terça-feira, 20 de junho de 2023

Filmes

TRANSFORMERS - O DESPERTAR DAS FERAS (Avaliação 4/5 - Muito bom!)

 Novo longa da franquia se esforça em trama mais coesa e consegue o mesmo êxito de seu antecessor "Bumblebee". Vamos a análise!
 A franquia de filmes dos "Transformers" começou lá em 2007 com Michael Bay dirigindo o primeiro longa com altíssimos ares de novidade, pois naquela época foram empregados os limites máximos de tecnologia para a produção dos efeitos especiais tão ricos e detalhados como são as transformações dos robôs. Saltava os olhos tamanho esforço técnico para superar os limites do que havia de mais moderno em computação gráfica para gerar tais efeitos. Só que o tempo foi passando, e Bay começou a apostar demais nos efeitos e esquecer do básico: coerência e um roteiro bem escrito. A sua quintologia virou uma bagunça de explosões, robôs desenfreados, humanos sem sentido na trama e muita lataria para pouca história. O 'reboot' então veio em 2018 com "Bumblebee" e trouxe, além de grandes melhorias na parte técnica e tecnológica, uma história mais contida com apenas um personagem robô e um humano em foco, com uma nova 'roupagem' no roteiro e um traço um pouco mais refinado para a narrativa. Chegamos então ao segundo capítulo dessa nova safra de filmes dos robôs gigantes com mais um saldo positivo: efeitos generosamente mais bem trabalhados e uma trama que encaixa bem os protagonistas humanos no eixo dos gigantes de metal. Veremos um pouco mais do porquê considero esse filme muito bom mais abaixo.

Autobots e Maximals se unem em grande batalha.

 Uma narrativa que se mantém firme para fazer sentido. Todo bom filme que se preze precisa de um bom roteiro que justifique os atos de cada personagem envolvido na trama. Fato isso. Esse faz até muito bem isso com dois novos personagens humanos que foram selecionados para esse novo capítulo da saga. Os atores Anthony Ramos (Noah) e Dominique Fishback (Elena) são bem introduzidos no contexto do longa e parte integrante da grande narrativa. Conseguem até ser peças-chave em alguns momentos e isso soa muito bem para mim. Apesar de eu sempre querer ver só os robôs em um filme só para eles (sem adição humana nenhuma), dessa vez tenho que aceitar o fato de que, pelo menos, eles não estão jogados no meio daquela batalha toda apenas para atrapalhar ou fugir. Os personagens cumprem seu propósito no todo da produção. Ponto bem positivo esse.
 Tecnologia e efeitos visuais/especiais ainda mais refinados. Lembro bem em 2007 quando o primeiro filme da franquia saiu, mesmo sendo uma grande sensação para aquele período, os efeitos usavam muita trepidação das câmeras e uma fotografia que mais confundia do que mostrava as épicas batalhas do longa. Isso normalmente é feito para esconder possíveis erros de CGI e não tornar a experiência do espectador ruim. Passados mais de 15 anos, o grande acerto necessário para que isso fosse melhorado chegou. Há uma memorável batalha neste longa, e tanto a fotografia quanto os efeitos estão muito bem trabalhados e mostrando os personagens de forma integralmente mais fluida e suave. As câmeras tremidas (eu particularmente não gosto dessa técnica usada no cinema para dar a sensação de 'movimento' dos personagens em momentos de combate. Isso pra mim mais atrapalha que ajuda, principalmente em filmes que usam em demasia personagens em CGI, como é o caso desse) foram sumariamente retiradas dando lugar a belíssimos momentos de confronto e cenas com uma fotografia delineada com a função de mostrar de forma mais ampla e funcional os duelos entre os robôs gigantes. Sou sempre suspeito para falar, mas gosto demais de ver as transformações tão ricas e ultra detalhadas e os 'takes' nesse longa ajudam e muito a ter esse vislumbre de forma mais visceral. Outro ponto positivo também.

O design desse Maximal é belíssimo.

