quarta-feira, 31 de março de 2021

Filmes

HBO MAX: LIGA DA JUSTIÇA SNYDER CUT (Avaliação 5/5 - Excelente!)

  ‘Zack Snyder’s Justice League’ é uma verdadeira carta de amor aos fãs desses icônicos personagens do universo DC Comics. Vamos a análise! ^^
 O diretor Zack Snyder tem uma visão muito peculiar em suas obras. Grande fã de quadrinhos, sua estética que remete a este tipo de mídia está muito presente em seus filmes. E quando ele foi contratado para iniciar um universo da DC nos cinemas – que começou em 2013 com o muito bom ‘Man of Steel’ -, tudo o que ele queria era externar da forma mais intencional e poética possível suas colocações acerca de como ele vê essas obras e seus personagnes tão icônicos que estão já arraigados no psiqué humano de forma tão natural ao longo de todos esses anos. Quem não conhece Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Aquaman e cia? É impossível ao menos não associar os nomes, mesmo que dificilmente você não saiba quem são. E produzir algo no mesmo nível do que seria a verdadeira homenagem a esses em forma de live-action certamente seria o auge da sua carreira como diretor. Porém uma série de divergências criativas com a Warner e o trágico incidente familiar coibiu totalmente sua narrativa para a continuação desses filmes. Mas o tempo passou e, após muitas especulações e pedidos, cá estamos vendo o que posso chamar de um sofisticado e digno longa que a Liga da Justiça tanto merecia ter. E vamos destrinchar todos os porquês abaixo.

Muito quadrinhos/animação essa cena!

  Primeiro item que posso destacar é certamente a narrativa extremamente mais coesa e menos corrida em relação ao que foi mostrado anteriormente. A condução e formação de cada personagem da Liga foi minunciosamente detalhada e se consegue perceber claramente as personalidades, intenções, alegrias, frustrações e objetivos de cada membro. Cada longo ‘take’ com sua exuberante fotografia revelando mais da identidade de cada um traduz exatamente o que, ao meu ver, um bom filme deve ter: uma bela construção tanto de protagonistas quanto de antagonistas para que o todo do filme faça sentido. E sim, você chega na metade do filme entendendo exatamente o que cada um é, seu espaço e conflitos pessoais no longa. A concepção da Liga é feita por heróis que misturam seus poderes com uma certa humanidade em cada um deles. E por isso a proposta de desenvolver pausadamente cada um foi, ao meu ver, um decisão das mais acertadas nesse projeto do Snyder. Até porque, além do 'Superman', nenhum outro teve seu filme solo para trazer sua história para o grande público ('Mulher-Maravilha' e 'Aquaman' viram um tempo depois). E esse fator enriqueceu muito a narrativa desse longa. Só se consegue ter conexão com a história e os personagens se eles forem bem introduzidos. Do contrário, é um amontoado de ótimos atores lançados em um roteiro que não os justifica e nem cria empatia com seus personagens. E nisso o Zack caprichou muito!
 Outro ponto extremamente relevante fala sobre a estética do filme. A postura cartunesca está presente tanto quanto o enquadramento de uma cena de história em quadrinhos. E o que isso quer dizer em termos práticos? Em muitas e muitas cenas, percebe-se o cuidadoso trabalho dele em tanto trazer a forte lembrança dos quadrinhos para as telas quanto remeter o espectador a um desenho animado da ‘Liga da justiça’. Eu mesmo em muito pontos me senti eufórico em perceber como seu tratamento e direção trouxeram isso de forma escancarada em tela. Um verdadeiro presente para os mais ávidos fãs de ambas as mídias, que puderam ver um diretor fã trabalhando exatamente no que o fã quer ver: um cenário apoteótico – digo isso de forma positiva, pois a Liga precisa escorregar nesse termo – que reflete exatamente o poder de seus protagonistas e que, além disso tudo, precisam unir forças e trabalhar em conjunto para que cada um deles desempenhe bem sua força no grupo. Quer mais desenho animado da Liga da Justiça que isso? ;D

O imponente Darkseid / A tríade do mal!

