terça-feira, 30 de novembro de 2021

Bíblia

 REFLEXÃO BÍBLICA

"Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade" 2Coríntios 3.17
  O texto em apreço nos traz 2 declarações muito importantes. Uma de que nosso Deus não é de aspecto humano. Ele é um ser espiritual. E como tal, não possui sombra de variação ou pecado. Ele é plenamente Santo e perfeito. E a outra é que quando o Espírito do Senhor encontra lugar no ser humano para habitar, esse passa a ter liberdade nEle. E o que seria isso? Nos tornamos capazes de enxergar com olhos espirituais, mediante a fé, tudo o que estava nos aprisionando, todas as amarras que nos traziam confusão e sofrimento e a partir daí, começamos a lutar pelo fim delas. Ei querido, passar para o Evangelho não significa 'ficar preso e não poder fazer mais nada', como muitos dizem por aí. Passar para o Evangelho de Cristo significa que você agora passará a enxergar tudo o que o cegava no âmbito espiritual e vai começar a saber o porque que muitas coisas ofuscavam seu entendimento, tanto sobre alguns aspectos da vida quanto sobre a Palavra de Deus. Abrir-se-ão teus olhos para perceber o quanto o inimigo tolhia sua mente, o quanto ele te sufocava e, principalmente, o quanto você e eu não víamos nossos graves erros que cometíamos sem nem saber que eram erros, mas que a liberdade que há em Cristo os fez perceber e começar a lutar contra. Luta essa que não é fácil, pois a verdadeira liberdade no Espírito requer muito esforço e oração, uma vez que nossas vontades humanas militam incessantemente contra a vontade de Deus. Seja humilde, peça perdão das suas falhas, reconheça as suas mazelas reveladas e lute todos os dias para que o inimigo de tua alma não roube novamente de você esse presente tão grandioso que é a presença de Deus. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é essa lindíssima versão de "Eyshila - Em Tua presença". Reflita nessa Palavra, reviva essa belíssima canção e seja abençoado em nome de Jesus! 


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Filmes

ETERNOS (Avaliação 3/5 - Bom!)


 Novo filme da Marvel é bom e tem postura ousada, mas as constantes quebras de ritmo e falta de empatia dos protagonistas deixam tudo muito a desejar. Vamos a análise!
 Quando se fala em um filme da ‘Casa das Ideias’, logo se vem a mente que, provavelmente, veremos algo de muita qualidade ou que chegue ao menos perto disso. Mas ‘Eternos’, apesar de ter o selo ‘Marvel’ estampado em seu todo, procurou não optar pelo trivial. Pelo contrário, há um bom diferencial em relação as suas outras películas, principalmente no que diz respeito a visão da diretora quanto a conjectura do que é ser um super-herói. E a proposta apresentada soa realmente muito interessante, porém sua execução não foi bem aplicada e isso tornou o longa um tanto quanto arrastado e com alguns pontuais problemas que destacaremos mais abaixo.
 A começar pela premissa do roteiro, vemos que pela primeira vez em uma película de super-heróis (ao menos nos da ‘Marvel Studios’) não há exatamente um vilão destacado e propriamente dito. A diretora Chloe Zhao, aproveitando-se da dinâmica que a obra original dos quadrinhos oferece, traz um conflito muito mais de ideais do que um embate com alguma entidade maligna. E só esse enredo já produz um certo frescor e subverte de todas as formas a batida construção da ‘jornada do herói’, pois aqui não há um antagonista, e sim a difusão de ideias e o cumprimento de uma missão, mesmo que ela acabe se tornando em um grave problema. O que me chama atenção é o foco aqui gerado pelo questionamento que o longa se propõe a fazer: quais os limites do certo e errado? O que fazer quando somos confrontados com a realidade que nos cerca? Essas questões são pontuadas de maneira bem inteligente pela diretora vencedora do Oscar e põem a prova o misto dilema entre razão e emoção. E nesse ponto o filme tem uma grande parcela de acerto em minha humilde opinião.

