quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Filmes

ADÃO NEGRO (Avaliação 4/5 - Muito bom!)


 Novo filme da DC estrelado por Dwayne Johnson entrega o que promete e é o puro ‘fan service’ que aguardávamos há tempos dentro do DCEU. Vamos a análise!
 Que ‘The Rock’ se tornou sinônimo de sucesso, isso todo mundo já tem conhecimento. Porém quando ele surge com a ideia de usar um personagem não tão conhecido do público em geral e dar vida a ele, criando em certo sentido uma nova mitologia sobre sua história (porque sim, Adão Negro nos quadrinhos é visto como um dos principais, senão o principal vilão de ‘Shazam’), a audiência como um todo ficou um tanto quanto duvidosa acerca desse projeto, pois a desconexão do protagonista de seu principal antagonista soaria como algo bem diferenciado a princípio. Soma-se a isso a percepção de incluir a ‘Sociedade da Justiça’ – time formado tempos antes da ‘Liga da Justiça’ nas hq’s e pouco conhecido fora de seu universo próprio – e temos aí uma série de improbabilidades acontecendo ao mesmo tempo nessa produção. O nome de Dwayne estava em jogo nessa arriscada empreitada, inclusive pelo fato dele ter produzido esse filme em sua própria produtora, o que colocaria o ator em uma situação ainda mais delicada, por assim dizer. No entanto, mesmo que alguns conceitos já bem manjados do público estejam bem presentes durante a execução do longa (como a famosa ‘jornada do herói’, por exemplo), o filme conta com uma direção de primeira qualidade, cenas de ação frenéticas e super estilosas (remetendo fortemente aos famosos desenhos da “Liga da Justiça” e “Liga da Justiça sem limites”) e efeitos especiais impecáveis e deslumbrantes que saltam os olhos de tamanha beleza e suavidade. E o que outrora soara como dúvida, agora podemos dizer que sim, “Adão Negro” é ‘fan service’ de primeira linha e já caiu no gosto do público geral com muita facilidade, pela notável identificação com as vertentes que fazem os personagens da DC serem tão queridos e amados ao redor do mundo. Um ponto já muito bom a se destacar, a princípio.

Adão Negro: ótima história de origem.

 Elenco entrosado e história do protagonista altamente bem contada. Um outro grande ponto a favor dessa produção diz respeito ao ótimo elenco que foi escalado para interpretar cada um dos heróis. A começar pelo próprio Dwayne (Adão Negro), ainda temos Pierce Brosnan (Sr. Destino), Noah Centineo (Esmaga-Átomo), Quintessa Swindell (Ciclone) e Aldis Hodge (Gavião Negro). Sabe quando se nota alguma naturalidade e certa química entre os atores e seus respectivos personagens? Isso acontece aqui neste amplamente e com muito esforço de toda a equipe de produção e direção. Com uma trama redondinha e um roteiro que, apesar dos vários clichês já tradicionalmente conhecidos (e alguns furos como o aparecimento da ‘Sociedade da Justiça’ sem nenhuma história pregressa, por exemplo), funciona perfeitamente bem dentro dessa proposta apresentada para o protagonista. É o Anti-Herói em sua jornada de redenção percebe? Embora isso seja já bem disseminado e não haja nada de realmente novo, ainda assim tudo funciona de forma divertida e leve, sem pressionar o espectador a entender nada mais profundo ou mesmo tentar se manter explicando o óbvio. A produção discorre em suas pouco mais de duas horas de duração sem cair o ritmo em nenhum momento e traz o entretenimento ideal sem perder seu rumo nem reinventar a roda. São atores interpretando muito bem seus personagens e a produção fazendo seu trabalho de corte final na medida, sem cansar nem se perder ao contar a história do filme baseado no seu personagem principal. E mesmo isso custando em certos momentos algumas inconsistências sobre determinadas situações (uma melhor destrinchada nas intenções vilanescas, citando um outro ponto), não afeta o todo de forma a maltratar a estrutura final da produção, justamente pelos excelentes pontos positivos mencionados durante esta resenha.

Ótima química entre os atores deste elenco.