 Sua mostra de como os heróis são e de como eles interferem na sociedade como um todo e na cultura pop pode ser vista em cada um na escolha desse elenco. Os perfis se encaixam tão bem que Henry Cavill, Gal Gadot, Jason Momoa por exemplo, já transpuseram barreiras e se tornaram ícones dentro de seus papéis. Por um bom tempo ninguém vai querer ver outro Superman ou Mulher-Maravilha – ou até mesmo um outro Aquaman – interpretado por alguém que não sejam eles. Todos foram muito bem escolhidos pelo diretor (‘Cyborg’ de Ray Fisher, ‘Flash’ de Ezra Miller e ‘Batman’ de Ben Afleck se incluem também), mas esses 3 que citei – que tiveram filmes solo com os respectivos atores – se consolidaram firmemente no ‘mainstream’ de Hollywood. Será que ainda poderemos ver Ben Afleck e seu peculiar ‘Bruce Wayne’ em uma aparição solo? Há todo um ‘plot twist’ no epílogo que aponta para isso. Por favor Warner, só faça acontecer. Obrigado.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! A estética ímpar e muito peculiar desse diretor trouxe a leveza e a densidade necessárias para que “Liga da Justiça Snyder Cut” se tornasse de fato a obra definitiva e extremamente bem estruturada desse universo. Além da excelente construção de cada protagonista, as camadas de profundidade do vilão ‘Lobo da Estepe’, suas reais motivações e desejos são muito bem canalizados nesse. E a história de Darkseid, que começa nesse e culminará no próximo – que assim seja – são pontuadamente bem fundamentadas também. É impossível negar o esmero e a profundidade da visão do diretor nesse. Um obra para ser vista e relembrada por anos a frente. Só posso parabenizar o Snyder pelo seu belo trabalho. Vale a pena demais assistir! ;)

quarta-feira, 24 de março de 2021

Bíblia

 REFLEXÃO BÍBLICA
 
 "O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos'' Salmos 103.6
O texto em apreço vai narrar algo que para muitos hoje, soa como se Deus fosse alguém 'vingativo'. Mas não se engane. Não veja Deus com sua ótica falha e humana. 'Justiça', nesse contexto, tem a ver com 'ser justo' na medida proporcional ao próprio ego humano. 'Deus não se deixa escarnecer, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará', diz um outro texto bíblico. Também tem muito a ver com a maneira com que o Pai olha as situações. O que pode ser julgamento para o homem, ao falar de certas questões de outrem, pode na verdade ter um olhar diferenciado para Ele. Não julgue premeditadamente ninguém. A justiça dEle não tem os mesmos parâmetros que a nossa. Nós somos impulsivos. Deus é longânimo. Somos imediatistas. Deus dá oportunidades. Nos iramos com facilidade. Deus demora a irar-se. Mas quando Ele vê que o injustiçado está sofrendo de forma abrupta e ininterrupta por aquele que comete a injustiça, Ele, no Seu tempo, age com juízo, pois o Pai 'não tem o culpado por inocente', diz ainda um outro texto da Palavra de Deus. Portanto, meu querido, se estás cometendo injustiça, pare imediatamente e se arrependa o quanto antes. Deus é misericordioso para perdoar. Mas, meu irmão, se tu és o injustiçado, tenha certeza que Ele virá e fará parar o mal, da maneira, do jeito e no tempo dEle, pois Ele não se agrada de quem oprime seu próximo. Oprimido e opressor tem olhares bem diferenciados diante do nosso Senhor. Pense nisso. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é "Os que te ferem - Rayssa/Leandro Borges". Deixe os que te ferem e oprimem nas mãos do Senhor, pois Ele sabe como cuidar. Só ore e se cale. Todo o agir está nas mãos do Pai. Medite nessa mensagem, ouça esse magnífico louvor e seja abençoado em nome de Jesus!


sexta-feira, 19 de março de 2021

Filmes

 RAYA E O ÚLTIMO DRAGÃO (Avaliação 5/5 - Excelente!)


