HOMEM-FORMIGA E A VESPA: QUANTUMANIA (Avaliação 4/5 - Muito bom!)
Com uma trama peculiar, novo longa do UCM abusa novamente da ‘fórmula
Marvel’, mas estabelece, ao meu ver, de forma eficaz, o novo grande
vilão do estúdio. Vamos a análise!
Que ‘Kang’ e ‘Jovens
Vingadores’ já estão entre nós, isso é fato, pois mais uma
integrante dessa equipe foi apresentada nesse filme. Mas o que
destaca a produção de fato é a apresentação do novo vilão do
arco maior dessa saga. Tivemos uma espécie de ‘debut’ do novo
antagonista nesse (em ‘Loki’ ele aparece bem mais comedido - aliás, recomendo muito assistir essa série antes de ver o longa). Mas, cá entre nós, ainda é muito cedo para termos e vermos
quais as reais intenções e o quão poderoso é esse personagem que
tem um arco bem complicado nos quadrinhos, pois vários roteiristas
diferentes escreveram sobre o vilão e tudo é muito amplo e por
vezes, até desconexo nas HQ’s. Mas um breve vislumbre na película
e já podemos ter um pouco do que virá por aí nos cinemas. E, em
minha humilde opinião, acertaram em como apresentaram a história do
personagem. Explico um pouco mais sobre isso abaixo.
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Trio de heróis: antigos e novos rostos. |
Um roteiro que trabalha pensando no futuro. Com grande destaque para
Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), o longa mergulhou mais a fundo
dentro do reino quântico e trouxe um arco de personagem sólido e
bem interessante para a personagem. Tudo o que aconteceu durante o
tempo que ela ficou lá foi explicado e a forma como Kang (Jonathan
Majors) é introduzido na trama – para entrar na trama maior do UCM
– é, sim, ao meu ver, muito bem explanada. E digo isso porque
roteiros como a série da ‘Ms. Marvel’ e ‘Thor: Amor e Trovão’
(eu gostei da Kamala Kahn e da atriz que foi escolhida mesmo assim)
são extremamente meia boca, um com vários furos e o outro,
exagerado demais. Contudo, a ‘fórmula Marvel’ também está
presente nesse, mas de forma mais atenuada, com uma história coesa
e, para mim, convincente. O que eu não vi nessas outras duas
produções anteriores, eu enxerguei nessa um cuidado maior. Afinal
de contas, está iniciando finalmente de forma mais amplificada a
‘Saga do Multiverso’ e ‘A Dinastia Kang’ e era preciso uma
apresentação coerente do seu principal antagonista. E, para mim,
ficou muito bom.
Atuações e atores confortáveis em seus
papéis. Paul Rudd, que interpreta ‘Scott Lang/Homem-Formiga’ e
Evangeline Lilly (Hope Van Dyne/Vespa) estão há bastante tempo
trabalhando com seus respectivos protagonistas, assim como os
veteranos Michaell Douglas (Hank Pym) e Michelle Pfeiffer (Janet Van
Dyne). Todos esses são muito experientes em atuação e, por estarem
se dedicando a esses projetos da Marvel já de longa data, apresentam
ao público boa performance e demonstram solidez na interpretação
dos personagens (mesmo que vez por outra a tal ‘fórmula Marvel’
tragam os atores para aquém do que eles podem). Mas no geral, avalio
principalmente Michaell e Michelle – que, embora sejam
coadjuvantes, são os grandes fios condutores de toda a trama –
como sempre impecáveis, em minha humilde opinião. Jonathan Majors
(Kang) mostra muito bem como será o futuro do grande vilão e faz
ótima performance de seu personagem. Bill Murray (Lord Krylar) tem
pouco espaço de tela e seu arco de personagem não foi bem
exposto. Um diálogo aqui e ali entre ‘Janet’ e ‘Krylar’
dão só uma ideia do que realmente houve no passado e isso, para um
ator desse calibre, podia ter ganhado mais espaço e ser melhor
explicado. Já a atriz que faz ‘Cassie Lang/Estatura’ (Kathryn
Newton), mesmo sendo importante para a história e ter um bom começo,
é necessário avaliar um pouco mais. Mas ela é promissora também.
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Michaell e Michelle: veteranos em atuação. |
Bons efeitos e fotografia bem posicionada. Não haveria outro jeito
de criar um mundo que não existe sem efeitos especiais. E, embora
quase não são usados efeitos práticos, o resultado final não me
trouxe incômodo não. Digo isso porque o CGI está decente nesse
filme e os planos de fotografia, muito bons. Não é uma produção
televisiva (embora Kevin Fiege tenha afirmado certa vez que queria
menos episódios para que as séries tivessem a qualidade de filme e,
pelo menos nas últimas 3 produções, isso não foi muito bem
executado não), então precisa ter adequação e orçamento de um
filme de cinema. O reino quântico é riquíssimo e cheio de vida,
com vários seres e mini cidades vivendo em certa coletividade –
exceto pelo fato do vilão estar lá. Há certos conceitos que
lembram muito ‘Star Wars’, mas tudo está bem equilibrado ao meu
ver.
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A nova grande ameaça do UCM. |
O 3D é sempre um adendo que costumo agregar nas minhas análises,
pois por vezes, até grandes canais não falam sobre o efeito. Dessa
vez eu avalio como bom. Nada grandioso como em ‘Avatar – o
caminho da água’, mas modesto o suficiente para caso você goste
do recurso, ter alguma imersão bacana e um ‘tempero’ a mais para
assistir. No mais, para quem não curte a tecnologia, acredito que
você se divirta sem ela. No final eu, que sou um entusiasta deste,
achei bom (e digo isso com certa experiência pois, por exemplo,
‘Jurassic World – Domínio’ o 3D é horroroso e gastei dinheiro
para ver a tela toda chapada, com efeito zero).
Enfim, vale a
pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Homem-Formiga e a Vespa:
Quantumania” traz Jonathan Majors em excelente forma e um vilão
sombrio, com camadas que serão aprofundadas mais a frente e que
certamente dará muito trabalho aos Vingadores – tanto novos quanto
antigos. É um filme divertido, com uma trama interessante e que abre
larga margem para o futuro do UCM. Eu gostei e me diverti, querido leitor. Vale
muito o ingresso!