SPACE JAM: UM NOVO LEGADO (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)
Novo longa da franquia ‘Space Jam’ é divertido, tem uma boa
dose de nostalgia, mas tem uma história extremamente simplória.
Vamos a análise! ^^
Quem aí no auge dos seus quarenta,
cinquenta anos não se lembra de ter assistido pelo menos a um dos
desenhos dos ‘Looney Tunes’? Todos esses personagens são
incrivelmente emblemáticos na memória de muitos de nós que já
passamos de um certa idade. Até porque fizeram nossa infância ser
mais alegre e prazerosa. E mesmo em uma era onde o ‘politicamente
incorreto’ operava, isso não tinha a menor importância para nós.
Parece que sabíamos bem, enquanto pequenos, a discernir de alguma
forma que aquilo era só um desenho. Nossas conexões neurais não
queriam imitar os atos. Apenas rir deles. E por isso esses
personagens se tornaram tão carismáticos e memoráveis em nossas
mentes e corações. E vê-los novamente em tela traz sim aquele doce
sentimento de infância reaquecido dentro de cada um de nós.
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LeBron tem boa dinâmica com os Looney. |
Nessa análise, ater-me-ei somente em me posicionar a respeito do
filme, sem comparativos com a obra anterior – também muito
nostálgica. E há sim alguns pontos que quero destacar positivamente
sobre este. Primeiro, a Warner tem feito um incrível trabalho de não
‘justificar’ os personagens para esse novo tempo. Assim como
feito em “Tom & Jerry”, este também mantém fidedignamente
as características de cada um dos protagonistas desde seus tempos
mais remotos. E este acerto é sim uma das questões que já tornam o
filme agradável de se ver. Sem o ‘politicamente correto’ dos
dias de hoje, os mesmos podem realizar suas peripécias exatamente
iguais aos seus tempos de origem. As risadas gostosas de outrora de
um tempo que já não existe mais estão lá para deleite dos mais
puristas e dos que detém sua criança interior avivada dentro de si,
sem deixar de saber que já é um adulto. Mais uma vez muito
assertiva a decisão do estúdio em deixar mesmo tudo com era, mesmo
tendo de ‘cancelar’ o personagem ‘Pepe Le Gambá’ por motivos
pra lá de polêmicos, infelizmente.
Outra questão bem
colocada no longa é a enxurrada de easter-eggs (as famosas
referências) que brotam quase que o tempo inteiro durante a
projeção. Dizer que isso não foi um belíssimo de um acerto, ao
meu ver, é jogar contra o próprio time. Eu mesmo fiquei por vários
momentos observando os cenários tentando ver quantos personagens eu
conseguia identificar – tanto antigos quanto atuais – que
encantaram e encantam gerações. Provavelmente terei de rever para
poder fazer jus ao meu desejo de procurar por todas as que eu puder
encontrar. Vi ‘Scooby-Doo’, ‘Tu-Tu-Tubarão’, ‘King Kong’,
‘Space Ghost’ e por aí vai. Esses são os que são bem notáveis,
juntamente com outros. Há dezenas delas, provavelmente. E assim como
foi em “Jogador Número 1”, foi bem entusiasmante buscar por
essas referências. ^^
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Os Tunes em CGI: fofos. |
A introdução dos icônicos personagens em CGI foi bem feita e
funcional. Até porque não tiraram a essência dos ‘cartoons’
produzindo toda a película nessa tecnologia. Usaram em boa parte do
tempo a animação convencional (com técnicas avançadas obviamente)
mas sem retirar o charme dos coloridos traços de antes. E poder ver
LeBron James em animação tradicional foi, ao meu ver, a cerejinha
do bolo. Inclusive com as características inerentes aos desenhos
antigos, como ficar ‘amassado’, ‘pequenino’, entre outras
peculiaridades desses. Uma opção dos produtores que
aprovei e que se desenvolveu muito bem, por sinal.
Agora, a
despeito da história e do roteiro, o longa deixa sim um bocado a
desejar. Mesmo sendo um filme família - com uma pitada de moral no
fim - e possuindo elementos que fazem notáveis ligações com os
dias atuais (no que concerne principalmente a tecnologia, onde o
filho de LeBron James é um pré-adolescente que sabe usar
programação e produzir jogos, numa clara identificação com a
‘galerinha conectada’ de hoje), o filme não cria as melhores
conexões entre os personagens humanos e acaba deixando tudo um pouco
simples demais. As melhores cenas sem dúvidas ficam por conta da
interação de James com os Looney, principalmente as que ele se
torna um desenho que nem eles. E mesmo com a enorme previsibilidade
de seu fim, não tira o fato de que uma melhor dose de drama e
adrenalina fariam muito melhor a trama familiar. Talvez se eles
perdessem o jogo (como forma de plot-twist) e tivessem de arrumar um
outro jeito de resolver a situação seria uma reviravolta bem legal
de se adicionar a narrativa. Ia introduzir um conflito maior a trama que só os Looney poderiam solucionar. Só uma ideia mesmo.
Acho que ficaria legal.
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO
RECOMENDADO! O fator nostalgia é sim a maior força que move “Space
Jam: Um Novo Legado”. Mesmo com certos escorregos do roteiro, o
filme consegue se sustentar com as inúmeras trapalhadas dos queridos
personagens e transformar isso em altas gargalhadas em família. Se
vais esperando história muito elaborada, esse filme não é pra
você. Mas se queres umas boas risadas e diversão descompromissada,
acredite, pode ir que vais ficar satisfeito com o resultado. Vale sim
o ingresso! ;)