 Pecar pelo excesso. Embora eu ache que os protagonistas humanos sejam condizentes com a proposta do longa, é um pouco fadigante essa forma de intercalar subtramas humanas no meio da história dos robôs. Tudo bem que tanto 'Noah' quanto 'Elena' são relevantes, mas as trocas súbitas das cenas as vezes são bruscas demais e sempre soam desconexas a princípio. Só mais a frente quando todos se juntam a coisa vai ganhando forma. Isso causa 'quebra de expectativa', mesmo sabendo que nesse caso e no caso de 'Bumblebee' os humanos funcionam. A subtrama de 'Noah' com sua família é bacana, mas ainda assim desconexa com a realidade do filme percebe? O drama dele acaba não tendo 'peso' por ser deslocado demais da grande narrativa do longa. 'Elena' tem até bem mais conexão com o contexto que ele. Mas fica aqui meu incômodo sobre esse fato.
 O 3D dessa vez eu recomendo e acho justo assistir com o efeito. É bem feito e vai produzir uma ótima imersão para o público. Sempre fui e ainda sou um grande entusiasta da tecnologia, e sempre assisto no recurso quando ele vem com essa opção para dar uma dica aqui para quem gosta também porém não sabe se vale a pena o gasto. Pois digo que esse vale sim o valor e o divertimento.
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! "Transformers - O despertar das feras" tem história agradável, uma trama que, no geral, é coerente e um conjunto técnico excelente. Se você, assim como eu, gosta desses personagens e curte seus belíssimos efeitos e transformações na tela, vá que é diversão garantida. Vale muito o ingresso!

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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Filmes

HOMEM-ARANHA: ATRAVÉS DO ARANHAVERSO (Avaliação 5/5  Excelente!)

 ‘Através do aranhaverso’ eleva ainda mais seu nível e traz uma história muito mais profunda e cheia de camadas. Vamos a análise!
 O primeiro longa faz uma apresentação ao aranhaverso de um dos cabeças-de-teia mais legais juntamente com Peter Parker, que é Miles Morales. O adolescente do Brooklyn também possui introdução aos seus poderes parecidos com os outros porém ele é um jovem ainda cheio de medos e no início de uma das fases mais importantes da vida. E um dos muitos pontos que dá o tom dessa animação é que ela foi muito bem escrita, pois Miles é extremamente carismático e suas questões pessoais – principalmente quando os pais aparecem – são tangíveis e palpáveis a qualquer pessoa que já viveu dilemas nesse momento de sua trajetória. E é justamente isso que faz o personagem se aproximar ainda mais do público tanto quanto Parker, pois além da responsabilidade de ser um herói, ele ainda tem de encarar os desafios cotidianos que permeiam a sua volta. Fora que o teor artístico da primeira animação é estiloso, inovador e com uma estética totalmente diferenciada das demais produções do gênero, o que lhe rendeu o Oscar 2019 de ‘Melhor animação’ a época. E agora temos a continuação dessa saga que consegue algo dificílimo para as produções de ‘Hollywood’: superar e muito a obra original. Darei detalhes sobre mais abaixo.

Estilo artístico moderno e arrojado.

