THOR - AMOR E TROVÃO (Avaliação 2,5/5 - Bom!)
Com um roteiro raso e mal escrito, nova
produção da Marvel não soube aproveitar seu próprio potencial. Vamos a análise!
O quarto filme da franquia Thor,
dirigido novamente por Taika Waititi, faz um certo exercício de trazer a
memória tudo o que o herói já viveu até aqui. No entanto a forma que o filme
vai dialogar com o público sobre todos esses eventos – incluindo o que acontece
durante a trama desse – não corresponde com todo o peso dramático que a
película poderia oferecer. A narrativa apresentada até a metade do segundo ato
não produz contextualização adequada e as falas se perdem em um estilo
canastrão que não condiz com a realidade de alguns personagens do longa.
Personagens esse que inclusive não foram desenvolvidos de forma mais
aprofundada para que seus arcos dramáticos pudessem ser realmente relevantes e
bem expostos. Mesmo assim, há alguns pontos positivos que seguramente merecem
atenção e demonstrarei isso em detalhes melhores abaixo.
Uma das questões que particularmente me incomodam em diversos filmes é a forma como o corte final é levado para as telas. Por se tratar de uma produção que primeiramente vai para os cinemas, muitas versões e revisões são feitas até se chegar ao tempo adequado para a exibição em tela. E em vários casos muito material que havia sido gravado simplesmente se perde por não fazer parte do produto final. E isso acontece aqui mais uma vez (já havia sucedido também em ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ com um longa muito corrido também) por simplificar demais a origem do vilão e suas motivações. Embora em certo ponto do filme ele tenha um ar ameaçador, você não ‘compra’ tanto a ideia do antagonista como, por exemplo, foi o caso do Thanos em ‘Guerra Infinita’ e ‘Ultimato’. O roteiro não cria a empatia necessária para produzir o poderoso vilão que ele realmente é nos quadrinhos, mesmo sendo o Christian Bale um ótimo ator e entregando tudo o que ele sabe fazer e pode com o que ele tem em mãos. Isso até enaltece sua atuação, pois realmente o roteiro não ajuda muito a construir sua trajetória mais densa de vilania. Ponto para o ator nesse quesito.
Outra arco que fica bem aquém do esperado é o da ‘Jane Foster’ de Natalie Portman. Dona de uma talento ímpar, a atriz também se entrega ao papel e faz o melhor de si, incluindo o fato de eu ter amado de verdade ver ela como a versão feminina do Thor. Mas em mais uma mancada do roteiro em priorizar por muito tempo diálogos bobos e sem contexto, sua construção é prejudicada por não dar a devida atenção a tudo o que a personagem poderia viver. Diálogos mal elaborados produzem perda do foco narrativo e não trazem peso ao que de fato deveria ser dentro da trama. E isso desconstrói um pouco a experiência vivida pela personagem. E como já citei, Natalie está ótima no papel. Os diálogos é que não estão, pois o filme só vai abrir mão desse aspecto um tanto quanto infantil da metade do segundo ato em diante, perdendo uma preciosa oportunidade de manejar melhor cada peça que foi estabelecida no filme. ‘Zeus’, interpretado pelo ator Russel Crowe e o próprio ‘Thor’ de Hemsworth acabam entrando nessa situação, com ‘Zeus’ não movimentando em absolutamente nada a trama, ficando um tanto perdido e deslocado na história. Uma pena.
Mas nem tudo são críticas negativas. Além das atuações ótimas de Bale e Natalie, algo que realmente me impressionou foram os visuais incríveis de cada cenário pelos quais nossos heróis passam. Os efeitos são lindos e muito bem elaborados, chegando ao ponto de ter uma nível de cores e detalhamento muito alto. As equipes de pós-produção e efeitos visuais fizeram um bom trabalho de arte dentro dos acertados conceitos de cada lugar estabelecido pela produção. Eu realmente parabenizo todos pelo cuidado aos detalhes e pela bela forma em como tudo foi montado no filme.
Na oportunidade de assistir ao filme em 3D, mais uma vez expresso que os efeitos são mínimos e não agregam muito a experiência no geral. Há uma coisa aqui e ali, mas só valerá se você realmente gostar de ver os filmes assim, como é o meu caso. De outra forma, dispense pois não fará tanta falta assim. E isso é algo que me incomoda bastante em dizer, pois sempre curti a tecnologia, e a indústria tem faltado com o compromisso de fazer algo mais acertado e relevante nas produções em geral.
