sábado, 28 de agosto de 2021

Filmes

 FREE GUY: ASSUMINDO O CONTROLE (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)


 Novo filme com Ryan Reynolds tem ume premissa leve, divertida, extremamente funcional e um tanto quanto reflexiva. Vamos a análise! ^^
 Talvez você esteja se perguntando se mais um filme baseado em games pode ser algo razoável na atualidade. Bom, casos como ‘Sonic’ e ‘Detetive Pikachu’ são ótimos exemplos de que sim, ainda há esperança em Hollywood para produções do gênero. Agora, e quando esse mesmo gênero cria algo muito além do que transpor personagens conhecidos dos jogos para tela? E quando ele subverte os protagonistas para dar lugar a um ‘desconhecido’? É exatamente isso que acontece em ‘Free Guy’. No longa, Reynolds é ‘Guy’, um NPC (Non Playable Character – personagem não jogável, em português), que tem uma função bem definida no jogo e que, de repente, começa a querer inverter seu papel no game criando ‘vida própria’, por assim dizer. E sim, você não leu errado, ele é personagem que vive dentro de um jogo chamado ‘Free City’ e esse é um game de muito sucesso dentro da história do filme.
 Mas o que realmente começa a chamar a atenção no longa é em como tudo é trabalhado para que o muito bom roteiro crie condições do personagem de Reynolds se desenvolver como se fosse uma pessoa real. Ele começa a criar conexões, sentimentos e desejos que o torna muito diferente dos demais NPC’s do jogo. E quando você pensa que tudo isso não faz o menor sentido, pois você lida o tempo todo da projeção com cenas ‘in-game’ e fora dele também (onde os protagonistas humanos lidam com o jogo, com intrigas e com sua ligação em relação ao desenvolvimento do mesmo), vemos a narrativa dar uma ótima reviravolta em torno do porquê esse específico personagem se desenvolveu dessa forma e nos elucida de forma clara e sem quaisquer falta ou falha o que realmente aconteceu com ‘Guy’. O texto e os diálogos são viscerais e extremamente convincentes para nos dar a perspectiva do personagem ‘in-game’ sem perder o rumo e nem atropelar o roteiro, mostrando a importância de questionarmos quem somos na verdade através da visão de um personagem virtual. Um trabalho muito competente e bem elaborado que nos traz a memória de que sim, dá para fazer bons filmes baseados em jogos. É só procurar entender os conceitos daquilo ou daquele personagem que você está trabalhando. A ideia de dar protagonismo a um NPC in-game foi simplesmente genial e Reynolds tem uma habilidade única de construir esse universo através de sua ótima interpretação (vide o excelente ‘Deadpool’).
 
Ryan Reynolds e Jodie Comer: ótima química!

 Aliás, interpretação essa que soa muito favorável quando você entende melhor o personagem. É incrível como ele – o ator – consegue transmitir para o público a figura de algo sem vida tão bem. Versátil, Reynolds tem protagonismo ímpar no filme e rouba muitas cenas dos protagonistas humanos. Cria empatia fácil e esbanja carisma e personalidade atuando. Outros bons destaques podem ser vistos também, como por exemplo a atriz Jodie Comer, que tanto interpreta uma programadora humana – uma das criadoras do jogo – quanto um avatar dentro do próprio jogo chamado ‘Molotov Girl’. Além dessa interação interessantíssima onde ela joga consigo mesma ‘in-game’, ainda há uma ótima química entre ela, dentro do jogo, e ‘Guy’. Suas aparições são ótimas e as missões que ela tem de fazer ‘in-game’ como personagem são extremamente divertidas e conduzem fortemente a narrativa até seu devido clímax. Taika Waititi, que interpreta ‘Antoine’ e é o CEO da empresa que criou o jogo, também esbanja carisma e produz um certo antagonismo interessante, onde aqui não é uma luta do ‘bem contra o mal’ e sim, mais um jogo de interesses e poder, onde sobreviver no mercado pode ser mais importante que a ética ou respeito ao colega. Visão bem peculiar que estabelece um bom contraponto com o personagem de Joe Keery, ‘Keys’, outro bom destaque também.

Taika Waititi traz um antagonismo peculiar.

