Mesmo rateando e criando conexões com os outros filmes da franquia,
'Missão Impossível' ainda continua imperdível. Vamos à análise!
Há trinta anos se consolidava um dos temas mais icônicos dos filmes
de ação e espionagem de todos os tempos: 'Theme of Mission
Impossible', criado por Lalo Schifrin para a série de TV dos anos 60
do século passado - 1966 para ser mais preciso. No entanto, o tema
passou a ter maior proeminência a partir do primeiro filme de 1996
com Tom Cruise. Fato. E de lá para cá não só a música permeou o
imaginário popular como também o icônico personagem 'Ethan Hunt'
de Cruise que, com extremo charme e missões pra lá de excêntricas,
angariou o posto de um dos protagonistas mais notáveis do cinema
moderno. A cada novo episódio uma trama maior e ainda mais robusta
era acoplada aos personagens, criando um ambiente de espionagem
extremamente interessante, persuasivo e intrigante para o espectador.
A complexidade de cada filme, aliado às acrobacias cada vez mais
insanas de Tom, tornaram a produção em uma das mais divertidas ao
longo dos anos. E agora nos despedimos dessa longeva saga de uma
forma digna e convincente, mais uma vez mostrando que bons filmes
também precisam ter um fim - e um bom fim por sinal. Veremos o
porquê disso logo mais abaixo.
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As insanas missões de 'Ethan Hunt'. |
Um elenco pra lá de robusto. Ao longo da história da franquia,
muitos atores renomados passaram pela produção. E neste não
poderia ser diferente. Além de sua estrela principal, temos
Simon Pegg, Ving Rhames, Angela Bassett, Pom Klementieff, Hayley
Atwel entre outros nomes relevantes da indústria. Isso mostra o quão
grande a franquia é e o quanto essa renovação de elenco traz
sempre um frescor a produção, fazendo com que cada filme tenha suas
relações com os anteriores e, ao mesmo tempo, mantenha uma
identidade única e intrínseca em cada longa. Tanto que já passaram
pela franquia outros grandes nomes como Henry Cavill, Rebeca Ferguson
e Jeremy Renner. Ponto muito positivo esse!
Inteligência
artificial, a nova ameaça. Não tem jeito. Esse é o assunto da vez.
E mesmo vendo abordagens em outros filmes sobre o tema - o que pode
ser considerado um certo clichê -, nesse longa a proposta funciona
de maneira muito visceral. Trocar a vilania humana por uma IA
constrói a ideia de que a humanidade aqui fora das telas possa estar
construindo 'sua própria cova' com os avanços tecnológicos
ininterruptos, constantes e velozes nessa área. Não é só sobre
melhoria de vida e avanços importantes para a humanidade. O filme
aborda o lado mais truculento e perigoso que um 'descuido' humano
pode acarretar se não nos guiarmos por firmes regras em relação a
este novo - e assustador - recurso. Será que teremos um 'Ethan Hunt'
da vida real que terá coragem de parar uma situação tão penosa
vivida no longa? É um questionamento que fica a uma linha tênue
entre a ficção e a realidade atual. Pesado.
Trama firme e bem
conduzida. Mesmo tentando criar conexões com os outros filmes -
justamente para dar liga ao acerto final -, em alguns momentos podem
parecer meio confusos esses enxertos. Todavia cabe e muito o mérito aos
roteiristas Christopher McQuarrie - que dirige a produção também -
e Erick Jendresen o feito de escrever as duas cenas mais insanas já
feitas para esta saga, que é a sequência de 'Ethan Hunt' no
submarino e as de ação nos aviões. Mesmo trazendo à memória os
longas antigos e personagens também, não impediu que houvesse um
fim épico e digno que essa saga merecia. Não entenda mal. As
conexões não são mal feitas. Elas só podem talvez confundir o
público por terem sido executadas muitos e muitos anos atrás,
fazendo com que alguns nem lembrem mais delas. Todavia, isso não
atrapalha a narrativa como um todo, que entrega mais uma vez uma obra
digna de ação, espionagem, traição e entretenimento do jeito que
essa franquia sempre foi e sempre vai ser. Muito bom!
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Parte do grandioso elenco do filme. |
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! "Missão
Impossível - O acerto final" é uma produção competente que
mais uma vez entrega o que promete, sem medo de seus exageros. Tom
Cruise mostra mais uma vez que no auge da sua longevidade ainda tem fôlego para
muitas outras acrobacias incríveis e o grande elenco como sempre são
excelentes coadjuvantes da saga, que contribuem muito para a
narrativa. Um filme que, mesmo sabendo seu fim, não ligaria nem um
pouco se fosse produzido mais um. Vale demais o ingresso!