QUARTETO FANTÁSTICO - PRIMEIROS PASSOS (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)
Novo longa da primeira família de heróis da Marvel tem 'alma' em
toda sua narrativa. Vamos a análise!
'Quartero Fantástico'
teve sua origem nas HQs, na revista 'Fantastic Four #1', lançada em
novembro de 1961. Criados por Stan Lee e Jack Kirby, o grupo teria
justamente a ideia de serem mais próximos - em grau parentesco mesmo
- e não apenas heróis que se reúnem para combater um mal em comum.
E o sucesso da revista e da equipe foi instantâneo. De lá para cá,
muitas aparições e inúmeros encontros com outros personagens
Marvel nas HQs foram acontecendo. Porém a primeira tentativa de
transportá-los para os cinemas foi em 1994 e devido a inúmeros
problemas e questões contratuais essa produção nunca viu a luz do
dia. As novas tentativas foram em 2005 e 2007, já com os direitos
cinematográficos pertencendo a FOX, angariando relativo sucesso e se
tornando até nostálgico para os mais puristas - eu inclusive. Em
2015 houve aquele fracasso retumbante e cheio de problemas que nem
sei se conta nessa lista - menção não muito honrosa talvez. E
agora em 2025 uma nova versão - já integrada ao UCM após a compra
da FOX pela Disney -, colocou uma narrativa um pouco mais madura aos
personagens, construindo bons dilemas e um entrosamento bem afiado
tanto de elenco quanto no conceito de família. E com isso se tornou
uma das adaptações mais interessantes desse grupo por diversos
pontos. Veremos alguns deles abaixo.
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A primeira família da Marvel. |
Elenco entrosado. Um bom roteiro jamais vai ser relevante sem um
elenco que se engaje para fazer tal acontecer. E mesmo com o
'excesso' de Pedro Pascal esse ano, a formação do grupo em termos
artísticos é muito bem pontuada. Existe real química entre todos e
isso é muito bem refletido na produção. Observa-se um ambiente
extremamente familiar durante toda a película, com os atores
realmente entendendo muito bem o conceito dos personagens em questão.
Vanessa Kirby, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach compõem junto com
Pascal o time ideal para esse filme. Entenda: a escalação dos
atores é feita previamente, mas são com eles juntos na atuação é
que veremos se realmente aquela escalação deu certo ou não. E sim,
foi acertada mesmo!
Dilemas morais. Um dos pontos narrativos altos da trama engloba justamente o nascimento e envolvimento do
filho de 'Reed' (Pedro) e 'Sue' (Vanessa). Quando em um determinado
ponto da trama o filho vira o centro das atenções - sem 'spoiles'
aqui - há todo um questionamento moral e ético durante todo o
segundo ato, que corrobora com perguntas como: salvar um ou todos?
Minha família ou os demais? E a forma como isso é traduzido em tela
funciona organicamente bem. Vanessa Kirby entrega muito nos momentos
desses questionamentos. E isso reflete em toda a história em si. Um
ponto muito alto também.
Galactus. Não há dúvida que a tão
sonhada e aguardada aparição do 'Devorador de planetas' nas telas
era esperado por todos os que curtem esse gênero. E sua chegada não
poderia ser mais autoritária, pomposa e colossal. Trazido a Terra por
'Shalla-Bal', a 'Surfista Prateada' daquele mundo - vivida
intensamente bem pela atriz Julia Garner -, o personagem vivido pelo
ator Ralph Ineson transborda sua essência com muita propriedade e
uma voz extremamente amedrontadora. Se aguardamos tanto tempo por
esse momento, que fosse realmente surpreendente. E foi. Ponto
positivo também.
Liberdade criativa. Uma das questões que
mais confortam é a de que não houve necessidade de picotar roteiro
para encaixar os personagens no grande panteão do UCM. Como era um
uma outra Terra, fomos capazes de ver uma liberdade criativa que não
víamos há muito tempo em filmes de heróis. As escolhas do diretor
foram mais respeitadas e bem sintetizadas no contexto retrofuturista
do filme. O que mostra por vezes que nem sempre filmes conectados
funcionam, se não forem muito bem executados. Aqui vemos um claro
caso de desconexão que deu muito certo.
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'Franklin Richards' na barriga da mãe. |
3D muito bom. O recurso nesse filme está a altura do mesmo. Gostei
de uma maneira geral da imersão e a experiência é agradável para
quem for ver com os óculos. Se ainda houver salas disponíveis na
sua cidade, vale a pena sim as moedas a mais para uma experiência
mais divertida.
Enfim, vale a pena ver o filme?
RECOMENDADISSIMO! "Quarteto Fantástico - Primeiros Passos",
por tudo o que o longa entrega sobre o que foi dito aqui, é a melhor
adaptação até agora desses queridos heróis. Sem fator nostalgia
aqui e sendo frio, analítico e sincero, o roteiro desse é muito
melhor e a interação dos atores com o mesmo muito mais trabalhada
tanto em termos de diálogos quanto em questão do modelo de família
que queriam construir para os personagens. A primeira família da
Marvel merecia um longa assim. Com 'alma', estética e efeitos
especiais muito bem produzidos - 'Galactus' é impressionante nesse
quesito. Vale demais ir assistir. Vale demais o ingresso.
Muito bom. Ficou acima das expectativas.
ResponderExcluir👍🏽🙂
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