segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Filmes

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VENOM - A ÚLTIMA RODADA (Avaliação 3/5 - Bom!)

 Terceiro longa do anti-herói mais amado dos quadrinhos se mostra apenas uma 'galhofa divertida' nas mãos da Sony. Vamos a análise!
 Desde a primeira aventura de 'Venom' em 2018 com Tom Hardy, muito se especulou sobre o que a Sony abordaria dentro da premissa que a produtora tinha em mãos. Afinal de contas, a 'real prata da casa' já estava com os direitos divididos com a Disney/Marvel tempos antes. Pois bem, fazer um longa de um personagem que tem ligações intrínsecas e diretas com o 'Cabeça de Teia' era uma jogada arriscada, por assim dizer. Ainda assim, o primeiro longa se demonstrou firme em suas próprias convicções e faturou uma bela bilheteria a época. Mas não se mostrou bom o suficiente para se carregar sozinho. Qual a saída então? Não há dúvidas quanto à direção narrativa vendo o segundo e o terceiro longa. Fazendo uma breve ponte com o Universo Cinematográfico da Marvel e agora, em sua terceira via, retornando ao seu próprio universo, a Sony quis deixar claro que não, não será feito como nas HQ's e que esse universo criado é paralelo e totalmente autoral. Vendo por este espectro, dá pra estabelecer diferenças, desapegar de alguns conceitos e 'fingir' mesmo que a Sony criou sua própria trama peculiar com o simbionte negro. A partir daqui e de todo esse contexto, farei minhas impressões de acordo com o terceiro filme em sua 'própria bolha'.

Essa 'dupla do barulho'.

 Narrativa livre até demais. Uma vez desconectado de qualquer responsabilidade em seguir sua dinâmica natural, isto é, os quadrinhos, este terceiro filme escancara aquilo que já se esperava sobre esse roteiro. Se nem o primeiro ou o segundo filme se levaram a sério e nunca tentaram se demonstrar realmente adultos ou para adultos, porque o terceiro o faria? A grande sacada em perceber os rumos de direção e produção é que você já tem uma ideia do que esperar do produto final. E aqui é piada misturada com galhofa que se mistura com uma subtrama que luta para fazer algum sentido, mas mesmo a duras penas não consegue, porque os diálogos, principalmente entre 'Eddie' e 'Venom' não permitem que isso ocorra. Qual a melhor opção então? O que está descrito no segundo parágrafo desta resenha. Ver, assistir, se deleitar com esta obra como uma produção à parte, desligar o cérebro e procurar se divertir da melhor maneira possível. Nada de ficar criando teorias mirabolantes que levem ao UCM. Nada de pensar que 'Homem-Aranha' vai aparecer. Desconecte-se desses detalhes e tenha uma interação divertida e boas cenas de ação. É sobre isso.
 Tom Hardy mais uma vez carrega o longa. Hardy e seu 'Eddie Brock' meio abobalhado conseguem trazer um pouco do brilho do ator em tela. Pelo simples fato que o personagem representa uma versão paralela ao original dos quadrinhos. Sendo assim, Hardy teve de criar a personalidade de 'Eddie' baseado na construção do roteiro para o filme, e não no que as HQ's mostram. E ele faz essa dualidade valer por sua boa atuação. Os momentos cômicos, as tiradas e interações com 'Venom' fazem ele ainda ser o ponto mais alto do filme, até porque, como já disse antes, os outros conceitos paralelos à trama principal não se sustentam. Até o temido 'Knull, o deus dos simbiontes' fica aquém. E foi bom ficar assim, para não estragar um vilão tão interessante e que pode ser até melhor construído no futuro. É esperar para ver.

Cavalo 'Venom'.

 3D razoável, mas nada relevante. Tive a oportunidade de assistir no recurso e mais uma vez é dispensável do ponto de vista de alguém que não tenha tanto interesse nesse aprimoramento. Para entusiastas como eu, valeu a tentativa. Mas ver sem os óculos certamente não prejudicará a experiência como um todo.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! "Venom - a última rodada" pode claramente ser assistido como um delírio a parte em algum multiverso muito louco da Sony - até porque ela mesma reitera essa ideia quando traz o 'Eddie' pro UCM e volta -, tornando factível ver sem se revoltar tanto. Considerei a galhofa, me iludi com ela e me diverti bastante assistindo. É isso, caro leitor. Vale o ingresso!

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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Filmes

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ROBÔ SELVAGEM (Avaliação 5/5 - Excelente!)

