Elenco robusto e cativante. |
Tanto a modelagem dos personagens quanto os cenários estão atualizados e modernizados para tentar atender a demanda do mundo atual (inclusive adotando um certo estilo minimalista na elaboração das fontes usadas em todo o 'layout' do game e nas barras de vida e de golpes especiais). Apesar de muito bonitos e de terem conseguido um patamar bastante significativo, ainda necessitavam de um pouco mais para chegar ao padrão que vemos hoje na indústria. E não considere isso uma crítica negativa. Não me incomodo com as escolhas estéticas que a empresa usou pra modelar seus personagens em 3D, optando por um tom menos realista e mais cartunesco e pelos cenários que lembram muito o estilo adotado pela corporação em jogos como ‘Fatal Fury’ (basta olhar pro cenário do ‘Team Hero’ e vais notar certa semelhança no sentido do conceito, dada as devidas proporções, com o cenário do personagem ‘Tung Fu Rue’ de ‘Fatal Fury Special’, por exemplo). O que me refiro é ao um nível mais profundo de detalhamento dos mesmos. Temos recursos suficientes hoje para elaboração de algo bem mais aprimorado em termos técnicos e acho que isso faltou um pouco mais no game. Personagens ‘cameo’ (isto é, escondidos no cenário), como é de costume da empresa, também não deram as caras nesse e eu senti muita falta disso. Porém eu devo considerar todos os esforços que os produtores fizeram para nos trazer algo positivo e, de certa forma, renovado para esse novo momento.
Em termos de ‘gameplay’, devo realmente considerar aqui o trabalho caprichado que foi realizado neste. Aprimorando tudo o que estava ainda não muito acertado em seu antecessor, o game conta com uma jogabilidade ainda mais fluida, personagens muito equilibrados e algumas novas mecânicas que incrementam e muito a jogatina. O novo sistema ‘shatter strike’ deu ao game um dinamismo ímpar e contribuiu muito para acentuar e refinar melhor as nuances da ‘gameplay’. E tanto para jogadores casuais quanto para veteranos, o jogo conta com um estilo básico de aperto de botão múltiplas vezes para aqueles que são considerados público novo, que gostaria de jogar o game mas não simpatiza com sua movimentação ‘hardcore’. E também acerta na profundidade para se tornar um mestre e ficar páreo a páreo com um jogador mais profissional ou com um nível mais elevado. Quanto a esse quesito, a satisfação de todos em geral está garantida.
A trilha sonora é um espetáculo a parte. Dona de um acervo musical memorável, além da faixas inerentes ao game, que estão belíssimas e refletem bem a composição de cada um dos times no game, a empresa disponibilizou todas as trilhas dos jogos anteriores em um modo chamado ‘DJ Station’ e trouxe a nossa memória as icônicas músicas tanto do KOF quanto até de outros jogos da empresa. Dentro desse modo você pode criar ‘playlists’ para ouvir suas favoritas e ‘in game’ pode dinamizar essas para tocar durante as partidas. É realmente prazeroso jogar escutando o acervo dos jogos passados. Pode usar as composições para tocar ou com o time correspondente àquela ou com um personagem que estava naquele trio anteriormente. Muito acertada também essa função no jogo.
A jogabilidade está melhor refinada neste. |
O modo ‘história’ recria de
certa forma o padrão dos jogos anteriores com CGI’s bonitas e uma narrativa que
ainda está se construindo. Começando pelo jogo anterior, um novo arco está em
andamento e as escolhas narrativas que os roteiristas usaram para este poderiam
ter sido melhor elaboradas. E não que eu ache a história ruim neste ou que eu
queira ver temas profundos abordados. Longe disso. Até porque normalmente os ‘The
King of Fighters’ possuem trilogias contadas e acredito que no último capítulo
desse arco o clímax da história irá explicar bem mais coisas além. Mas, ao meu
ver, e até para atender a demanda atual dos modos ‘história’ de vários jogos
(incluindo alguns do gênero, como é o caso de ‘Injustice’ e ‘Mortal Kombat’),
acredito que sim, poderiam rever e reconsiderar implementar esse novo conceito
de narrativa usado nos dias atuais.
Por fim, o modo online foi expandido e
está ainda mais sólido, sendo para isso usado um conceito bastante recorrente chamado ‘rollback
netcode’, que melhora as taxas de quadros jogando com outros jogadores em rede (se
desejar leia mais sobre esse conceito aqui). Com vários modos muito
convincentes (inclusive um que permite até 6 jogadores simultâneos com cada um
escolhendo seu personagem, como em uma partida dos antigos fliperamas), o
título já chega para ser extremamente competitivo nesse quesito e estabelece um
novo alto padrão de jogatinas online para a franquia. Nos testes que fiz pude
notar melhor fluidez e respostas bem mais rápidas no 'netcode', o que facilita
demais na precisão dos comandos executados e estabiliza melhor as constantes
quedas de frames por segundo do jogo em conexão com outros jogadores.
Um adição e tanto para este modo que vai agregar e muito ao longo dos anos de
vida útil desse produto.
Em suma: ‘The King of Fighters XV’
acerta a mão e conserta todos os problemas que o seu antecessor teve, implementado
várias melhorias em todos os quesitos do jogo e estabelece um novo patamar para
a franquia. Com notas extremamente positivas de vários meios de comunicação
especializados, esse título entra para o ‘hall’ dos mais memoráveis de toda a
série, seja por seu elenco chamativo, pela sua magnifica trilha sonora ou pelo
seu positivo modo online. Um game para ser apreciado por muito tempo e trazer
bastante diversão a todos que estão dispostos a jogá-lo. Nota 9!
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