 Aprofundamento da narrativa e dos conceitos que permeiam o que é ser um ‘Homem-Aranha’. Não só a complexidade do roteiro em introduzir os conceitos sobre esse multiverso, mas a apresentação mais elaborada de SpiderGwen trouxe novas direções para a história que fazem o espectador entender as bases de cada um desses universos. A introdução com a trama de Gwen é majestosa e dramática ao mesmo tempo. Isso já converte o tom da animação em algo tracejado para um publico mais adulto logo de início. No entanto, as explicações e nuances do longa conseguem alcançar espectadores de todas as idades de maneira geral sem prejudicar em nada o andamento da trama. É de impressionar ver como os diálogos são bem trabalhados a ponto de não serem extremamente infantis e nem demasiadamente pesados para os pequenos, que irão entender o filme mesmo com os temas densos que ele oferece por vezes. Os roteiristas souberam introduzir muito bem as falas e as cenas em prol de criar camadas que verbalizam um entendimento amplo das situações apresentadas na animação. Junta-se isso ao colorido frenético que a película possui – que acrescenta doses interessantes ao que a narrativa se propõe – e então temos o ‘tempero’ certo entre texto e contexto dessa colossal aventura.
 Estilo artístico mais uma vez inovador. O padrão das animações atuais compreende em usar e abusar de elementos de computação gráfica para caprichar ao máximo nos conceitos básicos de representação dos personagens em tela. E quanto mais a tecnologia avança, melhor esses detalhes e efeitos ficam. Mas a equipe de ‘Através do Aranhaverso’ decidiu optar – isso desde o primeiro longa – por uma camada a mais na computação, usando doses de elementos multicoloridos fazendo parecer mesmo uma história em quadrinhos escrita e desenhada na tela em tempo real. A cartunização estlizada dessa vez cria uma ambiência narrativa para cada contexto do longa. É como se as cores representassem o tom de cada personagem, de cada personalidade inserida dentro do multiverso aranha. E essa ‘psicodelia imersiva’ vejo como um grande diferencial em relação ao primeiro e ao meu ver mais uma vez inova em usar as cores não só como parte da grande história contada como em aspectos minimalistas de cada subtrama apresentada ao longo. As paletas usadas no conceito de destacar a história de cada um dos protagonistas é ao mesmo tempo deslumbrante e encantadora. Traz foco e autenticidade seja tanto a SpiderGwen, quanto Miles, Peter e outros que englobam a grande narrativa do longa.

Gwen e Miles com sua família.

 Pais e filhos versus super-heróis. O grande charme e, talvez, uma das maiores qualidades dessa animação está no fato de termos heróis jovens que tem família e cada um deles enfrentam seus dilemas de formas diferentes. É como se o multiverso fosse a vida real retratada em forma de universos paralelos entende? Os pais não sabendo lidar com os dilemas adolescentes dos filhos (no caso de Peter Parker vemos ele lidando com uma bebê de poucos meses e ainda de colo), os filhos por sua vez não sabendo lidar com as novas cargas de responsabilidades que os sobrevêm e tudo isso são assuntos nossos do dia a dia nas diversas camadas da sociedade. O paralelismo do multiverso com a realidade que nos cerca é tão tocável que você sente a dor dos personagens, sente a doçura (o Miles é de uma fofura e carisma sem medidas), o peso da idade deles e quão grandes dores eles terão de enfrentar no futuro. Isso traz uma dualidade única entre o heroísmo dos protagonistas no filme e os reais desafios que um jovem enfrenta no mundo real aqui fora. Traz verossimilhança a níveis táteis e é por isso que essa produção é tão deslumbrante e admirável.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Homem-Aranha: através do aranhaverso” traz camadas ainda mais profundas de nossos personagens favoritos, além de conseguir introduzir novamente uma estética renovada e uma narrativa de tirar o fôlego. O visual multicolorido e cartunesco é sempre o enorme diferencial dessa película. É uma grande aquarela visual que foi desenhada milimetricamente nas telas grandes em formato de quadrinhos. Vá sem medo de se emocionar e se divertir. Vale demais o ingresso!

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domingo, 4 de junho de 2023

Filmes

VELOZES E FURIOSOS 10 (Avaliação 3/5 - Bom!)

 Novo longa da franquia mantém a surrealidade mas entretém quem está disposto apenas a diversão descompromissada. Vamos a análise!
 Que 'Velozes e Furiosos' já virou uma galhofa faz tempo isso todo mundo já sabe. Esqueça as leis da física, da gravidade, ignore Newton e você vai ter ao menos motivos para rir e se distrair no cinema sem nenhuma preocupação. Aliás, a fórmula dessa franquia, que mudou drasticamente do original, é o que faz ela estar viva até hoje com altíssimos índices de bilheteria. Não é mais sobre o natural. Trata-se claramente do impossível e do improvável em um longa que mais parece filme de super-heróis do que uma franquia de ação. Junte a tudo isso personagens que parecem saídos dos quadrinhos e temos então uma fórmula que não cansa de fazer sucesso, mesmo ela sendo uma avalanche de bizarrices e impossibilidades durante todo o tempo. E apesar da fórmula absurdamente repetitiva, ela tem a cada edição seus méritos e deméritos. Veremos o porquê disso logo abaixo.

