PRIME VÍDEO: SAMARITANO (Avaliação 3/5 - Bom!)
Novo filme de Sylvester Stallone lançado recentemente no ‘Prime’
entrega roteiro genérico com algumas boas cenas de ação. Vamos a
análise!
A ideia de produzir filmes sobre vigilantes
solitários embasados na concepção de que eles são ‘heróis’
não é nem um pouco nova. E utilizar isso com um ator conhecido e
consagrado para angariar público é algo que funciona apenas em
parte. Digo ‘em parte’ não exatamente por conta do ator, mas,
sinceramente, vamos falar a verdade: filmes que saem direto para o
‘streamming’ tendem a ter roteiristas que me soam bem amadores.
E, por mais que a história faça sentido, eles não conseguem trazer
algo que realmente seja relevante para o longa. Parece que orçamento
baixo é sinônimo de falta de imaginação para algo mais épico. Ou
talvez seja pelo fato de que o próprio serviço de ‘streamming’
quer apenas mais um filme aventuresco para preencher catálogo mesmo.
E o que realmente incomoda em uma produção para esses tipos de
serviço, na maioria das vezes, sendo baixo ou alto orçamento, é
que eles não se preocupam tanto com a forma com que esses filmes vão
soar para o espectador de maneira geral. Eles só querem o conteúdo
pronto para ter o que mostrar para os assinantes. E isso acaba por
produzir uma experiência apenas de mediana a boa em sua maior parte.
Veremos mais do porquê disso abaixo.
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Cenas de ação até que são legais. |
Stallone é um senhor de idade que vive pacatamente em um pequeno
apartamento como um aposentado. Porém um garoto de 13 anos chamado 'Sam' (Javon Walton) decide investigar a vida desse senhor a ponto de
querer descobrir se ele é um antigo vigilante chamado ‘Samaritano’
(título dado ao filme) que há décadas atrás juntamente com seu
irmão gêmeo, haviam nascidos geneticamente modificados e com força
sobre-humana. E a partir daí ele se une ao ‘Sr. Smith’
(Stallone) para interrogá-lo acerca do assunto. Enquanto ele insiste
em sua persuasão, algo estranho começa a acontecer na cidade e será
preciso que alguém intervenha para solucionar todo aquele caos
instalado. Em parte, a forma como a trama é guiada até produz
alguma atenção no espectador, mas a maneira como os diálogos são
conduzidos e as decisões que foram tomadas para a ação acontecer
soam um tanto quanto bobas, por assim dizer. Aliás, lembram muito
bem aqueles filmes dos anos 80/90 do século passado em que o ator
protagonista é bem mais importante que a história em si e esse tipo
de pauta nem sempre retornava em muito sucesso – dependendo da
premissa do filme, lógico. É meio ‘Sessão da Tarde’ que se
dizia, né? (rsrs).
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Dupla com alguma afinidade. |
Ademais, há uma bela referência em uma das cenas com um fliperama
daquela época onde o game que estava nele era justamente o
“Robocop”. Inclusive isso corrobora e muito com minhas afirmações
acima. O diretor realmente tentou se basear na premissa dessas
produções que fizeram muito sucesso no passado (o primeiro filme de
“Robocop” teve uma repercussão enorme, chegando até a sair em
outras mídias, como desenhos e games – já mostrado aí no texto)
e trouxe algo que, para aquele momento, tinha o ar de novidade. E a
tentativa de tentar transpor algo de sucesso no passado para os dias
de hoje pode até ser justa, desde que o bendito roteiro sustente de
fato uma boa história. Entenda, o roteiro aqui não é incoerente,
ele só não é nem um pouco inovador percebe? As cenas de ação até
que são bem legais, dentro do que a idade de Stallone ainda está
apto a fazer, mas elas sozinhas não se sustentam em relação ao
todo. A interação com o menino Javon Walton é até bacana e os
dois tem bons momentos juntos, mas também é só. As ligações que
colocam o garoto na trama querem trazer lições do tipo ‘fazem
algo mal nem sempre vale a pena e é você que tem de escolher seu
caminho’, mas se baseiam em situações bem rasas no contexto
geral.
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Embora
muito genérico em sua concepção, “Samaritano” traz mais uma
vez Silvester Stallone de volta as telas e vê-lo em ação é sempre
uma boa nostalgia para os fãs de seu trabalho. Como é um filme para
um serviço de ‘streamming’, e se você gostar do ator, vá já
pensando em uma diversão sem compromisso em um fim de semana sozinho
ou com amigos e umas pipocas para acompanhar. É raso? Sim, um pouco.
Mas pode ser que você ainda se divirta como eu me diverti. Vale a
conferida.