quinta-feira, 9 de junho de 2022

Filmes

 JURASSIC WORLD - DOMÍNIO (Avaliação 2,5/5 - Bom!)


 Com um roteiro confuso e não condizente com o final do filme anterior, fim da trilogia é razoável e não empolga como os demais fizeram. Vamos a análise!
 A franquia jurássica tem motivos de sobra para se manter viva até os dias de hoje. Desde a sua reformulação, em 2015, e a sua continuação em 2018, ambos juntos já faturaram mais de 3 bilhões de dólares e somam, juntamente com a trilogia anterior, uma quantia muito rentável para seus estúdios. E certamente o tão aguardado desfecho dessa nova empreitada parecia seguir uma direção exatamente no mesmo sentido de seus antecessores. Porém algumas decisões de roteiro e desenrolar da trama parecem não fazer conexão ao que fora visto no final do longa de 2018. Principalmente nas cenas pós créditos daquele em que os eventos desencadeados ao longo fizeram com que os dinossauros saíssem de seu habitat e invadissem as cidades, provocando até certo alvoroço tanto nos personagens quanto no público de forma geral. Inclusive os trailers desse novo filme estavam muito empolgantes mostrando de fato o que seria a derradeira continuação da produção de 2018. Mas não foi exatamente o que foi apresentado em tela e a história no fim das contas se mostrou genérica em demasia com um desfecho quase que desconexo dos demais. O que houve e porquê não seguiram o que vinha sendo trabalhado? Confesso que fiquei um pouco decepcionado com o resultado final desse. Veremos alguns motivos abaixo.

Veteranos e novos se encontram nesse.

 A começar pela escolha do elenco, trazer de volta os 3 personagens clássicos da franquia teve sua parcela de acerto sim. Poder rever Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum juntos novamente foi a pitada de sabor que esse novo longa precisava. Mas estranhamente parece que o roteiro segue por 2 caminhos distintos. São 2 subtramas, uma para cada núcleo de personagens e os veteranos só vão interagir com os novos já praticamente no terceiro ato da película e com um vácuo gigantesco de histórias espaçadas e sem coerência nenhuma. Confesso que não entendi a razão dessas escolhas narrativas se todos, pelo filme anterior, estariam envolvidos em teoria em uma única situação quase que certa sobre uma ameaça muito maior – que seria a invasão dos dinossauros ao domínio humano –  do que a transcorrida durante as mais de 2 horas e trinta minutos desse. Isso acabou deixando a trama e o decorrer do longa oscilando em diversos momentos, justamente por conta essa constante transição das subtramas e em certos momentos tornando a produção muito cansativa por todas essas idas e vindas. Além de não funcionar narrativamente falando, perdeu a incrível oportunidade de maior interação entre todos e não deu espaço para que os atores pudessem realmente mostrar a que vieram. Nenhum deles engata muita empatia – a não ser por todos os filmes anteriores – e as circunstâncias que são elaboradas para o desencadear dos acontecimentos acabaram se tornando lineares demais e sem de certa forma trazer o real caráter de urgência visto no final do longa anterior. Ainda estou processando em minha mente o que eu vi – ou esperei e deixei de ver – de fato e isso me fez sair do cinema bem frustrado, meu caro amigo leitor.
 Além dos protagonistas veteranos, o elenco principal conta com Chris Pratt e Bryce Dallas Howard em retorno e ainda mais alguns coadjuvantes que, ao meu ver, não foram tão bem elaborados. No núcleo que corresponde a subtrama dos protagonistas recentes, há uma personagem interpretada pela atriz Isabella Sermon que, apesar dela ser importante para a trama, o enfoque em sua história que vai trabalhar com questões envolvendo mudanças no código genético humano agrega muito pouco ao contexto e só serviu para dar muito mais tempo para os núcleos das pessoas sem produzir absolutamente nada que realmente se traduzisse em uma grande reviravolta, por exemplo. Como já disse acima, o todo que engloba o roteiro é linear demais e se perdeu muito tempo dividindo personagens em 2 subtramas distintas com soluções fáceis demais – algumas até meio ridículas diga-se de passagem. E com isso boa parte do propósito real do longa – que seria a grande ameaça dos dinossauros – acabou se perdendo e se tornando algo meio que secundário, inconsistente e sem vida. O que é realmente uma pena.

Os dinossauros ainda continuam incríveis!

 O padrão do nível técnico e que engloba tantos os efeitos especiais e visuais, como também a direção de fotografia, conseguem se manter em um mesmo patamar nesse. A qualidade tanto dos efeitos práticos quanto os de CGI ainda seguem o bom resultado dos filmes anteriores. Em raras situações nota-se alguma impressão mais aguçada dos efeitos. No geral as tomadas são belíssimas e o enquadramento das câmeras ainda conseguiu produzir certa tensão e certo nervosismo, construindo assim um ambiente mais denso em algumas poucas partes. Nesse quesito pode-se observar a manutenção da excelência vista nos anteriores, com ressalvas. No mínimo esse acerto pelo menos.
 Pude também testar o filme em 3D em uma ocasião muito oportuna e posso dizer com clareza que o efeito não é de qualidade. Para dizer a verdade, em nenhum momento pude observar nem um objeto sequer se movimentando em tela, o que fora deveras frustrante também, pois sou um entusiasta dessa tecnologia. Em suma, totalmente descartável, não trazendo imersão ou agregando algo para dentro da película. Sem medo de errar, apenas um caça níquel para o caso desse filme.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! “Jurassic World – Domínio” peca grosseiramente em seu roteiro por criar uma direção para seu desfecho e terminar contando outro. O longa se arrisca muito mais em tentar criar, dentro de sua fantasia, lições de moral para os seres humanos, porém falha tanto em aprofundá-las quanto em terminar o que realmente se havia começado nos outros filmes. Mas vale a recomendação por duas razões: primeira, para que você, meu caro leitor, tire suas próprias conclusões e segunda, pelo belo trabalho visual que o filme oferece e já fornecia nos longas passados. Se gerou certa expectativa – como eu gerei – por todo o conteúdo passado mostrado, aconselho ir um pouco menos entusiasmado para não gerar a frustração que me gerou. Mas ainda assim, acho que vale a pipoca e o ingresso.

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