ARGYLLE - O SUPER ESPIÃO (Avaliação 3/5 - Bom!)
Novo filme de Matthew Vaughn tem roteiro inventivo, mas peca um
pouco em sua execução. Vamos a análise!
A ideia de unir
espionagem e comédia não é nem um pouco nova. No entanto, a
história desse longa tem momentos tão inusitados que rompem várias
vezes as barreiras narrativas para quebrar a percepção do
espectador sobre a produção. Quer seja para o bem ou para o mal,
ela surpreende por tentar ser ousada e nem um pouco lúcida a
princípio. E isso funciona de certa forma durante o longa. O
problema é que na hora de concentrar esforços para executar tudo a
que o filme se propõe, ele nega a existência do consenso e da
coesão e dá lugar por vezes a fantasia escrachada e até certa
maneira, meio piegas. E tudo isso que disse aí era sim ideia do
diretor do filme, pois está bem escancarado na proposta. Mas
funcionou de verdade? É o que veremos nos parágrafos abaixo.
Uma viagem 'alucinógena'. Que todo roteiro precisa fazer sentido,
mesmo ele sendo difícil de entender ou muito bem elaborado, isso
todo mundo já sabe. Mas o diretor desse resolveu criar uma dinâmica
meio que de 'ficção dentro da ficção' e abusa de elementos
subjetivos para dar a ideia de 'grandiosidade' do filme. Ele lá até
tem seus méritos, porém a condução da trama começa a ficar
cansativa a partir da metade do segundo ato em diante, quando ele
resolve trabalhar mais ainda com o 'cartunesco' e com cores
vibrantes, dando um aspecto extremamente piegas a produção. Não me
leve a mal, caro leitor, mas direção e produção começam muito
bem sua execução, mas no fim escorregam em prolongar demais algumas
cenas e descaracterizar a seriedade que poderia ter sido o final e a
ideia central da película. Uma pena.
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Trio subaproveitado. |
Muitos nomes, poucas cenas e mudanças não muito convincentes.
Temos para este filme um elenco para lá de interessante. Henry
Cavill, Samuel L. Jackson, Dua Lipa, John Cena, Bryce Dallas Howard,
Sam Rockwell. Ótimos nomes, porém uns aparecem demais e outros, nem
tanto. Na verdade, a 'salada' visual e dinâmica da trama faz com que
você pense algo a respeito do longa propositalmente e após descamba
para o inusitado, onde alguns atores é que de fato são os
protagonistas dessa história (sem 'spoilers' aqui). O que pode jogar
'um balde de água fria' no espectador ou surpreender de forma
positiva. Vai depender do seu ponto de vista. A questão aqui, no
caso das atuações, são as nuances da atriz Bryce Dallas Howard,
que faz essa ruptura de expectativas ser tão forte que em um segundo
momento de sua personagem ela não funciona. Na 'primeira fase',
digamos assim, ela está perfeitamente 'casada' com a ideia proposta
para o seu papel. Já no outro momento (que é justamente após a
metade do segundo ato), ela desanda e não entrega muito bem a sua
'segunda fase'. Além das cenas longas demais, essa outra fase da
personagem não ilustra muito bem o perfil da atriz e ela não
convence em suas performances. Fica tudo muito sem emoção e ela não
consegue transferir isso para o público. É uma ótima atriz, mas
não combinou com a mudança que fizeram com ela.
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Dupla um tanto inusitada. |
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! "Argylle - O Super
Espião" tem um conceito bacana, mas falha em alguns aspectos.
No geral, é um bom filme justamente pela sua proposta não linear.
Mas o terceiro ato precisava de uns ajustes para ficar realmente
excelente. No entanto, a ideia de 'quebrar expectativas' me agradou
bastante. Vale o ingresso!
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