sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Filmes

JUMANJI: PRÓXIMA FASE (Avaliação 4/5 - Muito bom!)

Ótimo poster nacional! ^^

 Novo longa da franquia ‘Jumanji’ é divertido, leve, funcional e continua altamente cômico. Vamos a análise!
 Escolhas corretas de direção e elenco podem fazer com que um filme tenha êxito para o público ao qual se destina de forma satisfatória. No caso de ‘Jumanji’, originalmente protagonizado pelo saudoso Robin Willians, havia uma necessidade enorme de atualizar o roteiro para uma adaptação mais moderna, dentro do contexto atual. E não que isso desmereça o filme original. De forma nenhuma. Há um bom legado deixado que inclusive trouxe novamente a vida o interesse pela mitologia criada em torno da história do longa. Remodelado e lançado em 2017 (EUA) e em 2018 por aqui, sua premissa certeira juntamete com um elenco de peso foi a ‘receita de bolo’ que deu certo e trouxe bons ventos a franquia, que quase alcançou 1 bilhão em bilheteria na ocasião.
 E justamente o que funcionou no segundo filme (o primeiro dessa nova adaptação), foi novamente explorado nesse terceiro (segundo atual, pois estou contabilizando com o original). Roteiro leve, porém bem conduzido, interpretações hilárias e bem postas de Dawyne Johnson, Kevin Hart, Jack Black e Karen Gillan e adições relevantes ao elenco fizeram desse também a receita inevitável do sucesso. ;)
Bem cômica essa cena. (rsrs)

 A começar pelas adições, os lendários Danny Glover e Danny DeVitto foram fundamentais para condução da hilariante narrativa, uma vez que Dwayne Johnson e Kevin Hart se tornam avatares dos seus respectivos personagens no jogo. E como a química entre Johnson e Hart funciona bem em comédia, o ‘timing’ das piadas segue em bom compasso nesse também. Jack Black mantém o ritmo cômico do longa anterior com tiradas fáceis e riso solto. Como são avatares, precisam imitar seus respectivos jogadores ‘reais’, e isso é o que tem tornado esses novos filmes extremamente eficientes do ponto de vista narrativo. O ponto que define o melhor momento é justamente essa ‘troca’ que os atores fazem em se transpor para a personalidade de seu respectivo jogador. É aonde eles realmente tem que se esforçar para caricaturar cada um de forma crível, fazendo o público identificar que são aqueles mesmos que estão ali. E a competência de cada um deles - e isso também inclui Nick Jonas, Karen Gillan e Awkwafina - em captar e transportar esse comportamento é o que, na minha humilde opinião, faz o longa ser tão convincente e prazeroso de se ver. É exatamente essa ‘engrenagem’, encenada de forma tão irreverente, que produz riso e dita o tom de toda a película (com destaque para os insanos momentos em que Jack Black tem de se portar como uma mulher quando a jogadora é feminina. É de chorar de rir – rsrsrs).
Ótimo elenco! ;)

 A execução do filme em 3D é muito funcional e isso traduz em bons momentos. Os ótimos efeitos especiais do longa pedem esse ajuste e ele é obtido de maneira aceitável durante toda a projeção. Como o mundo de Jumanji é um game de mundo aberto, nada mais justo que possuir margem para que o recurso fosse bem empregado. Em suma, acredito que sim, a experiência tornar-se-á mais prazerosa se for utilizada a tecnologia. Recomendo o investimento dessa vez! ;D
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! Como citei no início, “Jumanji: Próxima Fase” tem elenco extremamente certeiro e muito bem entrosado para a proposta da película. A química entre os atores e a bem produzida narrativa ainda vai render outros ótimos filmes – se não terminar no próximo. É diversão leve, garantida e com gargalhadas muito altas durante. Vale muito o ingresso! :D

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Filmes

O ESCÂNDALO (Avaliação 4/5 - Muito bom!)

Cartaz nacional do filme.


 Longa protagonizado por grandes estrelas do cinema traz a tona um lado sombrio do mundo das celebridades jornalísticas. Vamos a análise!
 Tudo o que a gente vê em qualquer tipo de mídia esconde o lado mais difícil de se perceber que são os bastidores daquele conteúdo. São as entrelinhas daquilo que não conseguimos enxergar que fazem toda aquela roda midiática funcionar. Mas nem sempre tudo é ‘glamour’. Nem sempre o que é mostrado é de fato fruto de competência e estudos. As vezes, há casos e situações que precisam ser analisados mais a fundo para se perceber que o mundo não é só o que nos é mostrado sem defeitos em tela. E é exatamente isso que esse filme se propõe. Ele visa não só mostrar a escuridão de quem está por trás das câmeras (no sentido literal e figurado) como também denunciar de certa forma todo o aparato psicossocial dos envolvidos no grande jogo do poder daqueles que comandam para aqueles que são comandados. E o que se vê nesse é um preço a se pagar muito caro por sinal.
Trio perfeito! ;)

 O filme aborda, de forma muito profunda e dramática, um fato ocorrido em 2016 com o então presidente da Fox News, Roger Alies, que agia de forma inescrupulosa assediando mulheres em favor de mantê-las em seus postos de trabalho. E as atrizes Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie cumprem de forma brilhante seus papéis em demonstrar toda a dura situação que viveram essas pessoas reais nas mãos de um homem de poder. Charlize e Nicole vivem as jornalistas reais Megyn Kelly e Gretchen Carlson, ambas funcionarias do canal na época e Margot vive uma personagem fictícia que representa tantas outras que sofreram com esse tipo de abuso. A liberdade narrativa entregue a Margot fez com que ela demonstrasse de forma muito assertiva e comovente todo o choque produzido por aquela constrangedora situação. Não por menos, rendeu-lhe uma indicação ao Oscar 2020 na categoria de ‘Melhor atriz coadjuvante’. Em contrapartida, Gretchen Carlson (Nicole Kidman) foi a pessoa que teve a coragem de encarar e iniciar a onda de denúncias contra o poderoso chefe de TV. Megyn Kelly (Charlize Theron) aproveita esse momento para também elucidar e encorajar outras a se expor mediante tal contexto. E ambas as atrizes são igualmente convincentes em demonstrar os fatos com muita competência. Igualmente, Charlize Theron também está indicada ao Oscar 2020 na categoria ‘Melhor atriz’.
John Lithgow interpreta Roger Alies.

