terça-feira, 19 de outubro de 2021

Filmes

 VENOM - TEMPO DE CARNIFICINA (Avaliação - 2,5/5 - Bom!)


 Com um roteiro fraco, novo filme do Venom não consegue superar seu antecessor. Vamos a análise!
 Como um dos personagens mais icônicos do universo do Cabeça de Teia, o primeiro longa vai nos mostrar a trajetória do jornalista ‘Eddie Brock’, interpretado pelo ator Tom Hardy, até a sua fusão com o simbionte que veio do espaço. Mesmo não tendo o Homem-Aranha no filme, ele ainda consegue se sustentar bem e ter uma boa resposta do público no geral. Logicamente, por tal inesperado sucesso, uma sequência foi logo programada para ser produzida. E nesse embalo, um dos mais terríveis e perigosos vilões de todo o universo do Aranha ia pela primeira vez dar as caras nas telas. Porém a forma com a qual ele foi inserido e a execução de sua história deixaram e muito tudo a desejar no que parecia ser um filme dos mais épicos já vistos. Veremos o porquê abaixo.
Tom Hardy e Woody Harrelson: bons atores e trama fraca.

 A começar pelo roteiro, toda a trama gira em torno do conflito que Eddie vive por estar atrelado ao simbionte e também de tentar solucionar vários casos de assassinato sob o comando de 'Cletus Casady' (Woody Harrelson). E isso não soa muito bem, até porque há momentos na trama em que se perde o foco de quem realmente é o Venom e o tratam como se ele fosse um bobo sentimental. E é isso mesmo que você leu. Há pontos da história que essa dinâmica, que talvez era pra ser cômica, não funciona como deveria e faz o simbionte não parecer tão sagaz quanto ele realmente é. Certos diálogos e cenas simplesmente não se encaixam com esse perfil do personagem que conhecemos dos quadrinhos. Há algumas situações que foram criadas para o alienígena que são meio que vergonhosas, dada sua origem e características e o que salva o roteiro do verdadeiro fiasco é a boa atuação de Tom Hardy que, mesmo em meio a essa dinâmica incômoda que elaboraram, consegue entregar um personagem consistente. Praticamente ele segura todo o filme nas costas.
 Igualmente, tendo em vista o grande vilão que foi inserido nesse – talvez um dos mais perigosos nos quadrinhos –, ‘Carnificina’ não chega nem perto de ser o ardiloso personagem que costuma dar muito trabalho para Spiderman (que em muitos casos já chegou a se unir com o próprio Venom para conter o vilão). Sua trama no filme é um tanto quanto rasa e ele não é tão bem desenvolvido quanto o que ele realmente representa de ameaça. Talvez a pouca duração do filme não foi o suficiente para convencer de que ele é realmente um vilão extremamente forte e sinistro como nas HQ’s. E nada parece funcionar direito em sua narrativa, pois fica a impressão de que falta algo na trama que realmente justifique seus atos e sua periculosidade. A solução que deram igualmente em seu desfecho não faz jus a ele e muito menos ao seu legado como antagonista. É realmente uma pena desperdiçar o potencial de um personagem tão importante assim para o universo das histórias em quadrinhos do Aranha.

Carnificina: potencial desperdiçado em tela.

 Os efeitos visuais também estão parecidos com os do primeiro filme. Mais uma vez optaram por cores escuras e filmagens em ambiente noturno para esconder possíveis defeitos de CGI. Não que filmagens desse tipo não sejam legais, porém em certos momentos de batalhas entre os simbiontes a situação fica meio confusa e você não consegue enxergar direito o que está acontecendo em tela. Além de repetitivo, fica a impressão da omissão por um trabalho mais caprichado nos efeitos especiais. Como no primeiro filme, estão apenas bons. Mas certamente poderiam ser muito melhor elaborados.
 Enfim, vale a pena ver o filme? ‘Venom – Tempo de Carnificina’ tinha tudo para ser um filme de proporções épicas, devido ao seu diretor Andy Serkis (que já fez ótimos papéis como ator) e Tom Hardy / Woody Harrelson, que são ótimos atores. E principalmente pelos seus icônicos personagens – tanto o protagonista quanto seu incrível vilão. Mas seu roteiro raso e mal escrito deixou muito a desejar no quesito história e sua trama incômoda não emplaca a não ser pela boa atuação de Hardy. Um filme desperdiçado com um gigante potencial. Agora o pós-crédito vale muito mais a pena do que todo o filme. Esse sim acabou por fazer valer minha ida no cinema. Se fores ver, querido leitor, espere até ele. Acredite, valerá o esforço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário