sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Filmes

MATRIX: RESSURRECTIONS (Avaliação 3/5 - Bom!)


 Novo longa da aclamada trilogia do início dos anos 2000 não faz jus ao seu original e não reproduz o mesmo impacto de outrora. Vamos a análise!
 O primeiro ‘Matrix’ trouxe para os cinemas alguns conceitos (incluindo os filosóficos) que foram tão fortes, tão marcantes e tão bem introduzidos em uma era de ascensão dos computadores e de todo esses aparatos tecnológicos que vivemos hoje que sua visão (que trazia através das pílulas azuis e vermelhas um questionamento amplo sobre o que é de fato real e o que não é e fazia uma profunda reflexão sobre isso durante o filme) e inovações são até hoje tratadas com um divisor de águas do cinema mundial. Sua história complexa e ao mesmo tempo um tanto quanto surreal (pois narrava um futuro distópico onde as máquinas conseguiram dominar sobre os humanos) fez de sua premissa um gigantesco sucesso e inclusive inseriu o nome do filme no cotidiano das pessoas como um termo usado para definir determinadas situações e certas utopias, tamanho o impacto cultural que a obra original trouxe e carrega até hoje.
Novo 'Morpheus' e novos personagens na trama.

 Com tudo isso e todo esse peso comercial que o título tem, era de se esperar que o novo longa conseguisse ao menos estabelecer uma nova conexão entre o momento que vivemos hoje (e o filme até faz essa ligação, mas mal executada ao meu ver), o público de outrora e o público atual. Porém uma das sugestões narrativas do filme, que traz a ideia do videogame para a estrutura da Matrix – não exatamente como um conceito, mas não quero dar ‘spoilers’ por aqui – não soou muito bem e achei até essa parte da trama um pouco forçada, dado o andamento da narrativa e todos os desencadeamentos da história. Além do que o roteiro, que pode ser um tanto quanto arrastado e até confuso em alguns momentos – principalmente para quem não viu os filmes anteriores –, não reproduz o efeito que foi tão marcante e tão bem delineado nos títulos passados. E ainda pode se somar a isso momentos em que alguns personagens (como é o caso do novo ‘Morpheus’, interpretado por Yahya Abdul-Mateen II) não conseguem fazer a narrativa se mover de forma apropriada e isso cria ainda mais desconexão com o público em relação a esses personagens. Inclusive Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss ficam um tanto quanto morosos em boa parte do longa e só engatam suas tramas da metade do segundo ato para frente, onde o longa começa a ganhar seus contornos finais e seu clímax. A parte realmente boa ao meu ver foi a bem estabelecida interligação com os filmes anteriores, inclusive explicando muito bem todos os porquês deles estarem em volta e quais a implicações disso para o novo conceito da ‘Matrix’ que foi estabelecido nesse filme. Está aí um bom caso que os ‘flashbacks’ foram bem utilizados e contribuíram positivamente para entender tudo o que estava acontecendo atualmente dentro da história do longa.

Neo e Trinity: nostalgia certa.

 Com os novos tempos e o advento de um CGI de ainda maior qualidade, tudo o que impressiona nos filmes antigos da trilogia original se revela ainda mais grandioso aqui, porém ainda assim não traz nada de novo entende? Nada que já não tenhamos percebido ou sentido em outros filmes com muita tecnologia embutida. E isso não faz de 'Matrix: Ressurrections’ um filme de baixa qualidade, pelo contrário. É um filme gigante, com um baita orçamento, mas que não acha em seu contexto atual as inovações que foram tão bem executadas a época dos outros longas. É muito bonito visualmente. E ponto. Em nada acrescentando na parte técnica a esse vasto mundo novo que vivemos hoje, mais de vinte anos depois do lançamento do primeiro. O que é uma pena.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Apesar das minhas críticas, “Matrix: Ressurrections” tem seus méritos em poder rever Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss em seus icônicos papéis trazendo certa nostalgia aos fãs. Talvez os mais puristas possam se sentir um tanto quanto ludibriados com essa nova narrativa. Mas, mesmo assim, isso não faz ela ser de todo ruim. Embora ela avance muitíssimo pouco com a história original, acredito sim que valha o ingresso e a diversão.


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