 Embora o roteiro seja justo, há alguns momentos em que ele ‘peca’ por não direcionar bem o espectador durante as cenas - por vezes se torna até meio confuso -, mesmo sendo eficaz o suficiente para as protagonistas brilharem. Mas dentro de um contexto geral, ele é funcional e nos mostra uma incômoda verdade que persiste em boa parte do meio televisivo em geral. Traduz em uma profunda reflexão de quem nós somos no meio de pessoas grandes. Servimos como seres humanos ou somos objetificados pela ganância e pelo ego? Abrindo o leque para um debate mais amplo: quantos de nós fomos ou somos capazes de se deixar ser humilhados em prol de se manter em alguma espécie de ‘status’ ou simplesmente porque aquele trabalho é o que garante o pagamento de suas contas? Fechando o leque e voltando ao assunto abordado no filme: quantas outras tantas mulheres em outros inúmeros lugares não se identificaram com essa situação? São muitas questões envolvidas e a discussão é ampla e firme sobre esse tão delicado assunto.
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “O escândalo” produz reações das mais diversas e incômodas no espectador e é justamente por isso que ele é tão interessante e produtivo. Faz-nos pensar em como muitas das vezes nossos olhos nos enganam. Faz-nos refletir no real valor da vida humana como um todo e no valor da mulher nesse caso. E no quanto o poder vindo de forma bruta pode ser um perigo para aquelas pessoas que não o sabem administrar. É um ótimo filme para ser visto e estudado. Vale muito o ingresso!

domingo, 5 de janeiro de 2020

Filmes

MINHA MÃE É UMA PEÇA 3 (Avaliação 4/5 - Muito bom!)


Cartaz ótimo e cômico. rs

 Novo longa da franquia continua irreverente e divertido, mantendo basicamente o mesmo padrão dos outros dois filmes. Vamos a análise!
 Desde que Paulo Gustavo criou a personagem ‘Dona Hermínia’, nossa maneira de olhar o comportamento das mães certamente mudou. Isso porque, além de a personagem ser uma caricatura da própria mãe dele, há também um pouquinho de cada atitude de uma mãe em cada fala, cada gesto, cada bronca. É impossível negar isso. E ele conseguiu de forma hilária contextualizar o enredo 'família' e o colocou em outro patamar. E é justamente isso que faz os três longas da franquia serem tão bacanas: a identificação do público com as situações hilariantes e, em certos momentos, até comoventes da protagonista e seus três filhos.
O figurino já te faz rir...rsrsrs

 A química entre Paulo Gustavo, Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo dão o tom e funcionam muito bem durante a projeção. É extremamente cômico ver os três em tela contracenando e trabalhando as situações familiares com tanta relevância e verossimilhança. O cotidiano é transformado em um delicioso ‘show’ de piadas e fluem até de forma orgânica. Não vejo tentativa de forçar nada. Tudo acontece da forma mais natural possível dentro do bom e coerente roteiro. Incluindo a transposição contextual de sua própria vida relatada ao longo da franquia. Muito bom! ;)
 Dessa vez ‘Dona Hermínia’ vai ter de lidar definitivamente com a saída dos seus dois filhos (o terceiro mais velho já morava longe desde o primeiro filme) de casa e isso vai mexer profundamente com sua estrutura. Controladora e exigente, quer que as coisas sejam e aconteçam sempre do seu jeito (Alguma mãe aí se identifica? rsrs). Mas as ‘crianças’ crescem e cada um quer alçar seus próprios voos. Impedir essa evolução natural é muitas das vezes limitar e ‘cortar as asas’ das próprias crias. Apesar de hilário em seu contexto, é uma verdade universal. E é lógico que nem ‘Dona Hermínia’ vai conseguir lidar com isso fácil. Mas quando se entende isso, que os filhos precisam crescer e amadurecer, isso é a real forma de amar os seus. Não proíba seus filhos de saírem da ‘barra de sua saia’, mas aprenda a ser ponderada(o) e coerente. Isso pode prejudicar muito a construção cognitiva de maturidade neles. E quem vai arcar com os prejuízos são os próprios pais mais tarde, se não se aperceberem disso. Pense nisso e reflita. :)
Esse trio é ótimo e funcional! ;)

 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! O hilariante Paulo Gustavo nos dá mais uma vez um ‘show’ de performance construindo uma interessante personagem que, mesmo se identificando com sua própria vida, consegue se remeter a todos os contextos de família sem perder o rumo da história que ele mesmo quer contar. Nas entrelinhas, a família ainda é essencial para a construção – ou não, vai depender da forma de criação de cada um – do caráter e da personalidade dos filhos. E a visão desse contexto no filme é clara e muito, mas muito divertida e emocionante. Vale a pena sim cada centavo investido. Vale muito o ingresso! ;D