sexta-feira, 15 de abril de 2022

Filmes

SONIC 2 - O FILME (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)


 Novo filme da famosa franquia de jogos consegue ser maior, melhor e com ainda mais identidade que o primeiro. Vamos a análise!
 Filmes baseados em games são sempre um desafio para Hollywood. Primeiro porque o material original tem peculiaridades, por serem justamente games, que o cinema não tem. E segundo, boa parte dos roteiristas normalmente abandonam esse material em troca de se fazer algo ‘novo’ – e falham miseravelmente na maioria das tentativas. Isso porque, em muitos casos, abortar o material original é simplesmente destroçar com a memória dos fãs mais ávidos por querer ver seus personagens favoritos sendo retratados com o mínimo de dignidade em tela. E parece, ao que tudo indica – após sucessivas tentativas e diversos fracassos – que algumas pessoas no meio cinematográfico estão começando a entender que, por mais que eles queiram a tal da ‘liberdade criativa’, ela pode sim ser unificada com uma grande dose de ‘fan service’, se souber adequar bem o produto original a nova mídia em questão. E temos então o caso do ouriço azul mais famoso dos games que, após um primeiro filme que quase foi detonado pelos fãs – e inclusive por alguns produtores da Sega – por abusarem um pouco além da conta na liberdade criativa e trazer um Sonic feio e estranho demais na primeira tentativa, vemos, após uma enxurrada de críticas, direção, produção e estúdio se redimirem e compreenderem que, sem o ‘fan service’ adequado, nada realmente funciona. E a redenção se reproduziu no enorme sucesso que foi o primeiro longa, dando a possibilidade real de uma continuação. E diga-se de passagem, uma excelente continuação. Aprenderam com os erros e elaboraram uma sequência primorosa para a franquia. Veremos alguns porquês desse feito logo abaixo.

Sonic e Tails: dupla fofa!

 Algo que é bem explícito logo de cara é o fato de que o núcleo humano, apesar de serem ótimos coadjuvantes do protagonista, não interferem de maneira incisiva na trama. O que quero dizer é que Sonic, Tails, Knuckles e Robotnik é que são as reais razões pro filme todo acontecer, pois as interferências humanas não desconstroem a narrativa produzida e gerada para atender a demanda desses. O que é muito bom, por sinal. Souberam focar a trama nos personagens que realmente importavam, sem deixar o núcleo humano vazio de significado no filme (e sei que Robotnik é humano; só coloquei aqui para destacar sua importância na trama). E isso parece algo bem difícil para Hollywood em filmes baseados em jogos, pois parece em muitos casos, quando há personagens em CGI – como é o caso dos ‘Transformers’, por exemplo – que, apesar de não se basear em jogos, foca demais nos protagonistas humanos e destitui da narrativa os reais motivadores para todo aquele projeto acontecer. Isso incomoda muito para quem é fã. Porém o diretor Jeff Fowler fez aqui um belo trabalho em contar uma história que fosse realmente centrada no produto que eles queriam vender – e nesse caso, o Sonic. E certamente foi o ponto mais positivo que vi em um longa baseado em game que usa personagens em CGI, isto é, manter a essência do produto original e focar nele como a coisa mais importante. Ponto para o diretor nisso.
 Outro acerto memorável foi a escolha do ator Jim Carrey para o papel do vilão ‘Robotnik’. Versátil e muito caricato, o ator mais uma vez se entrega ao papel com excelência e reproduz em tela um dos mais atrapalhados e icônicos vilões que temos na história dos games. E ver Carrey tão confortável nesse papel nessa segunda etapa, faz-nos ter a convicção de que ele nasceu para ser esse antagonista, pois até o fato do personagem ser mais, digamos, ‘rechonchudo’ nos jogos e magro nas telas, não alterou em nada o produto final no que diz respeito a qualidade técnica apresentada por Carrey em sua atuação. Ele realmente mandou muito bem de novo se mostrando perfeitamente adequado ao personagem.
Jim Carrey (Robotnik) e Knuckles: sensacionais!

 Visto o sucesso do primeiro longa, o estúdio Paramount não economizou esforços nem dinheiro para que esse segundo filme fosse realmente um ‘blockbuster’ muito maior e melhor que seu antecessor. A grandiosidade das cenas de ação e a muito boa qualidade dos efeitos especiais e visuais ditaram, juntamente com o bom roteiro e o ‘fan service’, o alto padrão empregado em todas as escolhas estéticas e criativas dos cenários – dos quais alguns deles remetem a jogos da franquia do ouriço – e são um verdadeiro deleite a todos que curtem não somente o Sonic, mas os games em geral, pois a enorme quantidade de ‘easter-eggs’ e referências inseridas nesses mesmos cenários são um outro ponto altíssimo da produção. Uma verdadeira aula de como se fazer um filme sobre games sem ser piegas e nem extremamente diferente do material original.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! "Sonic 2 – O filme" é uma aula sobre como filmes sobre games funcionam em Hollywood. Fala sobre valores de família, passa por dentro de alguns clichês já conhecidos – como a famosa ‘jornada do herói’ – mas, além de tudo isso, cria uma atmosfera incrivelmente saudável e tangível no que diz respeito a construção dos personagens, sua evolução e como tudo isso está bem relacionado com o material original. Um filme realmente divertido, empolgante e para toda família assistir junto. Caso curta esse tipo de filme, realmente vale demais o ingresso e sua ida no cinema!

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