sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Filmes

 MONSTER HUNTER (Avaliação 2/5 - Ruim!)


 Recursos visuais bacanas e roteiro extremamente fraco – ou quase inexistente – desmantelam a tentativa dessa ser uma boa adaptação de um game. Vamos a análise!
 ‘Monster Hunter’ é um game criado pela empresa Capcom em 2004 e mostra, dentro de seu núcleo principal, um mundo vasto onde humanos e enormes criaturas coabitam e ambos precisam lutar para se manterem vivos naquele ambiente. Há uma gama de recursos e armas para exploração e percepção daquele mundo e as missões vão se dificultando a medida que novas e mais poderosas criaturas precisam ser caçadas. O jogo é um estrondoso sucesso de vendas até os dias de hoje e encanta fãs de diversas partes do globo com sua jogabilidade divertida e atraente. E como sempre digo quando falo de adaptações de mídias (nesse caso dos games para o cinema): é fundamental saber como se manter um equilíbrio entre uma história que faça sentido para o público em geral e ao mesmo tempo, manter a essência do que se vê no jogo em tela. Mas infelizmente, o que o filme tem de bonito visualmente, tem de erros sucessivos no que diz respeito a narrativa. Vejamos o porquê abaixo.

Milla Jojovich (Artemis)/Tony Jaa (Caçador)

 O jogo da Capcom não tem 2 ‘mundos’. Contudo, na trama do longa, um grupo de soldados do ‘nosso mundo’ é levado por uma espécie de portal para o ‘novo mundo’, onde encontram criaturas gigantescas desconhecidas até então. Só que o primeiro ato se mostra completamente ineficaz em apresentar com clareza a distinção desses dois mundos e jogam o núcleo humano sem nenhum sentido lógico para o ‘novo mundo’. Um falha grosseira que deixa a narrativa enfraquecida durante – pasmem – todos os dois primeiros atos da trama. Não há sequer nenhum diálogo durante todo esse período que possa tornar crível a passagem para o ‘novo mundo’ e o porque deles estarem ou terem chegado até ali. A protagonista ‘Artemis’ (Mila Jojovich) se encontra nesse ‘novo mundo’ com o ‘caçador’ (Tonny Jaa) e ambos não entendem suas línguas, o que cria uma discrepância narrativa extremamente incômoda, pois a projeção se desenrola sem nenhum linha de fala aparentemente coerente. Porém as cenas estão ali apenas sendo jogadas em tela com uma edição, muitas das vezes, de doer a cara e o coração. Não que o núcleo humano fosse ruim ou que a ideia de dois mundos se colidirem fosse equívocada. O ponto não é exatamente esse. Mas sim o fato de absolutamente nenhuma explicação ser apresentada para que essa colisão fosse coesa. Ponto muito negativo esse ao meu ver.
 Um outro fator incomodo é justamente o fato de, por não haver quase diálogo no filme, o desenvolvimento dos personagens é praticamente nulo e você não simpatiza com eles nem se solidariza com as situações apresentadas. A artificialidade de colocar cenas de ação uma por cima da outra sem que a motivação das mesmas seja realmente delienada as tornam frustrantes e por vezes. monótonas e até chatas (mesmo com a qualidade incrível algumas delas – falarei sobre isso mais abaixo). Você só é contemplado com algum vislumbre pequenino do contexto já praticamente no finzinho do segundo ato, inciando o terceiro, quando um outro personagem daquele ‘novo mundo’ entende a língua do nosso mundo e fala meia dúzia de palavras soltas que desperdiçam ainda mais a oportunidade de se esclarecer tudo o que está realmente se passando no filme. Decepcionante!


Os efeitos visuais/especiais são muito bons.

 Conforme relatei nos parênteses do parágrafo acima, o gasto monumental com os bons efeitos visuais/especiais, com monstros ricos, e alguns bem feitos e assustadores se perdeu em meio essa narrativa ‘fake’. Mesmo tendo um enorme vislumbre de todo aquele belíssimo mundo, não salvou o filme do engodo que foi. E acredite, Mila Jojovich e Tonny Jaa até que tentam carregar o filme nas costas. Mas o roteiro – que deve ter sido escrito em meia página – puxa o longa para o declínio e infelizmente não convence nem um pouco na minha humilde opinião. O que pode certamente entristecer os milhões de fãs da franquia. Fora que, mesmo com uma qualidade bacana nos visuais, a quantidade dos monstros em tela é absurdamente limitada em comparação ao jogo original, o que também deixa o filme muito aquém do universo que ele poderia apresentar a mais naquele mundo.
 Enfim, vale a pena ver o filme? Não vale! ‘Monster Hunter’ tinha tudo para ser um ‘hit’, até pela legião de fãs que carrega. Mas o roteiro quase que nulo engessado em quase duas horas de duração sem explicações fizeram mais uma vez uma grande oprtunidade ser desperdiçada, pois mesmo que a história fosse linear e simples, mas com coerência, certamente teria muito mais apelo e atenção do público em geral. Infelizmente dessa vez não recomendo e fica por sua conta e risco, querido leitor.


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