 Efeitos especiais deslumbrantes e fotografia muito bem posicionada. As artes conceituais que foram produzidas antes da implantação dos efeitos especiais certamente foram muito bem trabalhadas para a elaboração do produto final, pois os efeitos visuais e especiais desse filme tem um toque de requinte finíssimo. É impossível negar isso. A arte apresentada no filme juntamente com as batalhas frenéticas e super bem coreografadas atestam um real selo de qualidade sobre esse quesito. Lembram daquelas cenas visuais lindíssimas em câmera lenta implementadas por Zack Snyder em sua versão de “Liga da Justiça”? Aqui elas também aparecem e dão um acabamento aos efeitos de forma belíssima. E os ‘takes’ da direção de fotografia captando esses memoráveis momentos são aquela ‘cerejinha do bolo’, ao meu ver. Percebe-se muito cuidado e esmero por parte de toda a equipe por trás desse filme para trazer algo que tanto o público em geral quanto os fãs realmente quisessem ver e gostar de fato. E o produto final que nos foi entregue é crível, facilmente alcançável e com enorme potencial para outras produções dentro desse novo momento da DC nos cinemas.
 Enfim, vale a pena ver? MUITO RECOMENDADO! “Adão Negro” é uma doce resposta aos fãs que estavam ávidos por ver novamente um produto de qualidade feito com os personagens da DC Comics. Publicadora esta que tem um portfólio incrível sendo desperdiçado por vezes em mãos que não sabe produzir e/ou sequer entender os fãs. Parabéns ao Dwayne, todo o elenco e sua equipe que nos brindou com algo digno, bonito e realmente divertido de se assistir. E ainda tem uma cena pós crédito (logo após os créditos iniciais) que é uma magnífica surpresa e um triunfal retorno. Se você é que nem eu e curte esse tipo de filme, vá, mas vá mesmo sem medo de se divertir e sair satisfeito do cinema como eu saí. Vale demais o ingresso!


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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Bíblia

 REFLEXÃO BÍBLICA

 "Ele estava no princípio com Deus" João.1.2
 Ao contrário do que muita gente pensa e acredita, Jesus não nasceu quando Maria O teve. Ele é o Senhor do Universo muito antes de qualquer criatura viva existir. Maria foi sua mãe terrena e apenas um invólucro para comportar a humanidade do nosso Senhor. E não, você não leu errado. Embora fora muito importante e agraciada, como diz as Escrituras, Maria foi apenas um instrumento de Deus usado para trazer Cristo em sua versão humana a Terra para cumprir seu propósito, pois como o texto em apreço nos diz, Ele estava lá no princípio com Deus. Ele, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, eram seres espirituais que já existiam desde a eternidade. Ei querido, Deus usa quem Ele quiser para abençoar. Porém não se pode jamais conceder a glória que pertence ao Pai a um ser humano qualquer. Maria foi tão ser humano quanto eu e você. Apenas aprouve a Deus usá-la para conceber a parte corpórea do Salvador da humanidade. Ela não pode ser a 'mãe de Deus' porque a Trindade - Pai, Filho, Espírito Santo - já existia muito antes de sequer qualquer ser humano se tornar um embrião. O próprio Jesus, certa vez, indagado pelo fato de que sua mãe e seus irmãos estavam lá fora e queriam falar com Ele, disse a pessoa que o indagou: 'Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?'. Parece dura essa sentença não é mesmo? Você acha que Jesus foi rude com sua mãe? Na verdade, Ele era e é muito mais do que aquilo que estavam vendo ali de corpo presente. Tanto que Ele finalizou: 'Quem faz a vontade do Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe'. Aqui já não era o ser humano Jesus envolto neste corpo terreno mortal. Era o Rei dos reis Eterno e Soberano que viveu no eterno passado e viverá para sempre. E antes que venha questionar algo, pense. Antes de retrucar, reflita. Pois no texto anterior, Ele era o Verbo que estava com Deus. E a lindíssima canção que complementa nossa mensagem de hoje é "Marine Friesen - Alfa e Ômega". Medite nessa palavra e seja abençoado em nome de Jesus!


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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Filmes

A MULHER REI (Avaliação - 5/5 - Excelente!)

