domingo, 12 de outubro de 2025

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A LONGA MARCHA - CAMINHE OU MORRA (Avaliação 4/5 - Muito Bom!)

 Nova adaptação de mais um dos livros de Stephen King é coroada com clima tenso e diálogos intensos. Vamos a análise!
 Imagine uma caminhada sem volta. Onde sonhos podem ser alcançados ou estraçalhados pelo caminho. Diante de tanta pressão, ânimos se exaltam, vidas são expostas e tudo parece realmente se tornar relativo. É nessa premissa ardilosa em que o filme se baseia. Há escassez naquela nação distópica e fictícia. E só há uma forma de vencer. Stephen King mais uma vez mostra o porquê é um dos grandes escritores da nossa geração. Para além dele, o diretor Francis Lawrence converte a obra original em uma grande odisseia em tela grande. E tem todos os méritos para essa comovente produção. Vejamos alguns porque abaixo!

Mark Hammil: comandante impiedoso.

 Elenco afiado. Não há dúvidas que as escolhas para essa jornada foram as mais acertadas. Primeiramente Mark Hamill cria uma atmosfera sórdida e dramática com seu personagem comandando toda a tropa do longa. Suas ações questionáveis ao longo trazem dura sensação para os competidores. O quarteto de protagonistas também estão alinhados com seus diálogos e transmitem toda a pressão que a película oferece, todavia criam laços de amizade tão fortes que reforçam momentos de pura aura juvenil. David Jonsson, Cooper Hoffman, Ben Wang e Tut Nyuot estão tão bem entrosados que a química entre eles durante o percurso é orgânica, inesperada e natural. Gosto da forma como o diretor trabalha com eles, criando um vínculo que se prova doloroso ao longo. Roman Griffin Davis faz uma participação curta, mas por ser o mais novo do grupo, o choque inicial é desproporcionalmente latente. Quem ver vai entender.
 Diálogos fortes. O filme não é exatamente sobre quem vence ou quem perde. É sobre construções narrativas que vão se desenhando ao longo e fazendo o espectador criar empatia por cada história, cada diálogo, cada linha melancólica dessa jornada, porque não dizer, humilhante. Não há bases sólidas sobre o futuro. Não há talvez sequer um futuro. E é exatamente isso que faz essa película ser tão reflexiva. É a jornada da vida contada em algumas horas na tela podendo ser interpretada de várias formas. Os que permanecem, os que se vão, o que chegam, os que nem sequer serão vistos. Entretanto todos deixam marcas. Profundas. Podes criar análises variadas sobre o que vês. O limite é a sua visão de mundo. E cada um terá a sua nesse longa.
 Fotografia filosófica. Em diversos momentos a fotografia esbarra nos cenários ricos e, por vezes, inóspitos dos locais pelos quais a tropa vai passar. E a câmera foca alguns segundos nesses locais. É uma forma triste de ver a realidade proposta nesse filme. O belo se encontra com o assombro. O vazio com o medo. E nem sempre a beleza será a sombra da realidade e vice-versa. O olhar contemplativo da fotografia pode ser bonito. Mas também pode ser perturbador. Depende muito da forma com que enxergamos o mundo a nossa volta. E isso é de uma frieza e delicadeza muito grande partindo da direção de fotografia. Um trunfo e uma qualidade ímpar - podendo ser forte candidato ao Oscar 2026 no quesito por essas questões.

Ótimo quarteto protagonista.

 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! "A longa marcha - caminhe ou morra" é ver uma outra vertente de Stephen King em tela. Muito conhecido pelo terror, aqui ele mostra a vida em cada passo dado no longa. É uma caminhada constante rumo a, na verdade, o desconhecido. E nem sempre quem vence fica plenamente satisfeito com a vitória. Um filme cheio de camadas profundas para debates e conversas sobre. Vale demais assistir. Vale demais o ingresso!

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