TRANSFORMERS - O DESPERTAR DAS FERAS (Avaliação 4/5 - Muito bom!)
Novo longa da franquia se esforça em trama mais coesa e consegue o
mesmo êxito de seu antecessor "Bumblebee". Vamos a
análise!
A franquia de filmes dos "Transformers"
começou lá em 2007 com Michael Bay dirigindo o primeiro longa com
altíssimos ares de novidade, pois naquela época foram empregados os
limites máximos de tecnologia para a produção dos efeitos
especiais tão ricos e detalhados como são as transformações dos
robôs. Saltava os olhos tamanho esforço técnico para superar os
limites do que havia de mais moderno em computação gráfica para
gerar tais efeitos. Só que o tempo foi passando, e Bay começou a
apostar demais nos efeitos e esquecer do básico: coerência e um
roteiro bem escrito. A sua quintologia virou uma bagunça de
explosões, robôs desenfreados, humanos sem sentido na trama e muita
lataria para pouca história. O 'reboot' então veio em 2018 com
"Bumblebee" e trouxe, além de grandes melhorias na parte
técnica e tecnológica, uma história mais contida com apenas um
personagem robô e um humano em foco, com uma nova 'roupagem' no
roteiro e um traço um pouco mais refinado para a narrativa. Chegamos
então ao segundo capítulo dessa nova safra de filmes dos robôs
gigantes com mais um saldo positivo: efeitos generosamente mais bem
trabalhados e uma trama que encaixa bem os protagonistas humanos no
eixo dos gigantes de metal. Veremos um pouco mais do porquê
considero esse filme muito bom mais abaixo.
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Autobots e Maximals se unem em grande batalha. |
Uma narrativa que se mantém firme para fazer sentido. Todo bom
filme que se preze precisa de um bom roteiro que justifique os atos
de cada personagem envolvido na trama. Fato isso. Esse faz até muito
bem isso com dois novos personagens humanos que foram selecionados
para esse novo capítulo da saga. Os atores Anthony Ramos (Noah) e
Dominique Fishback (Elena) são bem introduzidos no contexto do longa
e parte integrante da grande narrativa. Conseguem até ser
peças-chave em alguns momentos e isso soa muito bem para mim. Apesar
de eu sempre querer ver só os robôs em um filme só para eles (sem
adição humana nenhuma), dessa vez tenho que aceitar o fato de que,
pelo menos, eles não estão jogados no meio daquela batalha toda
apenas para atrapalhar ou fugir. Os personagens cumprem seu propósito
no todo da produção. Ponto bem positivo esse.
Tecnologia e
efeitos visuais/especiais ainda mais refinados. Lembro bem em 2007
quando o primeiro filme da franquia saiu, mesmo sendo uma grande
sensação para aquele período, os efeitos usavam muita trepidação
das câmeras e uma fotografia que mais confundia do que mostrava as
épicas batalhas do longa. Isso normalmente é feito para esconder
possíveis erros de CGI e não tornar a experiência do espectador
ruim. Passados mais de 15 anos, o grande acerto necessário para que
isso fosse melhorado chegou. Há uma memorável batalha neste longa, e
tanto a fotografia quanto os efeitos estão muito bem trabalhados e
mostrando os personagens de forma integralmente mais fluida e suave.
As câmeras tremidas (eu particularmente não gosto dessa técnica
usada no cinema para dar a sensação de 'movimento' dos personagens
em momentos de combate. Isso pra mim mais atrapalha que ajuda,
principalmente em filmes que usam em demasia personagens em CGI, como
é o caso desse) foram sumariamente retiradas dando lugar a
belíssimos momentos de confronto e cenas com uma fotografia
delineada com a função de mostrar de forma mais ampla e funcional
os duelos entre os robôs gigantes. Sou sempre suspeito para falar,
mas gosto demais de ver as transformações tão ricas e ultra
detalhadas e os 'takes' nesse longa ajudam e muito a ter esse
vislumbre de forma mais visceral. Outro ponto positivo também.
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O design desse Maximal é belíssimo. |
Pecar pelo excesso. Embora eu ache que os protagonistas humanos
sejam condizentes com a proposta do longa, é um pouco fadigante essa
forma de intercalar subtramas humanas no meio da história dos robôs.
Tudo bem que tanto 'Noah' quanto 'Elena' são relevantes, mas as
trocas súbitas das cenas as vezes são bruscas demais e sempre soam
desconexas a princípio. Só mais a frente quando todos se juntam a
coisa vai ganhando forma. Isso causa 'quebra de expectativa', mesmo
sabendo que nesse caso e no caso de 'Bumblebee' os humanos funcionam.
A subtrama de 'Noah' com sua família é bacana, mas ainda assim
desconexa com a realidade do filme percebe? O drama dele acaba não
tendo 'peso' por ser deslocado demais da grande narrativa do longa. 'Elena' tem até bem mais
conexão com o contexto que ele. Mas fica aqui meu incômodo sobre
esse fato.
O 3D dessa vez eu recomendo e acho justo assistir
com o efeito. É bem feito e vai produzir uma ótima imersão para o
público. Sempre fui e ainda sou um grande entusiasta da tecnologia,
e sempre assisto no recurso quando ele vem com essa opção para dar
uma dica aqui para quem gosta também porém não sabe se vale a pena
o gasto. Pois digo que esse vale sim o valor e o divertimento.
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! "Transformers
- O despertar das feras" tem história agradável, uma trama
que, no geral, é coerente e um conjunto técnico excelente. Se você,
assim como eu, gosta desses personagens e curte seus belíssimos
efeitos e transformações na tela, vá que é diversão garantida.
Vale muito o ingresso!
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