 Com uma apresentação primorosa e qualidade ímpar, nova animação da Disney figura como sendo das melhores do estúdio. Vamos a análise!
 Que a empresa do Mickey tem um portfólio altamente notável, isso todo mundo já sabe. São dezenas e mais dezenas de obras cinematográficas que beiram a perfeição e foram contempladas com várias premiações de peso ao longo dos anos. Mas, e quando ela ousa sair do convencional para atingir outros públicos e culturas? Assim como foi com ‘Viva – a vida é uma festa’ (que abordou temas relacionados a cultura mexicana), temos agora uma massiva animação sobre cultura chinesa (inclusive abrangendo um pouco de sua história do passado). E o resultado talvez não podia ser outro: extrema qualidade artística e muito respeito pelo material original da obra. Vejamos o porquê abaixo.
 Quando digo no parágrafo anterior sobre respeito, estou primeiramente me referindo a direção de arte tomada pelos designers para elaboração dos personagens. Eles certamente foram pensados para serem animados com características menos cartunescas (entenda: são modelos 3D reimaginados de pessoas chinesas, mas sem olhos grandes, pernas finas e outras características que o estúdio costuma usar para deixar pessoas ainda mais caricaturadas; isso que quero dizer) que o convencional da empresa. Isso porque certamente queriam evitar polêmicas com o governo chinês, público alvo e foco dessa obra. E isso na verdade acabou tornando o filme o mais belo possível, pois há um pouco de suavidade e manutenção na forma como usaram, de forma não canônica, todas as questões que envolveram sua antiga história, com divisão de reinos e suas rivalidades quase que poéticas. Nisso muitos games também já beberam e bebem até hoje dessa rica narrativa. E embora outras animações já tenham abordado esse tema, ver a Disney trabalhar isso com maestria e mantendo altíssima qualidade, é realmente muito prazeroso. ;)

A pequena Maya e seu pai.

 Um outro ponto tecnicamente muito relevante diz respeito a construção dos personagens. São retratados de uma forma tão colossal e bem delineada que você acaba criando vínculo (que é isso que um bom roteiro faz) não só com os protagonistas, mas com seus coadjuvantes também. E isso acontece aqui de forma brilhante, pois você consegue enxergar as motivações, crises, dores e sentimentos de cada um deles e torcer por eles, até mesmo quando você não aceita suas posições. É o caso por exemplo da ‘Namaari’. Ela cria um contraponto com ‘Maya’ que estabelece uma colisão de ideias muito interessante. Embora seja uma espécie de antagonista, sua luta e a construção de sua narrativa a justificam. Percebe como uma história bem contada traz luz ao emocional dos personagens ao ponto de, mesmo não concordando com eles, conseguir alcançá-los? Tanto ‘Maya’ quanto ‘Namaari’ são decididas, fortes e seguem seguras em direção as suas convicções. E isso vem mais uma vez para quebrar os paradigmas das ‘princesas’ da Disney, pondo mulheres corajosas (caso da ‘Elsa’ também, de ‘Frozen’) e não mais donzelas com aquele senso de fragilidade. Maya é construída de forma deslumbrante nesse sentido (e eu fiquei simplesmente apaixonado pelo seu design/personalidade <3). ‘Boun’ e ‘Sisu’ são outros dois destaques também. O primeiro por ser a parte fofa e dar o tom de leveza do filme. A segunda por sua importância na história e por ser um excelente alívio cômico. Ambos são coadjuvantes que agregam muito na narrativa e encantam igualmente por serem entendidas suas razões de estarem ali ajudando a protagonista a desenvolver seu arco. E quando os coadjuvantes conseguem esse feito, de contribuir para com o desenvolvimento dos protagonistas, certamente o roteiro está fazendo seu ótimo trabalho nisso. :)


O encontro com Sisu.

 As paisagens, vilarejos e os mais variados cenários tocam profundamente pela sua beleza quase que transcendental. A qualidade visual, o charme, a riqueza dos detalhes seja de uma floresta ou de um deserto beiram o insano. Não se poupou tecnologia nem esforços para entregar um material o mais fidelizado e bonito possível. A cada nova troca de cena eu me deslumbrava com tamanho esmero e cuidado na realização desse trabalho. O que fez a obra se tornar ainda mais impecável, em minha humilde opinião. ;D
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! A Disney mais uma vez se supera em entregar uma animação firme, sólida e baseado em uma mitologia e história rica e atemporal. “Raya e o último dragão” é uma deliciosa embarcação rumo a uma brilhante jornada épica cheia de respostas e transformações. O lindo e emocionante final traduz isso muito bem. Dessa vez eu recomendo muito mesmo. Vale cada centavo para assistir! :D


sábado, 13 de março de 2021

Filmes

 AMAZON PRIME: UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK 2 (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)


