MISSÃO IMPOSSÍVEL: ACERTO DE CONTAS PARTE 1 (Avaliação 5/5 - Excelente!)
Novo longa da franquia mantém a intensidade, o ritmo e a qualidade
ao longo dos anos sem perder sua essência e identidade. Vamos a
análise!
Com seu primeiro filme lançado em 1996 – a saga em
breve vai fazer 30 anos de existência -, ninguém poderia imaginar
que essa produção alçaria voos tão altos e que seria tão
longeva, a não ser por um detalhe bem significativo: a cada nova
produção, o filme tem a capacidade de se reconstruir e melhorar
naquilo que já havia sido muito bom em filmes anteriores. Ou seja,
“Missão Impossível” é para mim um grande marco na história do
cinema atual, por ter essa constância ao longos dos anos e por ter
um enredo tão atraente e mais interessante a cada novo longa.
Sabemos também que Tom Cruise tem méritos e méritos nessa
empreitada, quer por sua atuação firme, quer por suas peripécias
mais insanas gravadas sem ajuda de dublês. E neste filme ele foi
muito mais além, conseguindo feitos inacreditáveis usando muito do
seu esforço e praticamente sendo o filme todo feito somente por
efeitos práticos, sem o uso excessivo de CGI. É um diferencial que
poucos filmes de ação desse nível e atores conseguem. Acredito sem
dúvidas que esse é um dos principais motivos dessa franquia ser tão
querida e lucrativa ao longos dos anos. Veremos um pouco mais sobre o
filme em si mais abaixo.
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Quarteto sempre impecável. |
Uma trama simples, porém muito bem elaborada. O desenvolvimento
narrativo de qualquer produção é um dos pilares que fazem com que
o espectador mantenha seu interesse pela obra. E por mais que a trama
desse seja categoricamente simplória (um par de chaves
interconectadas encontrados no fundo do ártico que eram de um
submarino russo são o enigma e a peça principal por desencadearem
uma série de perguntas sem respostas que os levarão a uma das suas
mais arriscadas e perigosas missões; essa é basicamente a premissa
de todo o filme), é na construção da narrativa e dos diálogos que
o epicentro da trama se aprofunda, se tornando densa, fria, cheia de
camadas e com várias reviravoltas ao longo. Entenda, o que parece
uma história simples ganha profundidade justamente na forma como
esse roteiro é conduzido. O jogo de interesses dos personagens, bem
como as pontuadas atuações, além também das cenas de ação –
falarei mais adiante sobre – é o que fazem “Missão Impossível”
ser o que é hoje: uma franquia de ação com espionagem do mais alto
calibre e que cumpre de forma exemplar seu papel de entreter e, ao
mesmo tempo, ser tão enigmática e dramática, conseguindo trazer a
real sensação de urgência e de perigo para o público sem perder o
norte e a responsabilidade do nome e do ator que a carrega. Muito bom
isso!
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Pom Klementieff: ótima adição ao elenco. |
Ação frenética com muitos efeitos práticos. Uma outra grande
qualidade dessa saga de filmes é a maneira prática como as cenas
são produzidas. Nada de efeitos especiais em demasia, telas verdes
de fundo ou até mesmo dublês (para o caso de Tom Cruise). Tanto a
direção quanto o astro principal querem fazer parecer que todo o
filme seja o mais natural possível – embora algumas situações em
que Tom participa não sejam nada ‘normais’, por assim dizer. E
nesse o nível das ‘missões impossíveis’ tem subido
substancialmente, meu caro leitor. O que direi aqui não é
‘spoiler’, está nos trailers e nos ‘spots’ já lançados
mostrando como foram feitas algumas partes da ação do filme. Mas
vamos lá: a cena de Cruise correndo com a moto em uma alta montanha
e descendo dela foi real e gravada várias e várias vezes até que
houvesse o ponto de refinamento ideal para o corte final. Sim, meu
caro leitor, você que ainda não sabia disso, fique sabendo: Tom
Cruise realmente pulou com aquela moto de um penhasco de verdade! O
diretor Christopher McQuarrie chegou a afirmar que no primeiro ‘take’
real da gravação (após incansáveis estudos e ensaios do ator para
o momento), ele já via preocupações sobre o perigo que o ator
corria e já havia decidido que aquela cena seria a do filme. Porém,
Tom não gostou do que foi filmado e desceu mais seis vezes (isso
mesmo que você leu) aquele penhasco até ele achar que aquela parte
ficou bem produzida. Lógico que há todo um aparelhamento de
segurança (que normalmente é retirado digitalmente para o corte
final), mas mesmo assim tudo aquilo visto em tela foi verdadeiro. Até
a cena do trem, o mesmo era de verdade (não era CGI, podem pesquisar
sobre). E isso tudo diz respeito, por mais louco que seja, ao que se
quer entregar como produto final para o espectador: uma experiência
realmente única e vista da forma mais realista possível. E nisso
Tom Cruise já virou mestre, em sempre nos presentear com momentos
incríveis e que reverberarão para sempre na memória tanto de quem
fez, dirigiu e produziu quanto no espectador que vê a qualidade
daquilo que está se entregando. Totalmente excelente!
Enfim,
vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Missão Impossível:
acerto de contas parte 1” já vale sua ida aos cinemas só pelas
peripécias de Tom Cruise. Porém a narrativa bem elaborada, as
certeiras adições ao elenco (que já tem uma base excelente) e a
dose de intrigas e espionagem que esta produção carrega, e que são
refinadas a cada novo filme, faz valer sempre a pena a espera pelo
próximo capítulo dessa saga. Vale demais assistir na melhor tela
que puder. Vale muito o ingresso!