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Mesmo com um roteiro bastante inconsistente e falas bobas, “Thor – Amor e Trovão” só faz com muitas ressalvas o seu ‘dever de casa’ em dar continuidade no universo Marvel, mas sem aquela profundidade tão apreciada em alguns de seus filmes. Com destaques mais uma vez para Christian Bale e Natalie Portman, o filme em si fica bem aquém do que se pode esperar do UCM. Se curtes o personagem e gosta das histórias Marvel, talvez ele seja bom, querido leitor. Deve valer seu ingresso e pipoca.
![]() |
Gostei da Natalie Portman no papel. |
Uma das questões que particularmente me incomodam em diversos filmes é a forma como o corte final é levado para as telas. Por se tratar de uma produção que primeiramente vai para os cinemas, muitas versões e revisões são feitas até se chegar ao tempo adequado para a exibição em tela. E em vários casos muito material que havia sido gravado simplesmente se perde por não fazer parte do produto final. E isso acontece aqui mais uma vez (já havia sucedido também em ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ com um longa muito corrido também) por simplificar demais a origem do vilão e suas motivações. Embora em certo ponto do filme ele tenha um ar ameaçador, você não ‘compra’ tanto a ideia do antagonista como, por exemplo, foi o caso do Thanos em ‘Guerra Infinita’ e ‘Ultimato’. O roteiro não cria a empatia necessária para produzir o poderoso vilão que ele realmente é nos quadrinhos, mesmo sendo o Christian Bale um ótimo ator e entregando tudo o que ele sabe fazer e pode com o que ele tem em mãos. Isso até enaltece sua atuação, pois realmente o roteiro não ajuda muito a construir sua trajetória mais densa de vilania. Ponto para o ator nesse quesito.
Outra arco que fica bem aquém do esperado é o da ‘Jane Foster’ de Natalie Portman. Dona de uma talento ímpar, a atriz também se entrega ao papel e faz o melhor de si, incluindo o fato de eu ter amado de verdade ver ela como a versão feminina do Thor. Mas em mais uma mancada do roteiro em priorizar por muito tempo diálogos bobos e sem contexto, sua construção é prejudicada por não dar a devida atenção a tudo o que a personagem poderia viver. Diálogos mal elaborados produzem perda do foco narrativo e não trazem peso ao que de fato deveria ser dentro da trama. E isso desconstrói um pouco a experiência vivida pela personagem. E como já citei, Natalie está ótima no papel. Os diálogos é que não estão, pois o filme só vai abrir mão desse aspecto um tanto quanto infantil da metade do segundo ato em diante, perdendo uma preciosa oportunidade de manejar melhor cada peça que foi estabelecida no filme. ‘Zeus’, interpretado pelo ator Russel Crowe e o próprio ‘Thor’ de Hemsworth acabam entrando nessa situação, com ‘Zeus’ não movimentando em absolutamente nada a trama, ficando um tanto perdido e deslocado na história. Uma pena.
![]() |
Christian Bale: ótimo ator, roteiro ruim. |
Mas nem tudo são críticas negativas. Além das atuações ótimas de Bale e Natalie, algo que realmente me impressionou foram os visuais incríveis de cada cenário pelos quais nossos heróis passam. Os efeitos são lindos e muito bem elaborados, chegando ao ponto de ter uma nível de cores e detalhamento muito alto. As equipes de pós-produção e efeitos visuais fizeram um bom trabalho de arte dentro dos acertados conceitos de cada lugar estabelecido pela produção. Eu realmente parabenizo todos pelo cuidado aos detalhes e pela bela forma em como tudo foi montado no filme.
Na oportunidade de assistir ao filme em 3D, mais uma vez expresso que os efeitos são mínimos e não agregam muito a experiência no geral. Há uma coisa aqui e ali, mas só valerá se você realmente gostar de ver os filmes assim, como é o meu caso. De outra forma, dispense pois não fará tanta falta assim. E isso é algo que me incomoda bastante em dizer, pois sempre curti a tecnologia, e a indústria tem faltado com o compromisso de fazer algo mais acertado e relevante nas produções em geral.
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Mesmo com um roteiro bastante inconsistente e falas bobas, “Thor – Amor e Trovão” só faz com muitas ressalvas o seu ‘dever de casa’ em dar continuidade no universo Marvel, mas sem aquela profundidade tão apreciada em alguns de seus filmes. Com destaques mais uma vez para Christian Bale e Natalie Portman, o filme em si fica bem aquém do que se pode esperar do UCM. Se curtes o personagem e gosta das histórias Marvel, talvez ele seja bom, querido leitor. Deve valer seu ingresso e pipoca.
Gostou do conteúdo? Colabore com nosso trabalho com qualquer valor! Chave PIX: lopesgama79@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário