se todo esforço para não chegar a lugar algum. Afinal, uma personagem como ‘Capitã Marvel’ - com mais duas aliadas ainda -, deveria ter ao menos alguém que fizesse jus a força das três juntas. Mas o que nos foi entregue foram excelentes cenas de ação com muito pouca substância. Uma pena realmente.

Samuel L. Jackson retorna como Nick Fury.

 Sempre entrego algo aqui sobre os efeitos com os óculos 3D de cada filme – quando eles possuem essa opção. E o que posso dizer desse é que mais uma vez opta-se pelo razoável ao invés do muito bom. Começa apresentando uma abertura legal na tecnologia e aos poucos vai deixando o público de lado com raros ou quase nenhum efeito. E o que torna a experiência de assistir o filme assim é justamente você pagar para ter a imersão da melhor forma e qualidade possível. Mas aqui, querido leitor, fica bem ao seu cargo. Se curtir o efeito, vá. Se não, pode deixar passar dessa vez.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! “As Marvels” tem ótimas atrizes com personagens de diferentes e excelentes nuances e características, com ótimas tomadas de ação e boa fotografia – que contribui bastante para o visual das cenas de luta. Mas as coisas já desandam começando pelo erro de continuidade – e aqui falo sobre. O longa se passa antes da série ‘Invasão secreta’ e causa uma extrema confusão no espectador que vê a série para depois assistir a película. Eu mesmo tentei entender algumas correlações e só consegui porque percebi que o filme é anterior a série. Um vacilo da Marvel no calendário das estreias e um ‘balde de água fria’ para aquele que acompanha esse universo compartilhado. Se você não acompanha o UCM ou não conhece as personagens e atrizes do filme, talvez esse longa não seja para você. Porém se gosta das protagonistas e das atrizes, acredito que irá aproveitar melhor a produção. Para esses acredito que valha sim o ingresso!


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