MULHER-MARAVILHA 1984 (Avaliação 5/5 - Excelente!)

Com um roteiro suave e história envolvente, novo filme da heroína
mais amada dos quadrinhos rende ótimos momentos em tela. Vamos a
análise!
Das características mais marcantes de
‘Mulher-Maravilha’ estão, além da super força, seu senso
profundo de justiça e sua integridade. Patty Jenkins (diretora dos
dois filmes) conseguiu mais uma vez equilibrar essa fórmula e
transpor para as telas um compilado da essência da heroína de forma
coesa, mostrando sua vida fora de sua terra natal (Temiscera) e
refletindo os sentimentos mistos de uma figura ainda em construção
nesse mundo. A expertise em trabalhar com a volatilidade das ações
da protagonista (que ainda reflete a dor de ter perdido seu grande
amor ‘Steve Trevor’) com a ideia de tê-lo de volta a qualquer
custo, mesclou uma gama de possibilidades e fez o longa deslanchar em
belos momentos com seu amado, com referências incríveis a
apetrechos usados pela personagem no passado que deixariam qualquer
fã muito contente com o que foi apresentado em tela.
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Diana Prince/Wonder Woman <3 |
Gal Gadot mais uma vez brilha apresentando versatilidade e robustez em interpretar uma personagem tão poderosa e que, ao mesmo tempo, pode ser tão frágil como mulher. Um equilíbrio entre sua doce beleza e atuação impecável que geraram mais uma vez a combinação perfeita dessa atriz para esse papel. Desde sua primeira aparição em ‘Batman vs Superman’ como ‘Mulher-Maravilha’, ela já demonstrava todo potencial, mesmo que limitado pelas poucas cenas em que apareceu nesse filme, para interpretar com maestria nossa querida heroína. A química dantes funcional com o ator Chris Pine, tornou a dar bons resultados, incluindo momentos cômicos gerados pela interação dos personagens. Kristen Wiig, que interepreta ‘Barbara Minerva/Mulher-Leopardo’ e Pedro Pascal, que interpreta ‘Maxwell Lord’ são vilões cujas motivações são delineadas ao longo e fazem um bom contraponto com ‘Diana’, visto que a sede do poder desenfreado os tornou em pessoas sem humanidade (característica forte e marcante da personagem principal que, embora possua poder de deuses, não os usa em prol de desejos egoístas e mesquinhos. Antes, aprendeu valores humanos e justos com seu treinamento em sua terra natal). E esse ponto ao meu ver é o que faz os questionamentos da protagonista serem interessantes ao longo da narrativa, tendo de optar entre sua missão e seu grande amor. Muito bem desenvolvida essa balança nela.
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Barbara Minerva/Mulher Leopardo e Maxwell Lord |
Outro ponto que me chamou bastante atenção foi ideia de inclusão, apresentada ao longo da trama. A variante de etnias que aparecem no filme e a forma com que cada uma delas é apresentada se torna um ponto muito forte do longa. Ressalta já o fato do filho de ‘Maxwell Lord’ ser asiático, o que por si só já tenta reproduzir a ideia da diversidade, além também da fabulosa ambientação oitentista. Muito bem ornamentada e situada, leva o espectador a uma doce viagem no tempo dentro das mais variadas situações da época. Inclusive ‘Steve’ (Chris Pine) se encanta com as últimas tecnologias das quais ele não teve pleno conhecimento (por questão de sua já citada morte no primeiro longa), produzindo ainda mais deslumbre daquele período. E esses pontos se alinham muito bem com a proposta do longa.
Mesmo com sua principal trama não condizer com os quadrinhos, muito da essência dos protagonistas e vilões foram bem interpretados pelos atores. Vale ressaltar que as boas cenas de ação e os efeitos especiais são, ao meu ver, satisfatórios e contribuem para manter a narrativa sempre alinhada. A visão de que filme de super-herói tem de ser ação o tempo inteiro não faz jus a um bom roteiro. Já vi filmes de ação desenfreada que pouco exploram seus núcleos narrativos e tornam o filme cansativo e sem direção. História e personagens precisam ser desenvolvidos ao longo para que tudo (até as cenas de ação) façam sentido e tenham bom rumo. E isso a Patty (diretora) o fez, ao meu ver, muito bem.
Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! Patty Jenkins acerta mais uma vez em escalar Gal Gadot para ‘Mulher-Maravilha 1984’. A beleza da protagonista, leveza e sensibilidade de ambas traduzem, no meu ponto de vista, duas horas e meia de muita diversão em tela, além das ótimas referências para fãs das antigas. E a sensacional cena pós-créditos é um deleite para todos os amantes da heroína. Se curtes tudo isso, certeza que é para você esse filme. Vale muito o ingresso!