domingo, 2 de julho de 2023

Filmes

THE FLASH (3,5/5 - Muito bom!)

 ‘Flash’ tem seus problemas, mas não deixa de ser uma grande homenagem ao universo DC nos cinemas durantes todos esses anos. Vamos a análise!
 Entre muitas idas e vindas, muitos problemas e atrasos, muitas mudanças em diversos cenários diferentes, o filme do velocista mais rápido da Dc Comics foi sendo costurado ao longo dos anos, criando até a expectativa de que o longa nunca iria sair do papel. Contudo, após a Warner ter sido adquirida pela Discovery e James Gunn ter tornado co-CEO da Dc Studios, o quadro se tornou ainda mais delicado. Visto que o universo antigo (DCEU) já estava deteriorado e Gunn aceitou o convite para criar um outro (DCU), o filme passou por diversas revisitações até encontrar seu produto final em tela que fosse ao menos aceitável no meio de todos esses ajustes que as empresas receberam nesses últimos tempos. É exatamente aí que ‘Flash’ tenta se encaixar: em um fim de ciclo para início de outro. E dentro desse escopo, o que foi mostrado em tela justamente trata de tentar findar uma era da forma mais nostálgica possível para que tudo o que vier daqui pra frente sejam novos começos - ou, pelo menos, é o que esperamos que seja. Falarei um pouco mais sobre o longa abaixo.

'Batman' de Michael Keaton: espetacular.

 Uma belíssima homenagem ao acervo de filmes da DC. Fato inquestionável que a editora tem no seu cabedal um portfólio interessantíssimo de personagens e histórias já contadas em outros produtos ou mídias e ainda tem muita coisa boa para ser produzida também. E o passeio que o longa faz, dentro da sugestiva interação com o roteiro e a trama da película, é fantástica. Ele transita por vários momentos marcantes dentre filmes, atores e cenas que se tornaram tanto épicas quanto saudosas. O volume de participações especiais definem o quão gigantesca essa viagem ao passado foi. E o apelo que a própria narrativa traz para transitar não só pelo passado de ‘Barry Allen/Flash’ (Ezra Miller) e todo o patrimônio cultural que fez tantos personagens serem tão conhecidos e amados foi uma ideia genial para mim. Não se criou uma produção para o encerramento de um período, mas para mostrar também a força que seus icônicos heróis tiveram no passado com outras grandes estrelas do cinema e ainda tem hoje em dia. E mesmo que os personagens sejam, em certo sentido, maiores que seus atores, os que deram vida a eles se tornaram parte intrínseca de toda essa história. Ponto extremamente positivo esse.
 Uma trama funcional com algumas inconsistências. Não sabemos ou talvez nunca saberemos como de fato o filme foi realmente concebido em seu estágio inicial de produção. Todavia o que se percebe aqui é a tentativa mostrar um protagonista contido e ainda muito machucado pelo seu passado e traumas pessoais, mesmo já sendo um herói e fazendo parte da ‘Liga da Justiça’. A todo momento a trama envolve o espectador a acreditar no que é tecnicamente impossível: voltar ao passado para mudar rumos e decisões que já foram estabelecidas. A premissa é interessante e eu inclusive gosto muito do campo teórico-científico desse assunto. O meu ponto é que, por vezes, o filme trabalha esse tópico em ‘marcha muito lenta’ e escorrega em momentos nos quais o ritmo do filme precisava ser mais dinâmico. Há certas ‘repetições’ cansativas – mesmo sabendo que o personagem tem em seus poderes a premissa de conseguir voltar no tempo -, contudo essas transições poderiam ser melhor ajustadas. Não me leve a mal, querido leitor, a interação entre os dois ‘Barry’ é muito boa (parabenizo o Ezra pelo seu esforço), o ‘Bruce Wayne/Batman’ de Michael Keaton é icônico e impecável e a ‘Kara Zor-El/SuperGril’ de Sasha Calle foi muito boa também. Mas, além de algumas perguntas sem respostas, o longa poderia ter sido mais conciso em sua dinâmica, mesmo com seu fim sendo bem curioso e revelador. A sensação clara que tive é que o conceito foi excelente, a trama nostálgica e emocionante, mas faltou alguns ajustes na execução do projeto – bom, como disse lá no início, o longa foi mexido e remexido várias vezes e isso pode ter atrapalhado o produto final de alguma forma. Fica aqui um ponto a se refletir.

SuperGirl (Sasha Calle) e Flashs: boa dinâmica.

 Efeitos visuais/especiais e fotografia justos. Se a ideia principal aqui foi justamente mexer com o multiverso da DC nos cinemas e dar um vislumbre do seu notável passado concomitantemente com o roteiro proposto para o longa, acho condizente dizer que os efeitos estão dentro da temática que a película oferece. A fotografia do filme entra na dinâmica retratando, além da história que está sendo contada no filme, os elementos que tornam as bases do filme interessante. Quando ‘Barry’ olha ao seu redor dentro da força de aceleração, os ‘takes’ vislumbram muitas coisas legais como cenas de outros filmes, personagens, entre vários outros detalhes que trazem aquela sensação nostálgica, incluindo uma cena em específico de um filme que nunca viu a luz do dia. E dentro de todo esse contexto que mencionei, acho que o CGI funciona muito bem, mesmo não sendo totalmente impecável.
 Enfim vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Flash” se esforça em contar uma história emocional e trágica, ao mesmo tempo que revisita o passado com maestria e introduz convenientemente o conceito de multiverso para abrir caminho para o futuro da DC nos cinemas. Apesar dos deslizes na execução do conceito proposto, o filme tem boas atuações, tem Michael Keaton reencontrando seu Batman e isso já produz alguma diversão. E sim, no geral o longa é muito bom por todos os aspectos que citei nesta análise. Vale muito o ingresso!

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