 Para você e eu, fã de games, há uma enxurrada de referências e easter-eggs divertidíssimos durante os 3 atos que farão nos deliciarmos tanto com os vários momentos hilariantes contidos em alguns desses quanto a revelação dessas referências. Pac-Man, Megaman, GTA, Fortnite são alguns dos exemplos bem legais daquilo que vi e que posso falar sem transpor ‘spoilers’. Até porque a ‘cereja do bolo’ é já no fim do terceiro ato quando ‘Guy’ precisa definitivamente salvar seu mundo. Aí deixo para você, querido leitor, se deleitar, rir e se divertir como eu também o fiz nesse momento do filme. ;)
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Ryan Reynolds prova o porque é um grande ator e está no topo do ‘mainstream’ de Hollywwod com essa divertidíssima e competente atuação. E ‘Free Guy: assumindo o controle’ se prova ser tão eficaz e funcional por apresentar games de uma forma tão irreverente e bem conduzida pelo diretor Shawn Levy. Uma ideia que deu muito certo e que faz jus a sua ida no cinema, caso seja fã do ator ou de games em geral. Vale muito o ingresso! 

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Filmes

O ESQUADRÃO SUICIDA (Avaliação 4/5 - Muito Bom!)


 Com humor bastante ácido, novo filme da franquia traz atmosfera bem diferente de seu antecessor. Vamos a análise! ^^
 Com uma premissa deveras peculiar, ‘O Esquadrão Suicida’ traz novamente os vilões da DC dentro de um escopo onde o bizarro e o heroico se cruzam. Isso porque o longa aborda diversas categorias de antagonistas que se encontram encarcerados e precisam encarar missões pra lá de excêntricas e perigosas em troca de favores penais. Nisso já se pode perceber o que esperar do filme: personagens nada convencionais tentando fazer papel de ‘super-heróis’, mas sem nenhum pudor ou código de honra. Assim então temos um dos projetos mais ousados no que diz respeito a quadrinhos sendo visto em mais uma oportunidade em tela. Porém dessa vez sendo mais funcional e melhor direcionado que o primeiro. Vejamos o porque abaixo.
 No que podemos dizer sobre o primeiro grande acerto desse filme, é que o roteiro trabalha melhor os personagens e produz uma diretriz mais coesa e com menos furos. Isso certamente se observa ao longo quando você percebe que não há dúvidas quanto ao que está acontecendo em relação a história e como você cria certa empatia com os personagens conforme a narrativa vai se desenrolando. Cada um dos que vão sobrando tem peculiaridades que vão sendo expostas ao longo e isso cria um determinado elo com o qual você acaba torcendo por eles, mesmo sendo vilões e perigosos. A narrativa flui de forma cadenciada conforme os diálogos bem colocados e vão transportando o espectador para o epicentro do conflito abordado no contexto do filme. Isso traduz certo cuidado em não forçar personagens ao longo sem dar forma aos mesmos. E nisso o diretor James Gunn o fez muto bem.

Cena muito boa e com um desfecho hilário!
 
 Um outro ponto que o longa acerta é na imprevisibilidade desse mesmo roteiro e no humor ácido contido nele. A todo momento em que surgem situações tanto caóticas quanto excêntricas, produção e direção não poupam esforços para criar situações pra lá de inusitadas com os protagonistas e momentos completamente ‘nonsense’ e hilários. Exatamente por não se esperar nenhum tipo de conduta moral desses é que o imprevisível sempre acontece. E é justamente essa uma das melhores sacadas desse filme, que é ir construindo a imagem desconstruída de certos personagens. E até quando se pensa que vão ser imorais o tempo todo, o surto de heroísmo pode trazer qualidades que não se esperam deles. E nesse ponto o filme brilha por trabalhar esses contrapontos entre a ética e a antiética, entre o que é moral e imoral e entre cumprir ordens ou fazer o que é certo, justamente por esses tipos de personagens não seguirem essas premissas, tornando suscetível a não percepção dos próximos movimentos deles. Muito boa essa sacada.
 O trabalho de posicionamento dos ‘takes’, sem produzir cortes exagerados ou muito bruscos e as descrições das próximas ações que são mostradas a cada novo movimento dos personagens são muito bem elaboradas e contribuem eficazmente com o seguimento da narrativa. Nada de talhar momentos importantes nem de dar destaque a alguns sem desenvolvimento por simplesmente terem cortado a cena. A fluidez narrativa também é corroborada pelo ótimo trabalho de captura das câmeras tanto nos momentos de ação quanto na construção das personalidades de cada um. E esse conjunto é o que faz cada personagem ter seu espaço em tela de forma adequada.  
Margot e sua Arlequina: perfeita!