Toretto continua fazendo o impossível.

 Uma franquia cheia de inconsistências. Desde que surgiu, em 2001, a franquia já mudou seu estilo narrativo algumas vezes, matou e reviveu personagens com explicações convenientes no roteiro, mudou o contexto dos personagens de arruaceiros de rua para heróis mercenários, trouxe vilões que viraram aliados, além das cenas mais 'fora da curva' que existem em filmes desse tipo, entre outras enormes gama de loucuras que muitas das vezes beiram o 'nonsense' mas que, convenhamos, o público acabou abraçando tudo isso e desconsiderando a lógica e o efeito prático que elas deveriam ter. No somatório geral, são justamente essas inconsistências que traduzem o que é hoje a saga de filmes. Uma deliciosa bagunça que culmina em um roteiro despreocupado com a coerência e um público descompromissado com o roteiro (rsrs). Por isso o enorme sucesso.
 Um vilão sádico e oportunista. Depois do sucesso de "Aquaman", Jason Momoa despontou em Hollywood como um grande figurão da indústria. Cotado para vários filmes e séries, agora ele está na pele de um dos vilões mais loucos, insanos, irônicos e perturbados de todos da saga. Dono de um enorme carisma, o ator imprime ali uma boa veia do seu potencial artístico e nos conduz a uma história de vingança que beira os limites da incredulidade. O que ele faz no longa é de aplaudir do tanto que o personagem é psicótico. Ao tempo em que ele é impiedoso, consegue ser sarcástico no mesmo nível, o que faz dele uma "bomba relógio" ambulante capaz de destruir tudo e todos que cruzarem seu caminho. E a atuação de Momoa credibiliza sua vilania e o transforma em um dos melhores vilões da saga até agora. Uma ótima adição ao elenco sem dúvidas.
 Um roteiro cheio de conveniências. É lógico que um filme desses acha solução pra tudo como se fosse uma borracha apagando um erro cometido por uma escrita equivocada. O sentido do roteiro é dar base a história e nada mais. Tudo está ali pronto para ser usado de forma prática e sem muito esforço pelos personagens em geral. É como se os riscos existissem mas eles são só um mero detalhe. O que importa são os protagonistas seguirem seu rumo. Agora algo que me agradou nessa 'salada' toda foi o final do filme. Pela primeira vez na história da franquia o longa sai do 'final padrão' para uma cena cheia de impacto e certa tensão, o que dá margem para várias teorias do que pode acontecer no futuro. É esperar para ver "o que essa galerinha do barulho vai aprontar mais uma vez na Sessão da Tarde" (rsrs)

Momoa constrói um ótimo vilão.

 O 3D permanece aquele padrão da indústria onde se aplica a camada do recurso na pós-produção e o resultado é, digamos, meia boca. Nada como um filme tipo "Avatar" para ensinar a esses executivos, diretores e produtores a como fazer um 3D de absurda qualidade. Fica a seu critério dessa vez, querido leitor. Eu gosto do recurso para dar uma palhinha aqui para vocês. Mas dessa vez, com ou sem, não faz tanta diferença assim.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Muito embora eu tenha minhas restrições em relação a essa saga, "Velozes e Furiosos 10" ainda se prova um filme divertido na medida em que você esquece outros itens relevantes, como a lógica e as loucuras que ele tem. Querido leitor, se você quer apenas uns bons momentos de distração, vá sem medo porque eu me diverti bastante e espero que os próximos sejam assim. Abrace a galhofa e seja feliz (rsrs). Vale o ingresso!

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