VENOM - A ÚLTIMA RODADA (Avaliação 3/5 - Bom!)
Terceiro longa do anti-herói mais amado dos quadrinhos se mostra
apenas uma 'galhofa divertida' nas mãos da Sony. Vamos a análise!
Desde a primeira aventura de 'Venom' em 2018 com Tom Hardy, muito se
especulou sobre o que a Sony abordaria dentro da premissa que a
produtora tinha em mãos. Afinal de contas, a 'real prata da casa' já
estava com os direitos divididos com a Disney/Marvel tempos antes.
Pois bem, fazer um longa de um personagem que tem ligações
intrínsecas e diretas com o 'Cabeça de Teia' era uma jogada
arriscada, por assim dizer. Ainda assim, o primeiro longa se
demonstrou firme em suas próprias convicções e faturou uma bela
bilheteria a época. Mas não se mostrou bom o suficiente para se
carregar sozinho. Qual a saída então? Não há dúvidas quanto à
direção narrativa vendo o segundo e o terceiro longa. Fazendo uma
breve ponte com o Universo Cinematográfico da Marvel e agora, em sua
terceira via, retornando ao seu próprio universo, a Sony quis deixar
claro que não, não será feito como nas HQ's e que esse universo
criado é paralelo e totalmente autoral. Vendo por este espectro, dá
pra estabelecer diferenças, desapegar de alguns conceitos e 'fingir'
mesmo que a Sony criou sua própria trama peculiar com o simbionte
negro. A partir daqui e de todo esse contexto, farei minhas
impressões de acordo com o terceiro filme em sua 'própria bolha'.
![]() |
Essa 'dupla do barulho'. |
Narrativa livre até demais. Uma vez desconectado de qualquer
responsabilidade em seguir sua dinâmica natural, isto é, os
quadrinhos, este terceiro filme escancara aquilo que já se esperava
sobre esse roteiro. Se nem o primeiro ou o segundo filme se levaram a
sério e nunca tentaram se demonstrar realmente adultos ou para
adultos, porque o terceiro o faria? A grande sacada em perceber os
rumos de direção e produção é que você já tem uma ideia do que
esperar do produto final. E aqui é piada misturada com galhofa que
se mistura com uma subtrama que luta para fazer algum sentido, mas
mesmo a duras penas não consegue, porque os diálogos,
principalmente entre 'Eddie' e 'Venom' não permitem que isso ocorra.
Qual a melhor opção então? O que está descrito no segundo
parágrafo desta resenha. Ver, assistir, se deleitar com esta obra como uma
produção à parte, desligar o cérebro e procurar se divertir da
melhor maneira possível. Nada de ficar criando teorias mirabolantes
que levem ao UCM. Nada de pensar que 'Homem-Aranha' vai aparecer.
Desconecte-se desses detalhes e tenha uma interação divertida e
boas cenas de ação. É sobre isso.
Tom Hardy mais uma vez
carrega o longa. Hardy e seu 'Eddie Brock' meio abobalhado conseguem
trazer um pouco do brilho do ator em tela. Pelo simples fato que o
personagem representa uma versão paralela ao original dos
quadrinhos. Sendo assim, Hardy teve de criar a personalidade de
'Eddie' baseado na construção do roteiro para o filme, e não no
que as HQ's mostram. E ele faz essa dualidade valer por sua boa
atuação. Os momentos cômicos, as tiradas e interações com
'Venom' fazem ele ainda ser o ponto mais alto do filme, até porque,
como já disse antes, os outros conceitos paralelos à trama
principal não se sustentam. Até o temido 'Knull, o deus dos
simbiontes' fica aquém. E foi bom ficar assim, para não estragar um
vilão tão interessante e que pode ser até melhor construído no
futuro. É esperar para ver.
![]() |
Cavalo 'Venom'. |
3D razoável, mas nada relevante. Tive a oportunidade de assistir no
recurso e mais uma vez é dispensável do ponto de vista de alguém
que não tenha tanto interesse nesse aprimoramento. Para entusiastas
como eu, valeu a tentativa. Mas ver sem os óculos certamente não
prejudicará a experiência como um todo.
Enfim, vale a pena
ver o filme? RECOMENDADO! "Venom - a última rodada" pode
claramente ser assistido como um delírio a parte em algum multiverso
muito louco da Sony - até porque ela mesma reitera essa ideia quando
traz o 'Eddie' pro UCM e volta -, tornando factível ver sem se
revoltar tanto. Considerei a galhofa, me iludi com ela e me diverti
bastante assistindo. É isso, caro leitor. Vale o ingresso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário