ETERNOS (Avaliação 3/5 - Bom!)
Novo filme da Marvel é bom e tem postura
ousada, mas as constantes quebras de ritmo e falta de empatia dos protagonistas
deixam tudo muito a desejar. Vamos a análise!
Quando se fala em um filme da ‘Casa das
Ideias’, logo se vem a mente que, provavelmente, veremos algo de muita
qualidade ou que chegue ao menos perto disso. Mas ‘Eternos’, apesar de ter o
selo ‘Marvel’ estampado em seu todo, procurou não optar pelo trivial. Pelo
contrário, há um bom diferencial em relação as suas outras películas, principalmente
no que diz respeito a visão da diretora quanto a conjectura do que é ser um
super-herói. E a proposta apresentada soa realmente muito interessante, porém
sua execução não foi bem aplicada e isso tornou o longa um tanto quanto
arrastado e com alguns pontuais problemas que destacaremos mais abaixo.
A começar pela premissa do roteiro,
vemos que pela primeira vez em uma película de super-heróis (ao menos nos da ‘Marvel
Studios’) não há exatamente um vilão destacado e propriamente dito. A diretora
Chloe Zhao, aproveitando-se da dinâmica que a obra original dos quadrinhos
oferece, traz um conflito muito mais de ideais do que um embate com alguma
entidade maligna. E só esse enredo já produz um certo frescor e subverte de
todas as formas a batida construção da ‘jornada do herói’, pois aqui não há um
antagonista, e sim a difusão de ideias e o cumprimento de uma missão, mesmo que
ela acabe se tornando em um grave problema. O que me chama atenção é o foco
aqui gerado pelo questionamento que o longa se propõe a fazer: quais os limites
do certo e errado? O que fazer quando somos confrontados com a realidade que
nos cerca? Essas questões são pontuadas de maneira bem inteligente pela
diretora vencedora do Oscar e põem a prova o misto dilema entre razão e emoção.
E nesse ponto o filme tem uma grande parcela de acerto em minha humilde
opinião.
Porém, o que a premissa narrativa tem de
valioso, a forma de sua execução foi um tanto quanto mal delineada, vamos assim
dizer. E isso já começa pela quantidade enorme de personagens que compõem a
equipe dos ‘Eternos’. Não há espaço suficiente em tela para apresentar cada um
deles de forma satisfatória para que o público crie conexão e empatia por eles.
E muito embora o elenco esteja recheado de estrelas, eles não conseguem transmitir
o quanto nós, espectadores, devemos nos importar com eles. E essa falha na
introdução dos mesmos é o que mais me incomodou. Quando a equipe dos ‘Vingadores’
se formou, cada qual já havia sido devidamente apresentado em filmes solo e,
mesmo aqueles que não tiveram seus filmes, houve espaço em tela para serem
desenvolvidos a ponto de gostarmos deles e torcermos por eles. Infelizmente não
é o que acontece aqui. Essa química que conecta o público não funcionou e não ‘vendeu’
bem os protagonistas. Ao menos não para mim.
Outro ponto que, ao mesmo tempo trouxe
um vislumbre de como esses personagens estiveram por aqui esse tempo todo,
também fez com que as escolhas narrativas sobre como transmitir isso para tela
não fossem muito bem executadas, pois há muitas oscilações de ritmo nesses momentos
e cenas prolongadas demais para o que é realmente proposto ali. Os cortes,
constantemente retornando ao passado criam uma ruptura narrativa desnecessária
que acaba quebrando o ritmo da trama. E isso acontece de forma constante. Uma
única apresentação bem formatada já no primeiro ato supriria essa demanda e não
‘quebraria’ a sequência dos fatos em andamento. Até o par romântico entre Sersi
(Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden) não flui como deveria justamente porque
não há essa empatia. Mesmo a história sendo muito coerente e as motivações de
cada personagem serem bem esclarecidas nos diálogos, é na edição e na
continuidade que o filme mais peca, pelas tantas idas e vindas que ele produz.
Em um filme como ‘Deadpool’, por exemplo, isso funcionou de forma impecável.
Mas aqui, não se sustentou muito bem ao meu ver.
Depois de um bom tempo sem o manejo dos óculos 3D, os filmes estão voltando a utilizar o recurso e posso dizer sem muita enrolação que é bem satisfatória a experiência e recomendo o uso para quem gosta, pois os efeitos estão bem convincentes.
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Muito embora tenha seus defeitos, “Eternos” tem sim uma parcela de diversão quando, citando um dos exemplos, vemos a performance de atrizes como Angelina Jolie (Thena) entregando postura e certa imponência na atuação. Ou então quando vemos Lauren Ridloff (Makkari) usando a língua de sinais de forma tão eficiente e diferenciada em cena. Ou ainda se deslumbrando com os efeitos visuais e a fotografia belíssima que o longa carrega – uma marca bem forte da diretora Chloé, que gosta de destacar cenários naturais e imagens contemplativas. Em suma, se a sua execução não ficasse tão comprometida, certamente teríamos algo com ainda mais frescor em mãos. Ainda assim, acredito que valha o ingresso e a diversão.
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Ikaris (Richard Madden) e Sersi (Gemma Chan). |
Depois de um bom tempo sem o manejo dos óculos 3D, os filmes estão voltando a utilizar o recurso e posso dizer sem muita enrolação que é bem satisfatória a experiência e recomendo o uso para quem gosta, pois os efeitos estão bem convincentes.
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Muito embora tenha seus defeitos, “Eternos” tem sim uma parcela de diversão quando, citando um dos exemplos, vemos a performance de atrizes como Angelina Jolie (Thena) entregando postura e certa imponência na atuação. Ou então quando vemos Lauren Ridloff (Makkari) usando a língua de sinais de forma tão eficiente e diferenciada em cena. Ou ainda se deslumbrando com os efeitos visuais e a fotografia belíssima que o longa carrega – uma marca bem forte da diretora Chloé, que gosta de destacar cenários naturais e imagens contemplativas. Em suma, se a sua execução não ficasse tão comprometida, certamente teríamos algo com ainda mais frescor em mãos. Ainda assim, acredito que valha o ingresso e a diversão.
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