 Como o título do filme nos diz, a história é sobre pessoas que se colocam em risco nas mais diversas situações. E em meio a tantos vilões – alguns deles muito estranhos, outros muito bizarros e engraçados –, os que sobraram no campo de batalha foram muito bem construídos pelos seus respectivos atores. Idris Elba, por exemplo, que interpreta ‘Sanguinário’, tem carisma de sobra e traz um protagonista forte, ousado e bem trabalhado. Já ‘Arlequina’ de Margott Robbie dispensa comentários. Dona de uma beleza exuberante e talento de sobra, esbanja boa interpretação (como já vista em filmes anteriores e não à toa se tornou popular com a personagem) e encanto, como era de se esperar. Agora os destaques mesmo ficam por conta do ‘Tubarão-Rei’ (do qual Silvester Stallone empresta sua voz), ‘Bolinha’ (interpretado por David Dastmalchian) e ‘Caça-Ratos 2’ (vivida pela atriz Daniela Melchior). O fato justamente do bom roteiro dar atenção a esses personagens fazem com que seus intérpretes sejam bem destacados em suas atuações. Conseguem passar o tom e a dramaticidade de cada um deles muito bem. E a medida que eles vão evoluindo no filme com a passagem dos atos, recebem mais empatia, carisma e convencimento. Jhon Cena, que interpreta ‘Pacificador’, também é outro grande destaque e sua performance tem se aprimorado a cada novo longa. Muito bom!
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “O Esquadrão Suicida” de 2021 corrige erros de execução e continuidade que podem ser vistos em seu antecessor e melhora a resposta para o público em relação ao que de fato pode se esperar desses personagens. Como é um filme para maiores, trabalha ainda melhor a vertente maníaca de cada um deles com esse surto de heroísmo que eles precisam ter. Tem ao mesmo tempo seus méritos e deméritos por produzir comicidade em exagero – até por ser um filme sobre vilões – mas, do ponto de vista geral, o saldo acaba sendo positivo. Se você curte esse tipo de filme, vai se divertir bastante. Vale muito o ingresso! 


domingo, 8 de agosto de 2021

Filmes

 UM LUGAR SILENCIOSO - PARTE 2 (Avaliação 5/5 - Excelente!)

 Segunda parte da franquia dirigida por John Krasinski é ainda mais densa, sombria e melhor que a original. Vamos a análise! ^^
 Quando o primeiro longa ‘Um lugar silencioso’ estreou em 2018, ele veio com um proposta interessante sobre como lidar com seres que só agem através do som, fazendo com que os protagonistas tenham de fazer o maior silêncio possível para não serem atacados pelos alienígenas que aparecem de forma voraz quando percebem a presença de qualquer ser ‘estranho’ a sua raça. Sucesso de crítica, público e bilheteria, o filme que teria uma só versão elevou o horror a um outro patamar com uma ideia muito genuína e deu um novo fôlego e frescor as produções do gênero, fazendo com que tanto a Paramount quanto seu diretor produzissem mais conteúdo sobra a instigante saga da família Abbot e seus horripilantes algozes do espaço.

Krasinski, que dirige o longa, tem cenas no início.

