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Ótimo poster! ;D |
Com uma apresentação impecável, história de
origem de um dos mais emblemáticos vilões do Batman é visceral e impactante. Vamos
a análise! ^^
Talvez a peça-chave que move Gothan City
aos sons da sua truculenta e atordoada população atente-se por aquele que é o
extremo oposto de seu principal herói. O personagem ‘Coringa’ foi criado pelo
quadrinista Jerry Robinson e teve sua primeira aparição na revista do Batman do
ano de 1940. Rodeado de mistérios e polêmicas sobre sua real origem, sua mente
doentia e psicótica foi permeando o universo das histórias do Homem-Morcego até
a atualidade e hoje o antagonista, além de ter se tornado o principal vilão das
HQs do Batman, também se tornou um dos maiores personagens da cultura pop
atual. Dono de uma personalidade peculiar e perigosa, já criou situações bem
intensas e penosas tanto para Bruce Wayne quanto para os moradores da sombria Gothan. E transpor esse material tão profundo de personalidade tão rica quanto duvidosa
para a sétima arte não seria e nem é tarefa muito fácil. Até porque outros
atores já viveram o personagem outrora – uns bem sucedidos e outros nem tanto –
e me parecia razoável que se pudesse conceber uma narrativa sobre sua origem
(vista sob a ótica do diretor Todd Phillips e do ator Joaquin Phoenix) que
fizesse jus ao legado do tão avultado vilão. E o resultado final desta empreitada
é uma jornada rumo a desconhecida, fria e perturbadora vida de ‘Artur Fleck’,
um aspirante a comediante que devido aos seus problemas mentais e a sua ‘doença
do riso’, não foi muito eficaz em se arrolar em algum meio social palpável e
que pudesse ser acolhido como alguém integrado a comunidade. E isso cria sérias
consequências em sua jornada pessoal.
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Phoenix: brilhante dramatização do personagem! ^^ |
Logo de início o que mais me faz
impressionar é a forma com que o ator Joaquin Phoenix consegue dar vida a esse
personagem. Eu não sei quanto a vocês, leitores, mas sua atuação trazia uma
dramaticidade tão intensa que ‘Arthur fleck’ me gerava medo. Não pelo seu
contexto caótico, mas por aspectos de sua personalidade tão bem interpretados
pelo ator que transpunham o desconforto que o protagonista demonstrava em
relação ao mundo a sua volta e como ele via e vivia aquilo tudo. Ele era
emocionalmente instável o tempo todo e aquilo trazia uma inquietação constante
para o espectador (ao menos eu senti isso em demasia). O que é incrível do
ponto de vista estético e da atuação em si. Phoenix está em um outro nível de
comprometimento. Sua entrega quase que tangível ao personagem fez com que esse
misto de sentimentos pudesse ser notado com muita clareza durante todo o filme.
Desde o seu início já tínhamos uma real ideia em quem o protagonista iria
realmente se tornar. E isso era deveras angustiante, pois o meio social não
criou seu fim. Na verdade, apenas teve uma leve contribuição para tal. Sua veia
problemática já transcorria em sua índole. Ou seja, o pavio já estava aceso. Só atearam
mais fogo nele.
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Robert De Niro (Murray) e Joaquin (Arthur). |
Toda essa temática social abordada pelo
roteiro, ao mesmo tempo que é fascinante, é genuinamente perturbadora e um
tanto quanto inconsequente e perigosa. Mas não veja este ponto como uma crítica
negativa. Ao meu ver a forma como o meio muitas das vezes produzem seus
próprios ‘monstros’ demonstra o quanto somos frágeis e insensíveis em buscar a
empatia pelo outro. Apesar de sua índole má e de seu comportamento inquietante, a soma de todas as ações equivocadas
só fez crescer nele mais ainda esse ódio animalesco dentro de si. Os
personagens de Robert De Niro (Murray Franklin) e Zazie Beetz (Sophie Dumond) são
também fundamentais para a formação psicológica do ‘Arthur’. Tentativa e erro.
Enquanto ‘Sophie’ é a tentativa do acerto (ao menos na mente imaginativa de 'Arthur'), ‘Murray’ é o descaso do fracasso (pelo que ele fez com o protagonista). O próprio surgimento do Batman é fruto dessa sociedade desordenada, desalinhada. E a excepcional narrativa traz a luz toda
essa discussão de uma maneira profunda e reflexiva. A pergunta que fica é: o
que nós criamos dentro de nós mesmos que vamos demonstrar para os outros? Cada
um sempre leva um pouco de nós e deixa um pouco de si. Quer seja bom ou ruim,
somos em parte fruto das situações e experiências que transmitimos e que
recebemos. Fica aí então essa reflexão para todos nós pensarmos sobre. ;)
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Com uma performance insana, Joaquin Phoenix consegue fazer de “Coringa” um dos filmes mais paradigmáticos deste ano e que facilmente concorrerá ao Oscar, quer por sua dignificante atuação, quer por seu roteiro singular e narrativa coesa. Um filme que transborda reflexão e ao mesmo tempo, singulariza ainda mais este tão misterioso e cativante personagem. Vale demais o ingresso!
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Com uma performance insana, Joaquin Phoenix consegue fazer de “Coringa” um dos filmes mais paradigmáticos deste ano e que facilmente concorrerá ao Oscar, quer por sua dignificante atuação, quer por seu roteiro singular e narrativa coesa. Um filme que transborda reflexão e ao mesmo tempo, singulariza ainda mais este tão misterioso e cativante personagem. Vale demais o ingresso!
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