MONSTER HUNTER (Avaliação 2/5 - Ruim!)
Recursos visuais bacanas e roteiro extremamente fraco – ou
quase inexistente – desmantelam a tentativa dessa ser uma boa
adaptação de um game. Vamos a análise!
‘Monster Hunter’
é um game criado pela empresa Capcom em 2004 e mostra, dentro de seu
núcleo principal, um mundo vasto onde humanos e enormes criaturas coabitam e ambos precisam lutar para se manterem vivos naquele
ambiente. Há uma gama de recursos e armas para exploração e
percepção daquele mundo e as missões vão se dificultando a medida
que novas e mais poderosas criaturas precisam ser caçadas. O jogo é
um estrondoso sucesso de vendas até os dias de hoje e encanta fãs
de diversas partes do globo com sua jogabilidade divertida e
atraente. E como sempre digo quando falo de adaptações de mídias
(nesse caso dos games para o cinema): é fundamental saber como se
manter um equilíbrio entre uma história que faça sentido para o
público em geral e ao mesmo tempo, manter a essência do que se vê
no jogo em tela. Mas infelizmente, o que o filme tem de bonito
visualmente, tem de erros sucessivos no que diz respeito a narrativa.
Vejamos o porquê abaixo.
![]() |
Milla Jojovich (Artemis)/Tony Jaa (Caçador) |
O jogo da Capcom não tem 2 ‘mundos’. Contudo, na trama do
longa, um grupo de soldados do ‘nosso mundo’ é levado por uma
espécie de portal para o ‘novo mundo’, onde encontram criaturas
gigantescas desconhecidas até então. Só que o primeiro ato se
mostra completamente ineficaz em apresentar com clareza a distinção
desses dois mundos e jogam o núcleo humano sem nenhum sentido lógico
para o ‘novo mundo’. Um falha grosseira que deixa a narrativa
enfraquecida durante – pasmem – todos os dois primeiros atos da
trama. Não há sequer nenhum diálogo durante todo esse período que
possa tornar crível a passagem para o ‘novo mundo’ e o porque
deles estarem ou terem chegado até ali. A protagonista ‘Artemis’
(Mila Jojovich) se encontra nesse ‘novo mundo’ com o ‘caçador’
(Tonny Jaa) e ambos não entendem suas línguas, o que cria uma
discrepância narrativa extremamente incômoda, pois a projeção se
desenrola sem nenhum linha de fala aparentemente coerente. Porém as
cenas estão ali apenas sendo jogadas em tela com uma edição,
muitas das vezes, de doer a cara e o coração. Não que o núcleo
humano fosse ruim ou que a ideia de dois mundos se colidirem fosse
equívocada. O ponto não é exatamente esse. Mas sim o fato de
absolutamente nenhuma explicação ser apresentada para que essa
colisão fosse coesa. Ponto muito negativo esse ao meu ver.
Um
outro fator incomodo é justamente o fato de, por não haver quase
diálogo no filme, o desenvolvimento dos personagens é praticamente
nulo e você não simpatiza com eles nem se solidariza com as
situações apresentadas. A artificialidade de colocar cenas de ação
uma por cima da outra sem que a motivação das mesmas seja realmente
delienada as tornam frustrantes e por vezes. monótonas e até chatas
(mesmo com a qualidade incrível algumas delas – falarei sobre isso
mais abaixo). Você só é contemplado com algum vislumbre pequenino
do contexto já praticamente no finzinho do segundo ato, inciando o
terceiro, quando um outro personagem daquele ‘novo mundo’ entende
a língua do nosso mundo e fala meia dúzia de palavras soltas que
desperdiçam ainda mais a oportunidade de se esclarecer tudo o que
está realmente se passando no filme. Decepcionante!
![]() |
Os efeitos visuais/especiais são muito bons. |
Conforme relatei nos parênteses do parágrafo acima, o gasto
monumental com os bons efeitos visuais/especiais, com monstros ricos,
e alguns bem feitos e assustadores se perdeu em meio essa narrativa
‘fake’. Mesmo tendo um enorme vislumbre de todo aquele belíssimo
mundo, não salvou o filme do engodo que foi. E acredite, Mila
Jojovich e Tonny Jaa até que tentam carregar o filme nas costas. Mas
o roteiro – que deve ter sido escrito em meia página – puxa o
longa para o declínio e infelizmente não convence nem um pouco na
minha humilde opinião. O que pode certamente entristecer os milhões
de fãs da franquia. Fora que, mesmo com uma qualidade bacana nos
visuais, a quantidade dos monstros em tela é absurdamente limitada
em comparação ao jogo original, o que também deixa o filme muito
aquém do universo que ele poderia apresentar a mais naquele mundo.
Enfim, vale a pena ver o filme? Não vale! ‘Monster Hunter’ tinha
tudo para ser um ‘hit’, até pela legião de fãs que carrega.
Mas o roteiro quase que nulo engessado em quase duas horas de duração
sem explicações fizeram mais uma vez uma grande oprtunidade ser
desperdiçada, pois mesmo que a história fosse linear e simples, mas
com coerência, certamente teria muito mais apelo e atenção do
público em geral. Infelizmente dessa vez não recomendo e fica por
sua conta e risco, querido leitor.