 Sequência de longa de 1988, que estreou em 5 de março na plataforma, traz um senso de nostalgia e comédia bem misturados nesse. Vamos a análise! ^^
 Continuações de filmes antigos são sempre uma questão a parte. Mexer com a nostalgia alheia tendo de revisar contextos para o mundo atual não é tarefa das mais fáceis. E entregar toda a atmosfera do filme original nem sempre é funcional nos dias de hoje. Porém, entre a tentativa de se abordar assuntos contemporâneos e manter a essência, ‘Um príncipe em Nova York 2’ acaba se saindo muito bem em ambos os aspectos. Primeiro, por conta do elenco que não foi trocado. Segundo, por conta de pequenos detalhes da carreira de Eddie Murphy no ‘show business’, que são sua marca registrada e estão lá em grande estilo nesse. E justamente o equilíbrio de todos esses pontos é o que faz o filme funcionar bem em suas quase duas horas de duração.


Eddie Murphy e Arsenio Hall retornam na sequência.

 Como falei no parágrafo acima, a decisão de se manter o elenco original foi das mais acertadas, pois Hollywood já notou que ‘reboots’ ou ‘remakes’ não estão tendo muita aceitação com o público por esses dias. São poucos os casos de acerto. E rever Eddie Murphy, Arsenio Hall e Shari Headley reprisando seus icônicos papéis traz algo tanto de mágico quanto de sensato no filme. Quem interpretaria os trejeitos, olhares e risadas de Murphy tão bem quanto ele mesmo? Sua veia de comédia é única e bem peculiar. Não vejo alguém hoje que tenha tenha sua postura cômica. Fora o fato, que é a parte incrível de sua arte, de ele interpretar vários personagens ao mesmo tempo no filme. E não só ele, Arsenio Hall dá um show também com suas transformações. E essa talvez seja uma das marcas registradas mais marcantes de sua carreira (vide filmes como ‘Norbit’ ou ‘O professor aloprado’). O que obviamente não poderia ser substituído de forma alguma. Ponto muito positivo esse! :)

Rei Akeen agora tem 3 belas filhas...

 Apesar de ser muito leve e divertido, o filme tenta ainda abordar, de forma muito suave, temas como, por exemplo, a ascensão das mulheres ao poder. Traz isso muito diluído na narrativa quando percebemos que no seu reino só homens podem governar, por conta das tradições centenárias de seu povo. Mas é confrontado quando sua esposa diz para ele que ‘são novos tempos’. O pai dele (interpretado por James Earl Jones, que também reprisa seu papel de outrora) pede por um herdeiro homem e ele teve três filhas (isso não é spoiler, aparece nos trailers de divulgação). E há toda uma construção da ‘desconstrução’ desses paradigmas no filme. Nada forçado ou levantando bandeiras ideológicas. Apenas mostrando levemente o contexto atual. E nessa leveza do discurso, há outros focos de diálogo que trazem outras sutis críticas também. Como por exemplo em um dado ponto fala sobre a indústria do cinema atual, dando aquela leve cutucada na abordagem ‘hollywoodiana’ de hoje (filmes de super-heróis, remakes/reboots, sequências de filmes antigos). Bem sacada essa abordagem, brincando com o fato desse também ser uma sequência de um filme velho. O que na verdade não deixa de ser um fato (rs).

...e descobre um filho bastardo, vivido por Jermaine Fowler.