Angelina Jolie interpreta 'Thena'.

 Porém, o que a premissa narrativa tem de valioso, a forma de sua execução foi um tanto quanto mal delineada, vamos assim dizer. E isso já começa pela quantidade enorme de personagens que compõem a equipe dos ‘Eternos’. Não há espaço suficiente em tela para apresentar cada um deles de forma satisfatória para que o público crie conexão e empatia por eles. E muito embora o elenco esteja recheado de estrelas, eles não conseguem transmitir o quanto nós, espectadores, devemos nos importar com eles. E essa falha na introdução dos mesmos é o que mais me incomodou. Quando a equipe dos ‘Vingadores’ se formou, cada qual já havia sido devidamente apresentado em filmes solo e, mesmo aqueles que não tiveram seus filmes, houve espaço em tela para serem desenvolvidos a ponto de gostarmos deles e torcermos por eles. Infelizmente não é o que acontece aqui. Essa química que conecta o público não funcionou e não ‘vendeu’ bem os protagonistas. Ao menos não para mim.
 Outro ponto que, ao mesmo tempo trouxe um vislumbre de como esses personagens estiveram por aqui esse tempo todo, também fez com que as escolhas narrativas sobre como transmitir isso para tela não fossem muito bem executadas, pois há muitas oscilações de ritmo nesses momentos e cenas prolongadas demais para o que é realmente proposto ali. Os cortes, constantemente retornando ao passado criam uma ruptura narrativa desnecessária que acaba quebrando o ritmo da trama. E isso acontece de forma constante. Uma única apresentação bem formatada já no primeiro ato supriria essa demanda e não ‘quebraria’ a sequência dos fatos em andamento. Até o par romântico entre Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden) não flui como deveria justamente porque não há essa empatia. Mesmo a história sendo muito coerente e as motivações de cada personagem serem bem esclarecidas nos diálogos, é na edição e na continuidade que o filme mais peca, pelas tantas idas e vindas que ele produz. Em um filme como ‘Deadpool’, por exemplo, isso funcionou de forma impecável. Mas aqui, não se sustentou muito bem ao meu ver.

Ikaris (Richard Madden) e Sersi (Gemma Chan).

 Depois de um bom tempo sem o manejo dos óculos 3D, os filmes estão voltando a utilizar o recurso e posso dizer sem muita enrolação que é bem satisfatória a experiência e recomendo o uso para quem gosta, pois os efeitos estão bem convincentes.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Muito embora tenha seus defeitos, “Eternos” tem sim uma parcela de diversão quando, citando um dos exemplos, vemos a performance de atrizes como Angelina Jolie (Thena) entregando postura e certa imponência na atuação. Ou então quando vemos Lauren Ridloff (Makkari) usando a língua de sinais de forma tão eficiente e diferenciada em cena. Ou ainda se deslumbrando com os efeitos visuais e a fotografia belíssima que o longa carrega – uma marca bem forte da diretora Chloé, que gosta de destacar cenários naturais e imagens contemplativas. Em suma, se a sua execução não ficasse tão comprometida, certamente teríamos algo com ainda mais frescor em mãos. Ainda assim, acredito que valha o ingresso e a diversão.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Filmes

DUNA (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)


 Com uma apresentação realmente primorosa, adaptação da obra de Frank Herbert é extremamente competente do início ao fim. Vamos a análise!
 Como apreciador da sétima arte, inicio essa resenha afirmando que estarei trazendo aos leitores minha visão crítica sobre o longa em si sem comparar com o livro, por não ter tido contato com o mesmo. Sendo assim, de início posso afirmar categoricamente que o diretor Denis Villeneuve foi muito cuidadoso ao dirigir este trabalho, pois fica a boa impressão da atenção e do zelo quanto a cada detalhe no que concerne a história, aos personagens e aos cenários ricos e mui grandiosos vistos em tela. Sua percepção da forma com a qual ele conduziu a história para um espectador novo – que não chegou a ler os livros – é incrível e contumaz. Ele consegue dar ao público toda a identidade visual necessária para a percepção do quão deslumbrante é aquele universo e do quanto ele é uma vastidão a ser explorada em futuras continuações. Villeneuve conseguiu transformar a obra de arte fictícia em uma sólida e consistente adaptação. Vejamos mais abaixo.
Ótima direção de fotografia, cenários e figurinos.