 E agora, em seu segundo capítulo, vemos a família novamente embaraçada com o contexto narrativo dos acontecimentos pós primeiro filme. Emily Blunt, Millicent Simmonds e Noah Jupe compõem outra vez o elenco dessa e trazem mais uma vez novos momentos de tensão e uma ainda mais assustadora atmosfera deixada pelas marcas do passado. Com uma ligeira apresentação no primeiro ato sobre como os alienígenas chegaram a Terra, o filme mostra nos atos seguintes as situações pós traumáticas do grupo em meio a desordem deixada pelos seres. Agora sem o patriarca da família, que se sacrificou no primeiro longa para salvar os seus, Evelyn Abbot (Emily Blunt), Regan (Millicent) e Marcus (Noah) terão de enfrentar uma vez mais seus maiores medos para sobreviver em meio a dor e o caos. E o que me chama a atenção dentro dessa perspectiva narrativa do roteiro, são as ótimas atuações de todo o elenco principal, que conduzem a trama com maestria e dedicação ímpar. Conseguem transparecer o clima extremamente tenso e obscuro reproduzido em cada gesto, em cada olhar amedrontado, em cada ‘take’ mais severo. Tanto Emily quanto Millicent e Noah transpõem claramente o pavor e a sensação de urgência na profundidade de suas atuações. Em minha mais sincera opinião, todos foram muito intensos e passaram muita credibilidade em seus personagens, em colaboração com o excelente roteiro.
 Com o enorme sucesso do primeiro longa, o visual dos sinistros seres foi amplamente aprimorado em relação ao primeiro filme, inclusive com uma fotografia ainda mais centrada nos mesmos. Tanto a direção de fotografia quanto a de arte realizaram um ótimo trabalho reproduzindo ainda melhor as cenas com os bichos, oferecendo mais realismo e captando com melhor versatilidade a investida dos monstros e as reações de terror que eles causam. Alguns acontecimentos bem posicionadas e bem capturadas pelas câmeras colaboram intensamente com a ação e a sensação de pânico gerada pelos protagonistas humanos, fazendo com que o conjunto da obra seja ainda mais mais denso e melhor que no primeiro longa.

Núcleo principal retorna com ótimas atuações.

 Cillian Murphy e Djimon Hounsou são as novas adições ao elenco e o primeiro, que interpreta ‘Emmett’, protagoniza ótimos momentos com ‘Regan’ (Millicent). Isso porque a atriz mirim tem problemas auditivos de fato na vida real e isso faz com que a interação entre os dois seja diferenciada, devido essa questão ser transportada para o filme. As formas de comunicação, os gestos, todas as sensações e emoções que estas causam no espectador são interessantes, ricas e ajudam o público a criar ainda mais empatia pelos personagens, que são elementos importantíssimos para a trama geral. Em algumas cenas onde ‘Regan’ é deixada completamente sozinha ou isolada, é possível observar o silêncio absoluto da sonoplastia do filme focado nela, denotando ali medo, incerteza, insegurança e abandono. Um detalhe tão curioso quanto perspicaz que deixa uma camada ainda mais profunda a sua personagem. Achei genial isso.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Ainda melhor e mais intenso que o primeiro, “Um Lugar Silencioso – parte 2” consegue elevar o nível tanto da trama quanto das atuações que já eram muito boas e trazer consigo uma boa camada de frescor a esse gênero que anda um tanto quanto saturado nos dias de hoje. O drama dos personagens é amplamente crível e é corroborado pelo cativante e bem alinhado elenco. Se você curte esse tipo de filme, recomendo sem medo de errar. Vale demais o ingresso!



segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Bíblia

 REFLEXÃO BÍBLICA

 "Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?" Salmos 116.12
 Ser grato. Palavra que deveria sempre estar permeando nossas vidas e corações todos os dias. Se pararmos mesmo que momentaneamente para pensar, veremos que tudo o que temos e o que somos são dádivas de Deus para nós. A atitude de um coração grato é sempre devolver a Ele a glória de tudo. É alegrar sobremaneira o coração de Deus com atos que reflitam esse sentimento. Pois por vezes (por muitas vezes na verdade) reclamamos por aquilo que não temos por pura falta de sabedoria e nos esquecemos de tudo aquilo que Ele já nos ofertou. E ao invés do nos enchermos daquilo que Ele já nos supriu, nos frustramos por não ter e demonstramos exteriormente para todos essa insatisfação, pois os sentimentos de ingratidão podem ser revelados em nós de diversas formas. Ingratidão pode gerar inveja por querer ter de qualquer maneira o que o outro possui. Pode gerar mentiras por querer ser e mostrar para as pessoas aquilo que você não é. Pode gerar frustração por querer ter sempre mais do que possui e não poder. Pode gerar vergonha por querer sempre gastar mais do que tem para impressionar os outros - e acabar se endividando. Ei querido, abra o seu coração pra Deus hoje. 'Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Cristo Jesus para convosco', diz um outro texto bíblico. Um cristão grato ao Pai de verdade sabe viver e se contentar no coração com aquilo que tem. Se Deus fizer mais e abrir as portas, glória a Deus por isso. Mas se Ele não fizer, o servo entendido em sabedoria irá discernir e entender o que o seu Senhor está fazendo. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é "Elaine Martins - Agradeço ao Senhor". Medite nessa mensagem, ouça essa lindíssima canção e seja abençoado em nome de Jesus!