THE FLASH (3,5/5 - Muito bom!)
‘Flash’ tem seus problemas, mas não deixa de ser uma grande
homenagem ao universo DC nos cinemas durantes todos esses anos. Vamos
a análise!
Entre muitas idas e vindas, muitos problemas e
atrasos, muitas mudanças em diversos cenários diferentes, o filme
do velocista mais rápido da Dc Comics foi sendo costurado ao longo
dos anos, criando até a expectativa de que o longa nunca iria sair
do papel. Contudo, após a Warner ter sido adquirida pela Discovery e
James Gunn ter tornado co-CEO da Dc Studios, o quadro se tornou ainda
mais delicado. Visto que o universo antigo (DCEU) já estava
deteriorado e Gunn aceitou o convite para criar um outro (DCU), o
filme passou por diversas revisitações até encontrar seu produto
final em tela que fosse ao menos aceitável no meio de todos esses
ajustes que as empresas receberam nesses últimos tempos. É
exatamente aí que ‘Flash’ tenta se encaixar: em um fim de ciclo
para início de outro. E dentro desse escopo, o que foi mostrado em
tela justamente trata de tentar findar uma era da forma mais
nostálgica possível para que tudo o que vier daqui pra frente sejam
novos começos - ou, pelo menos, é o que esperamos que seja. Falarei
um pouco mais sobre o longa abaixo.
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'Batman' de Michael Keaton: espetacular. |
Uma belíssima homenagem ao acervo de filmes da DC. Fato
inquestionável que a editora tem no seu cabedal um portfólio
interessantíssimo de personagens e histórias já contadas em outros
produtos ou mídias e ainda tem muita coisa boa para ser produzida
também. E o passeio que o longa faz, dentro da sugestiva interação
com o roteiro e a trama da película, é fantástica. Ele transita
por vários momentos marcantes dentre filmes, atores e cenas que se
tornaram tanto épicas quanto saudosas. O volume de participações
especiais definem o quão gigantesca essa viagem ao passado foi. E o
apelo que a própria narrativa traz para transitar não só pelo
passado de ‘Barry Allen/Flash’ (Ezra Miller) e todo o patrimônio
cultural que fez tantos personagens serem tão conhecidos e amados
foi uma ideia genial para mim. Não se criou uma produção para o
encerramento de um período, mas para mostrar também a força que
seus icônicos heróis tiveram no passado com outras grandes estrelas
do cinema e ainda tem hoje em dia. E mesmo que os personagens sejam,
em certo sentido, maiores que seus atores, os que deram vida a eles
se tornaram parte intrínseca de toda essa história. Ponto
extremamente positivo esse.
Uma trama funcional com algumas
inconsistências. Não sabemos ou talvez nunca saberemos como de fato
o filme foi realmente concebido em seu estágio inicial de produção.
Todavia o que se percebe aqui é a tentativa mostrar um protagonista
contido e ainda muito machucado pelo seu passado e traumas pessoais,
mesmo já sendo um herói e fazendo parte da ‘Liga da Justiça’.
A todo momento a trama envolve o espectador a acreditar no que é
tecnicamente impossível: voltar ao passado para mudar rumos e
decisões que já foram estabelecidas. A premissa é interessante e
eu inclusive gosto muito do campo teórico-científico desse assunto.
O meu ponto é que, por vezes, o filme trabalha esse tópico em
‘marcha muito lenta’ e escorrega em momentos nos quais o ritmo do
filme precisava ser mais dinâmico. Há certas ‘repetições’
cansativas – mesmo sabendo que o personagem tem em seus poderes a
premissa de conseguir voltar no tempo -, contudo essas transições
poderiam ser melhor ajustadas. Não me leve a mal, querido leitor, a
interação entre os dois ‘Barry’ é muito boa (parabenizo o Ezra
pelo seu esforço), o ‘Bruce Wayne/Batman’ de Michael Keaton é
icônico e impecável e a ‘Kara Zor-El/SuperGril’ de Sasha Calle
foi muito boa também. Mas, além de algumas perguntas sem respostas,
o longa poderia ter sido mais conciso em sua dinâmica, mesmo com seu
fim sendo bem curioso e revelador. A sensação clara que tive é que
o conceito foi excelente, a trama nostálgica e emocionante, mas
faltou alguns ajustes na execução do projeto – bom, como disse lá
no início, o longa foi mexido e remexido várias vezes e isso pode
ter atrapalhado o produto final de alguma forma. Fica aqui um ponto a
se refletir.
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SuperGirl (Sasha Calle) e Flashs: boa dinâmica. |
Efeitos visuais/especiais e fotografia justos. Se a ideia principal
aqui foi justamente mexer com o multiverso da DC nos cinemas e dar um
vislumbre do seu notável passado concomitantemente com o roteiro
proposto para o longa, acho condizente dizer que os efeitos estão
dentro da temática que a película oferece. A fotografia do filme
entra na dinâmica retratando, além da história que está sendo
contada no filme, os elementos que tornam as bases do filme
interessante. Quando ‘Barry’ olha ao seu redor dentro da força
de aceleração, os ‘takes’ vislumbram muitas coisas legais como
cenas de outros filmes, personagens, entre vários outros detalhes
que trazem aquela sensação nostálgica, incluindo uma cena em
específico de um filme que nunca viu a luz do dia. E dentro de todo
esse contexto que mencionei, acho que o CGI funciona muito bem, mesmo
não sendo totalmente impecável.
Enfim vale a pena ver o
filme? MUITO RECOMENDADO! “Flash” se esforça em contar uma
história emocional e trágica, ao mesmo tempo que revisita o passado
com maestria e introduz convenientemente o conceito de multiverso
para abrir caminho para o futuro da DC nos cinemas. Apesar dos
deslizes na execução do conceito proposto, o filme tem boas
atuações, tem Michael Keaton reencontrando seu Batman e isso já
produz alguma diversão. E sim, no geral o longa é muito bom por
todos os aspectos que citei nesta análise. Vale muito o ingresso!
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