 Denis Villeneuve possui traços interessantes em sua veia artística enquanto diretor. Gosta de trabalhar muito com imagens contemplativas e usa a direção de fotografia sempre a seu favor em seus filmes. E ‘Duna’ reforça essa camada visionária dele, pois como todos os cenários propostos no longa são gigantescos e bem elaborados visualmente, a fotografia do longa é lindíssima e pautada em lugares imaginários de tirar o fôlego. E nem ele nem a Warner pouparam esforços nem recursos para recriar de forma gloriosa e creio eu, mais fidedigna possível, as fabulosas cidades encontradas naquele mundo. Inclusive toda a estrutura narrativa é intrinsecamente ligada a forma com que os cenários são expostos. Ou seja, escopo narrativo se alinha tanto na roteirização quanto nos diálogos aos locais e os eventos expostos fazendo com que, mesmo de forma mais cadenciada, o longa consiga transmitir ao público todo o misticismo em torno daquele cenário caótico reproduzido pelo autor da obra original.
 Outro ponto bem trabalhado e que apoia minha opinião diz respeito ao elenco estelar do longa. São tantos nomes de peso que fazem parte da indústria atual de filmes que é difícil talvez citar todos. Porém o nível de comprometimento de cada um ao apoiar esse projeto também fez com que o nível do filme se elevasse de forma exponencial. Além dos cenários já citados anteriormente, a narrativa também é composta pela entrega nas atuações e pela química dos atores em cena. Destaque para a interação entre Rebeca Ferguson e Thimotée Chamalet, e as interpretações de Oscar Isaac, Jason Momoa e Josh Brolin. Zendaya tem algumas aparições, mas certamente seu protagonismo será maior na segunda parte da história. Como disse, é um elenco gigante que pôs o coração em cada diálogo, em cada cena produzida. E isso tem um peso enorme no resultado final de qualquer trabalho e torna tudo ainda mais admirável.

Rebeca Ferguson e Thimotée: boa química.

 Seguindo, ainda há mais um ponto interessante a ser destacado. A disputa política entre as famílias reais do longa por conta de um minério de suma importância para aqueles povos e que tem um peso comercial enorme para toda uma cadeia de produção universal reforçam alguns pontos relevantes sobre valores morais versus valores financeiros, trazendo em um todo a boa e velha discussão sobre onde as disputas de poder podem levar o ser humano. É a ficção mostrando de maneira mais filosófica como os conflitos em sua maioria são gerados na vida real. É o mais puro reflexo de uma sociedade movida ao longo da história pela vontade de dominar. E justamente na vontade de ser o dominador é que os maiores conflitos foram gerados e muita vidas foram perdidas. É uma forma bem interessante de abordar na ficção um tema tão rico e complexo como esse.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Duna” tem algo de especial que vai muito além do elenco estelar e sua boa narrativa. O diretor conseguiu extrair de uma maneira limpa toda a essência de como transportar uma obra tão grandiosa para as telas do jeito certo e coerente para que o público possa se identificar com a mesma. A forma clara com a qual a história é contada, sem perder o ritmo e sem erros de continuidade, também contribui e muito para reforçar esse fato. Se você é fã de obras de ficção cientifica (inclusive o filme bebe um pouco de fontes como ‘Star Wars’, por exemplo, e isso fica notável durante todo o desenrolar do filme principalmente nas batalhas épicas e nas naves criadas para este universo), pode ir ao cinema pois sua diversão é garantidíssima. Vale demais o ingresso!