 História nunca antes retratada sobre povo africano é muito bem abordada, dirigida e roteirizada nesta produção estrelada pela atriz Viola Davis. Vamos a análise!
 Um continente. Várias tribos. Propósitos distintos. Talvez seja assim que eu deva começar esse texto, pois cada minuto desse longa explora vertentes interessantíssimas sobre um ambiente quase que inexplorado nas telas de cinema. Temos sempre a visão meio que estereotipada por Hollywood sobre a nação africana como um todo. E essa obra chega mais uma vez para quebrar certos paradigmas e renovar conceitos que foram pré estabelecidos já na época em que o filme se passa (por volta dos anos 1800). Em meio aos portugueses que chegavam a costa africana para angariar escravos, tribos fortes e obstinadas já se encontravam naquele ambiente. E é aí que entram as guerreiras Agoji de Dahomey, uma elite de mulheres altamente treinadas e preparadas para guerra e defesa de seu povo. Povo este que era oprimido por outras tribos que capturavam pessoas para servirem de comércio aos colonos portugueses. E o que mais me impressiona nessa parte não contada da história é o fato da concepção desta película abordar o lado mais desconhecido destes eventos. Para além de mostrarem a força das mulheres – que começaram a ser treinadas por conta de muitos dos homens de batalha desta tribo terem morrido em combate e não haver um exército condizente para tal função - ,o filme brilhantemente retrata a cultura, a força, o sofrimento e o que cada tribo agregava de valores para si. Os Dahomey, apesar dessa formação praticamente militarizada dos seus, foi posto em tela pela produtora (que é a própria Viola) de forma mais romantizada por assim dizer. Em uma de suas entrevistas aqui na sua passagem pelo Brasil, ela destaca algo que define alguns conceitos sobre sua concepção para o filme. Ela diz: ‘Se em algum momento elas (essas guerreiras que eram recrutadas na vida real) decidissem não lutar, algumas delas eram decapitadas. E essa é a parte da história que, para mim, como artista, é meu trabalho humanizá-las’. E mesmo que as escolhas estéticas e narrativas não sejam o que nua e cruamente foi ao longo desse evento histórico, são com eles que se podem acender uma chama de maior curiosidade ao mundo em querer saber um pouco mais sobre esse período. E toda essa mescla de transposições e contextos produzem um capítulo incrível da história da humanidade que ficou ‘escondido’ por muitos anos e agora temos a oportunidade de ver tudo isso sendo recriado em tela de forma muito satisfatória e, mesmo que haja licença poética em filmes que são baseados em fatos reais, ele consegue abranger os conceitos e capturar a essência da compreensão do momento histórico relatado. É realmente agregador quando algum tipo de mídia te faz alusão ao passado para compreensão de um contexto de atualidade. E esse filme faz isso muito bem e com muito esmero.

Viola sempre impecável nas atuações.

 Uma guerreira de alta patente. A abordagem do longa começa por mostrar ‘Nanisca’ (Viola Davis), uma mulher forte, líder dessa elite de guerreiras, de posições firmes e que esconde um delicado e trágico passado. E aqui Viola entrega uma atuação condizente, pertinente e digna de uma vencedora do Oscar. A postura perfeccionista da personagem é perfeitamente bem delineada pela atriz, que mostra mais uma vez sua magnífica capacidade de mostrar seu talento em tela e a sua fictícia personagem ('Nanisca' foi criada para o filme) com sua densa história certamente reflete o que acontecia com muitas das mulheres naquele período. Junte-se a ela a atriz Lashana Lynch (que interpreta a personagem ‘Izogi’) e Thuso Mbedu (que interpreta a também magnífica ‘Nawi’) e então teremos um trio dramaticamente impecável em cena. O trabalho em conjunto e a química entre elas fazem a trama toda ser majestosa e muitíssimo bem escrita. Embora todo o elenco adicional seja muito bem ajustado, são elas três que conduzem praticamente toda a narrativa do longa. E o ‘timing’ juntamente com a execução são realmente primorosos.

Outra parte do excelente elenco.

 Direção de fotografia deslumbrante e finíssima. Outro ponto muito alto desse filme diz respeito ao quão impressionante e bem posicionada é a fotografia deste longa. Desde visuais naturais lindíssimos e de tirar o fôlego até cenas de batalhas absurdamente bem coreografadas, tudo aqui contribui para que a produção esteja em um altíssimo patamar de qualidade. Inclusive existe um determinado momento em que há uma intensa batalha que acontece durante o dia e a produção faz questão de escurecer, acinzentar a paleta de cores para dar o tom pesado que a cena necessita, produzindo, além de um belo efeito, uma carga ainda mais dramática ao evento. Chance de indicação ao Oscar no quesito ‘Direção de Fotografia’ quase que certa, ao meu ver.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Viola Davis e grande elenco simplesmente brilham em seus papéis em “A Mulher Rei”. O conjunto da obra é tão rico, bem exposto e com tamanha qualidade que vale muito assistir pelo contexto histórico real e pelas tremendas interpretações. Cheirinho de muitas indicações ao Oscar 2023 vindo por aí. Vale demais o ingresso!

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