 Há participações muito especais no longa, que agregam bastante a parte cômica e contribuem para dar aquele charme a mais na produção. Nomes como Morgan Freeman e Wesley Snipes acertam o tom e, mesmo com Morgan tendo uma pequena participação, certamente abrilhanta muito o contexto da trama que, embora seja simples, flui muito bem durante todo o tempo. Leslie Jones e o novato Jermaine Fowler (que interpreta o filho bastardo do protagonista) complementam muito bem o elenco no quesito representatividade. Que, aliás, é o que não falta tanto aqui quanto no primeiro, mesmo o anterior sendo em uma época em que esse assunto era pouco difundido (ou seja, não há cunho político ou ideológico aqui. Somente respeito aos atores negros que por vários anos nos brindaram com suas boas performances). E não. Não é um filme para ser analisado de forma profunda. É uma história leve, espirituosa e com os clichês amorosos de sempre. E tudo isso é amarrado com muito risos e gargalhadas. Mas ainda assim funciona dentro da sua própria ‘bolha’, pode-se assim dizer. ;)
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Um príncipe em Nova York 2” tem Eddie Murphy e Arsenio Hall multifacetados em suas diversas caricaturas espalhadas pelo longa. É riso solto certo, incluindo várias cenas engraçadas nos créditos finais dos ‘erros de gravação’ e um pós-crédito no fim para mais um suspiro de risada. Diversão leve, descompromissada e funcional. Dessa vez eu recomendo muito. Me diverti bastante assistindo! ;D



sexta-feira, 5 de março de 2021

Filmes

 RECOMENDAÇÃO: ENTRE FACAS E SEGREDOS (2019)


 Com um elenco estelar, filme de investigação que lembra livros de Agatha Christie figura como um dos melhores desse gênero. Vamos a análise!
 Como um ávido fã de livros de romance policial – embora atualmente eu não esteja lendo algum – me arrisco a dizer que assistir essa obra resgatou em mim aquele fervoroso sentimento – bom, por sinal – dos famosos livros da escritora do primeiro parágrafo. E não, esse filme não é obra dela, mas todo o entorno de mistérios envolvendo a família de um milionário morto e as diversas nuances que intrigam e detalham o crime lembram sim muito a escritora. E na verdade isso é magnífico! Com um roteiro muito bem conduzido até o seu estonteante desfecho, não há nenhum espaço para respirar. A brilhante forma como a narrativa é amarrada, prendendo a atenção do espectador a cada instante, faz com que a deliciosa trama seja deleitosamente absorvida pelo público, com aquele gostinho de duvidar de tudo e todos até o fim e desconfiar até mesmo do que se parece meio óbvio. E há uma acertada perfeição nesse trajeto, incluindo a inerrante escolha do elenco.
Que elenco é esse direção!

 Elenco esse, que brilha incessantemente do início ao fim, com um destaque para o impagável Daniel Craig como detetive ‘Benoit Blanc’. Sua atuação impecável, sagaz e envolvente trouxe a responsabilidade a todos os outros atores e criou um entrosamento ímpar de todos os envolvidos no projeto. Nomes como Chris Evans, Jamie Lee Curtis, Christopher Plummer (in memorian), Katherine Langford e Jaeden Martell compõem o luxuoso ‘cast’ e a química entre eles cria um ambiente extremamente funcional, intuitivo e instintivo – ajudados também pelo indiscutível bom roteiro. O longa não se perde em nenhum momento de suas duas horas e dez minutos de tela, não ‘esfria’ e mantém o equilibro e o interesse, criando uma atmosfera sólida e muito bem embasada. Ana de Armas também merece destaque, por viver uma personagem imigrante enfermeira que cuidava do milionário em questão (vivido pelo saudoso ator Christopher Plummer). Os pontos mais altos do filme a elevam junto com sua personagem, que vai se tornando mais denso a cada novo ato e ainda estabelece diversos momentos muito cômicos juntamente com o personagem de Daniel Craig, com quem faz uma troca magnífica. E o grande segredo de sucesso desse projeto está justamente aí, na coerente troca e entrosamento de cada personagem, de cada gesto, olhar e diálogo flertando com o clima de mistério oferecido pela trama. Tudo muito bem dosado e inserido nos momentos mais exatos possíveis. Da mesma forma a bem posicionada fotografia corrobora com todo o enredo e questionamentos dos envolvidos, gerando ainda mais tensão e incertezas. Um conjunto memorável, posso assim dizer. ;)
Daniel Craig e Ana de Armas: impecáveis! ;)

 
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Entre facas e segredos” é aquele tipo de filme que possui a qualidade e o ‘sabor’ ideais. Elenco grandioso e cativante, roteiro minunciosamente bem escrito, trama envolvente e deliciosa com um desfecho triunfante. Se não o melhor, certamente é um dos melhores filmes do gênero em anos. Curti demais e recomendo demais! Vale muito mesmo dar uma conferida! ;D