 Nova animação da DreamWorks é de uma sublimidade de trama e roteiro sem igual. Vamos a análise!
 Há algum tempo o estúdio da 'Universal' tem nos trazido ótimas animações como os recentes 'Gato de Botas 2' e 'Kung Fu Panda 4'. Todavia vejo a produtora apostando alto e indo bem mais longe com este novo longa. Até porque ele não é uma história convencional. O núcleo principal da trama não é sobre 'mocinhos' e 'vilões'. Não é sobre quem 'vence' ou quem 'perde'. É uma jornada rumo a descobertas diárias da vida. Convívio, conhecimento, amizades, pertencimento, relacionamentos. É uma aula sobre a filosofia da vida interpretada por animais e robôs. E é exatamente isso que faz ela ser tão deslumbrante e peculiar. Veremos um pouco mais dos porquês nos parágrafos abaixo.

'Roz' e o pequeno 'Bico-Vivo': improváveis.

 A vida é o que sentimos. 'Roz', uma robô complexa náufraga em uma floresta decide se colocar em funcionamento programado para ajudar os 'habitantes' daquele lugar. Mas ela logo percebe que seus ajustes de nada funcionam por ali, tendo a própria robô que se adequar ao novo ambiente. Sem dar ‘spoilers’, essa é sem dúvida a primeira questão filosófica interessante: a de que nem sempre o ambiente nos favorece em nossas habilidades e muitas das vezes precisamos sim, em alguns casos, nos ajustar para poder conviver. Não falo de ambientes tóxicos e nem o filme em momento algum é sobre esse assunto. O que ele aborda é que mudanças em nós são necessárias em determinados ambientes, como por exemplo você sair da sua cultura local e ir morar em um outro local de cultura diferente da sua. É sobre isso que a narrativa discorre sobre a robô 'Roz'. Para o que ela foi programada, não havia utilidade ali. E ela teve que se reinventar para sobreviver. Texto sublime para extrair várias lições.
 O meio pode mudar você. Uma segunda questão filosófica riquíssima é como a 'Roz' se adapta ao meio por perceber que, ao resguardar um ovo de ganso, ela cria uma conexão com aquele animal de tal forma que entende que precisa protegê-lo, mesmo que em um plano inicial ela fique sem entender o porquê. Gansos tem a tendência de seguir quem os acompanhou desde antes do chocar dos ovos, e isso fez com que o ganso 'Bico-Vivo' achasse que 'Roz' era sua mãe. E uma outra grande jornada de descobertas se escala a partir daí. 'Roz' resiste, mas percebe que a vida é feita sim de laços improváveis que porventura podem se tornar grandes fontes de companheirismo e amizade no futuro. Somos o produto do meio em que vivemos. A ideia do filme é mostrar que o meio também é fator relevante na hora de separar quem amamos ou deixamos de amar. Tanto que 'Astuto', a raposa que a princípio começa com um determinado propósito, acaba sendo um excelente exemplo do quanto o meio pode nos transformar. É magnífica e singular essa interpretação.
 Convivendo com as diferenças em prol de um objetivo único. Cada animal da floresta tem seu próprio instinto de sobrevivência. Mas filosoficamente falando em uma terceira ideia do filme, as vezes se unir é melhor do que morrer. Sem 'spoilers' aqui mais uma vez, o senso comum faz com que as pessoas lutem em prol de um mesmo ideal, mesmo sendo tão diferentes umas das outras. É isso que faz um povo forte. É isso que 'Roz' fez no longa. (Um adendo: Ela 'descobriu' um novo meio ao qual ela pertencia e se sentiu acolhida por ele em um dado momento. Nem sempre 'pertencimento' é sinônimo de 'lugar comum'. E o desfecho do longa faz pensar bastante sobre isso). E é essa a mensagem claramente transmitida para a audiência: de que sim, somos capazes de enfrentarmos e vencermos dificuldades gigantes quando nos movemos em conjunto (mudanças em vertentes sociais, políticas, trabalhistas, falando sobre o mundo real) mesmo sendo nós tão diferentes em posturas, histórias e opiniões. O alvo maior em comum pode fazer, se quisermos e aceitarmos, nos unir em prol de uma vitória maior. Visceral essa mensagem do longa.

'Roz' e 'Astuto': ainda mais improváveis.

 3D entrega muito pouco pela incrível história que a película oferece. O recurso só aprofunda o belíssimo e encantador visual da animação. E nada mais. Acho que esse longa merecia um tratamento muito mais adequado pelo que o roteiro e a narrativa a que se propõe. Seus visuais e história são suficientemente belos e os óculos não acrescentam muito dessa vez. Fica a seu critério, caro leitor, dessa vez.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! "Robô Selvagem" é uma animação sensível e tocante, pois poucas tratam de assuntos tão profundos e tão complexos com tamanha maestria. Além do deleite visual, o enredo oferece ainda mais questões filosóficas a se pensar. Eu destaquei algumas, meu amigo leitor. E aí, o que mais pode se acrescentar? Escreva aqui nos comentários. Belíssimo trabalho. Candidato fortíssimo a uma indicação ao Oscar 2025. Vale demais o ingresso!

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