O ESQUADRÃO SUICIDA (Avaliação 4/5 - Muito Bom!)
Com humor bastante ácido, novo filme da franquia
traz atmosfera bem diferente de seu antecessor. Vamos a análise! ^^
Com uma premissa deveras peculiar, ‘O
Esquadrão Suicida’ traz novamente os vilões da DC dentro de um escopo onde o
bizarro e o heroico se cruzam. Isso porque o longa aborda diversas categorias
de antagonistas que se encontram encarcerados e precisam encarar missões pra lá
de excêntricas e perigosas em troca de favores penais. Nisso já se pode
perceber o que esperar do filme: personagens nada convencionais tentando fazer
papel de ‘super-heróis’, mas sem nenhum pudor ou código de honra. Assim então temos
um dos projetos mais ousados no que diz respeito a quadrinhos sendo visto em
mais uma oportunidade em tela. Porém dessa vez sendo mais funcional e melhor
direcionado que o primeiro. Vejamos o porque abaixo.
No que podemos dizer sobre o primeiro
grande acerto desse filme, é que o roteiro trabalha melhor os personagens e produz
uma diretriz mais coesa e com menos furos. Isso certamente se observa ao longo
quando você percebe que não há dúvidas quanto ao que está acontecendo em
relação a história e como você cria certa empatia com os personagens conforme a
narrativa vai se desenrolando. Cada um dos que vão sobrando tem peculiaridades
que vão sendo expostas ao longo e isso cria um determinado elo com o qual você
acaba torcendo por eles, mesmo sendo vilões e perigosos. A narrativa flui de
forma cadenciada conforme os diálogos bem colocados e vão transportando o
espectador para o epicentro do conflito abordado no contexto do filme. Isso
traduz certo cuidado em não forçar personagens ao longo sem dar forma aos mesmos.
E nisso o diretor James Gunn o fez muto bem.
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Cena muito boa e com um desfecho hilário! |
Um outro ponto que o longa acerta
é na imprevisibilidade desse mesmo roteiro e no humor ácido contido nele. A
todo momento em que surgem situações tanto caóticas quanto excêntricas, produção
e direção não poupam esforços para criar situações pra lá de inusitadas com os protagonistas
e momentos completamente ‘nonsense’ e hilários. Exatamente por não se esperar nenhum
tipo de conduta moral desses é que o imprevisível sempre acontece. E é
justamente essa uma das melhores sacadas desse filme, que é ir construindo a
imagem desconstruída de certos personagens. E até quando se pensa que vão ser imorais
o tempo todo, o surto de heroísmo pode trazer qualidades que não se esperam
deles. E nesse ponto o filme brilha por trabalhar esses contrapontos entre a
ética e a antiética, entre o que é moral e imoral e entre cumprir ordens ou
fazer o que é certo, justamente por esses tipos de personagens não seguirem
essas premissas, tornando suscetível a não percepção dos próximos movimentos
deles. Muito boa essa sacada.
O trabalho de posicionamento dos ‘takes’, sem produzir cortes exagerados ou muito bruscos e as descrições das próximas ações que são mostradas a cada novo movimento dos personagens são muito bem elaboradas e contribuem eficazmente com o seguimento da narrativa. Nada de talhar momentos importantes nem de dar destaque a alguns sem desenvolvimento por simplesmente terem cortado a cena. A fluidez narrativa também é corroborada pelo ótimo trabalho de captura das câmeras tanto nos momentos de ação quanto na construção das personalidades de cada um. E esse conjunto é o que faz cada personagem ter seu espaço em tela de forma adequada.
O trabalho de posicionamento dos ‘takes’, sem produzir cortes exagerados ou muito bruscos e as descrições das próximas ações que são mostradas a cada novo movimento dos personagens são muito bem elaboradas e contribuem eficazmente com o seguimento da narrativa. Nada de talhar momentos importantes nem de dar destaque a alguns sem desenvolvimento por simplesmente terem cortado a cena. A fluidez narrativa também é corroborada pelo ótimo trabalho de captura das câmeras tanto nos momentos de ação quanto na construção das personalidades de cada um. E esse conjunto é o que faz cada personagem ter seu espaço em tela de forma adequada.
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Margot e sua Arlequina: perfeita! |
Como o título do filme nos diz, a história é sobre pessoas que se colocam em risco nas mais diversas situações. E em meio a tantos vilões – alguns deles muito estranhos, outros muito bizarros e engraçados –, os que sobraram no campo de batalha foram muito bem construídos pelos seus respectivos atores. Idris Elba, por exemplo, que interpreta ‘Sanguinário’, tem carisma de sobra e traz um protagonista forte, ousado e bem trabalhado. Já ‘Arlequina’ de Margott Robbie dispensa comentários. Dona de uma beleza exuberante e talento de sobra, esbanja boa interpretação (como já vista em filmes anteriores e não à toa se tornou popular com a personagem) e encanto, como era de se esperar. Agora os destaques mesmo ficam por conta do ‘Tubarão-Rei’ (do qual Silvester Stallone empresta sua voz), ‘Bolinha’ (interpretado por David Dastmalchian) e ‘Caça-Ratos 2’ (vivida pela atriz Daniela Melchior). O fato justamente do bom roteiro dar atenção a esses personagens fazem com que seus intérpretes sejam bem destacados em suas atuações. Conseguem passar o tom e a dramaticidade de cada um deles muito bem. E a medida que eles vão evoluindo no filme com a passagem dos atos, recebem mais empatia, carisma e convencimento. Jhon Cena, que interpreta ‘Pacificador’, também é outro grande destaque e sua performance tem se aprimorado a cada novo longa. Muito bom!
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “O Esquadrão Suicida” de 2021 corrige erros de execução e continuidade que podem ser vistos em seu antecessor e melhora a resposta para o público em relação ao que de fato pode se esperar desses personagens. Como é um filme para maiores, trabalha ainda melhor a vertente maníaca de cada um deles com esse surto de heroísmo que eles precisam ter. Tem ao mesmo tempo seus méritos e deméritos por produzir comicidade em exagero – até por ser um filme sobre vilões – mas, do ponto de vista geral, o saldo acaba sendo positivo. Se você curte esse tipo de filme, vai se divertir bastante. Vale muito o ingresso!
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