quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Filmes

DUNA (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)


 Com uma apresentação realmente primorosa, adaptação da obra de Frank Herbert é extremamente competente do início ao fim. Vamos a análise!
 Como apreciador da sétima arte, inicio essa resenha afirmando que estarei trazendo aos leitores minha visão crítica sobre o longa em si sem comparar com o livro, por não ter tido contato com o mesmo. Sendo assim, de início posso afirmar categoricamente que o diretor Denis Villeneuve foi muito cuidadoso ao dirigir este trabalho, pois fica a boa impressão da atenção e do zelo quanto a cada detalhe no que concerne a história, aos personagens e aos cenários ricos e mui grandiosos vistos em tela. Sua percepção da forma com a qual ele conduziu a história para um espectador novo – que não chegou a ler os livros – é incrível e contumaz. Ele consegue dar ao público toda a identidade visual necessária para a percepção do quão deslumbrante é aquele universo e do quanto ele é uma vastidão a ser explorada em futuras continuações. Villeneuve conseguiu transformar a obra de arte fictícia em uma sólida e consistente adaptação. Vejamos mais abaixo.
Ótima direção de fotografia, cenários e figurinos.

 Denis Villeneuve possui traços interessantes em sua veia artística enquanto diretor. Gosta de trabalhar muito com imagens contemplativas e usa a direção de fotografia sempre a seu favor em seus filmes. E ‘Duna’ reforça essa camada visionária dele, pois como todos os cenários propostos no longa são gigantescos e bem elaborados visualmente, a fotografia do longa é lindíssima e pautada em lugares imaginários de tirar o fôlego. E nem ele nem a Warner pouparam esforços nem recursos para recriar de forma gloriosa e creio eu, mais fidedigna possível, as fabulosas cidades encontradas naquele mundo. Inclusive toda a estrutura narrativa é intrinsecamente ligada a forma com que os cenários são expostos. Ou seja, escopo narrativo se alinha tanto na roteirização quanto nos diálogos aos locais e os eventos expostos fazendo com que, mesmo de forma mais cadenciada, o longa consiga transmitir ao público todo o misticismo em torno daquele cenário caótico reproduzido pelo autor da obra original.
 Outro ponto bem trabalhado e que apoia minha opinião diz respeito ao elenco estelar do longa. São tantos nomes de peso que fazem parte da indústria atual de filmes que é difícil talvez citar todos. Porém o nível de comprometimento de cada um ao apoiar esse projeto também fez com que o nível do filme se elevasse de forma exponencial. Além dos cenários já citados anteriormente, a narrativa também é composta pela entrega nas atuações e pela química dos atores em cena. Destaque para a interação entre Rebeca Ferguson e Thimotée Chamalet, e as interpretações de Oscar Isaac, Jason Momoa e Josh Brolin. Zendaya tem algumas aparições, mas certamente seu protagonismo será maior na segunda parte da história. Como disse, é um elenco gigante que pôs o coração em cada diálogo, em cada cena produzida. E isso tem um peso enorme no resultado final de qualquer trabalho e torna tudo ainda mais admirável.

Rebeca Ferguson e Thimotée: boa química.

 Seguindo, ainda há mais um ponto interessante a ser destacado. A disputa política entre as famílias reais do longa por conta de um minério de suma importância para aqueles povos e que tem um peso comercial enorme para toda uma cadeia de produção universal reforçam alguns pontos relevantes sobre valores morais versus valores financeiros, trazendo em um todo a boa e velha discussão sobre onde as disputas de poder podem levar o ser humano. É a ficção mostrando de maneira mais filosófica como os conflitos em sua maioria são gerados na vida real. É o mais puro reflexo de uma sociedade movida ao longo da história pela vontade de dominar. E justamente na vontade de ser o dominador é que os maiores conflitos foram gerados e muita vidas foram perdidas. É uma forma bem interessante de abordar na ficção um tema tão rico e complexo como esse.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Duna” tem algo de especial que vai muito além do elenco estelar e sua boa narrativa. O diretor conseguiu extrair de uma maneira limpa toda a essência de como transportar uma obra tão grandiosa para as telas do jeito certo e coerente para que o público possa se identificar com a mesma. A forma clara com a qual a história é contada, sem perder o ritmo e sem erros de continuidade, também contribui e muito para reforçar esse fato. Se você é fã de obras de ficção cientifica (inclusive o filme bebe um pouco de fontes como ‘Star Wars’, por exemplo, e isso fica notável durante todo o desenrolar do filme principalmente nas batalhas épicas e nas naves criadas para este universo), pode ir ao cinema pois sua diversão é garantidíssima. Vale demais o ingresso!





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