sexta-feira, 9 de junho de 2023

Filmes

HOMEM-ARANHA: ATRAVÉS DO ARANHAVERSO (Avaliação 5/5  Excelente!)

 ‘Através do aranhaverso’ eleva ainda mais seu nível e traz uma história muito mais profunda e cheia de camadas. Vamos a análise!
 O primeiro longa faz uma apresentação ao aranhaverso de um dos cabeças-de-teia mais legais juntamente com Peter Parker, que é Miles Morales. O adolescente do Brooklyn também possui introdução aos seus poderes parecidos com os outros porém ele é um jovem ainda cheio de medos e no início de uma das fases mais importantes da vida. E um dos muitos pontos que dá o tom dessa animação é que ela foi muito bem escrita, pois Miles é extremamente carismático e suas questões pessoais – principalmente quando os pais aparecem – são tangíveis e palpáveis a qualquer pessoa que já viveu dilemas nesse momento de sua trajetória. E é justamente isso que faz o personagem se aproximar ainda mais do público tanto quanto Parker, pois além da responsabilidade de ser um herói, ele ainda tem de encarar os desafios cotidianos que permeiam a sua volta. Fora que o teor artístico da primeira animação é estiloso, inovador e com uma estética totalmente diferenciada das demais produções do gênero, o que lhe rendeu o Oscar 2019 de ‘Melhor animação’ a época. E agora temos a continuação dessa saga que consegue algo dificílimo para as produções de ‘Hollywood’: superar e muito a obra original. Darei detalhes sobre mais abaixo.

Estilo artístico moderno e arrojado.

 Aprofundamento da narrativa e dos conceitos que permeiam o que é ser um ‘Homem-Aranha’. Não só a complexidade do roteiro em introduzir os conceitos sobre esse multiverso, mas a apresentação mais elaborada de SpiderGwen trouxe novas direções para a história que fazem o espectador entender as bases de cada um desses universos. A introdução com a trama de Gwen é majestosa e dramática ao mesmo tempo. Isso já converte o tom da animação em algo tracejado para um publico mais adulto logo de início. No entanto, as explicações e nuances do longa conseguem alcançar espectadores de todas as idades de maneira geral sem prejudicar em nada o andamento da trama. É de impressionar ver como os diálogos são bem trabalhados a ponto de não serem extremamente infantis e nem demasiadamente pesados para os pequenos, que irão entender o filme mesmo com os temas densos que ele oferece por vezes. Os roteiristas souberam introduzir muito bem as falas e as cenas em prol de criar camadas que verbalizam um entendimento amplo das situações apresentadas na animação. Junta-se isso ao colorido frenético que a película possui – que acrescenta doses interessantes ao que a narrativa se propõe – e então temos o ‘tempero’ certo entre texto e contexto dessa colossal aventura.
 Estilo artístico mais uma vez inovador. O padrão das animações atuais compreende em usar e abusar de elementos de computação gráfica para caprichar ao máximo nos conceitos básicos de representação dos personagens em tela. E quanto mais a tecnologia avança, melhor esses detalhes e efeitos ficam. Mas a equipe de ‘Através do Aranhaverso’ decidiu optar – isso desde o primeiro longa – por uma camada a mais na computação, usando doses de elementos multicoloridos fazendo parecer mesmo uma história em quadrinhos escrita e desenhada na tela em tempo real. A cartunização estlizada dessa vez cria uma ambiência narrativa para cada contexto do longa. É como se as cores representassem o tom de cada personagem, de cada personalidade inserida dentro do multiverso aranha. E essa ‘psicodelia imersiva’ vejo como um grande diferencial em relação ao primeiro e ao meu ver mais uma vez inova em usar as cores não só como parte da grande história contada como em aspectos minimalistas de cada subtrama apresentada ao longo. As paletas usadas no conceito de destacar a história de cada um dos protagonistas é ao mesmo tempo deslumbrante e encantadora. Traz foco e autenticidade seja tanto a SpiderGwen, quanto Miles, Peter e outros que englobam a grande narrativa do longa.

Gwen e Miles com sua família.

 Pais e filhos versus super-heróis. O grande charme e, talvez, uma das maiores qualidades dessa animação está no fato de termos heróis jovens que tem família e cada um deles enfrentam seus dilemas de formas diferentes. É como se o multiverso fosse a vida real retratada em forma de universos paralelos entende? Os pais não sabendo lidar com os dilemas adolescentes dos filhos (no caso de Peter Parker vemos ele lidando com uma bebê de poucos meses e ainda de colo), os filhos por sua vez não sabendo lidar com as novas cargas de responsabilidades que os sobrevêm e tudo isso são assuntos nossos do dia a dia nas diversas camadas da sociedade. O paralelismo do multiverso com a realidade que nos cerca é tão tocável que você sente a dor dos personagens, sente a doçura (o Miles é de uma fofura e carisma sem medidas), o peso da idade deles e quão grandes dores eles terão de enfrentar no futuro. Isso traz uma dualidade única entre o heroísmo dos protagonistas no filme e os reais desafios que um jovem enfrenta no mundo real aqui fora. Traz verossimilhança a níveis táteis e é por isso que essa produção é tão deslumbrante e admirável.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Homem-Aranha: através do aranhaverso” traz camadas ainda mais profundas de nossos personagens favoritos, além de conseguir introduzir novamente uma estética renovada e uma narrativa de tirar o fôlego. O visual multicolorido e cartunesco é sempre o enorme diferencial dessa película. É uma grande aquarela visual que foi desenhada milimetricamente nas telas grandes em formato de quadrinhos. Vá sem medo de se emocionar e se divertir. Vale demais o ingresso!

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