sábado, 7 de novembro de 2020

Filmes

TENET (Avaliação 4/5 - Muito bom!)


 Novo filme de Christopher Nolan é um Sci-Fi que supera suas expectativas e entrega um produto com muita qualidade, mesmo com algumas pontas soltas. Vamos a análise!
 Cada diretor tem uma visão e sempre uma direção na qual segue para produzir seus filmes. Observando a trilogia do ‘Batman’, podemos perceber que o tom e a perspectiva com a qual ele (Christopher Nolan) trabalha é bastante singular. E Nolan opta por fazer também neste algo mais enigmático, com paletas mais escuras e em um tom mais pitoresco. Isso porque ‘Tenet’ aborda uma questão bem curiosa sobre viagens no tempo, utilizando engenharia advinda do futuro para criar vórtices temporais no presente, desconcertando e mexendo nas estruturas afim de que fatos sejam premeditados e solucionados com antecedência. Inclusive essa tecnologia que gera a desconstrução do ‘hoje’ é o que dá título ao filme e é também o nome da organização que recruta o personagem principal. Isso seria rázoável caso não tivesse caído nas mãos erradas. E nesse contexto um lunático que tem por nome ‘Andrei Sator’ (Keneth Branagh) adquire o controle dessas informações e tem um poder quase que ilimitado em suas mãos, tornando a vida de ‘O Protagonista’ – nome constantemente dado ao personagem de Jhon David Washington e ‘Neil’ (Robert Pattinson) – praticamente um caos urbano, pois a cada nova investida para apuração de cada fato, o presente já havia sido modificado pelo antagonista. Parece complicado de entender não é mesmo? E de fato é um pouco complexo sim, mas gratificante no fim.
Vilão convincente! 

 Até porque o que dá tom a toda narrativa do longa é essa constante ‘desconstrução do hoje’, que mexe com as estruturas temporais e causam no espectador a desconfortante sensação de que não há solução prévia para a trama, visto que cada passo é ‘desmontado’ a todo momento pelo incômodo vilão da história. Que inclusive merece todos os méritos pela ótima atuação de Keneth Branagh, quer por sua caricatura impositiva, quer por sua façanha de ter em mãos uma tecnologia tão conveniente. Isso lhe confere uma profundidade vilanesca bastante peculiar. Pensa: o cara tem o controle do passado, presente e futuro todo em suas mãos, articulando-os como bem entende. Parou para pensar o que é esse domínio todo para si? Então. É isso que faz ele ser um ótimo e convincente antagonista, aliado a ótima performance do ator. ;)
 Tanto ‘O Protagonista’ (John David Washington) e ‘Neil’ (Robert Pattinson) formam uma dupla de investigadores qualificados e distintamente inteligentes. Até porque estão lidando constantemente com o inesperado e o desconhecido. E suas atuações são prazerosas e convincentes. Cada salto no tempo, cada questionamento enigmático, cada ‘passo a frente’ do vilão consegue produzir uma trama cheia de reviravoltas e vários momentos de ‘explodir a cabeça’. Os efeitos especiais são primorosos, muito bem trabalhados e capturam perfeitamente, através da bem postada fotografia do filme, os momentos mais insanos (digo que sim, alguns eu fiquei completamente sem entender) em que a distorção da narrativa mexe de forma peculiar com nossas mentes, embaralhadas pelos diálogos explicativos e cenas com toques surreais. É uma excelente ‘tempestade cerebral’ que me remete aos filmes da série ‘Matrix’ (o primeiro ‘Matrix’ eu tive que assistir umas 2 vezes pra entender rs). Mas como disse, há algo de prazeroso nisso no fim. ^^

Ótimos protagonistas!

 E mesmo com toda essa parafernália filosófico-tecnológica sendo jogada constantemente em seu cérebro (filosófica porque sim, o poder desenfreado quase de um deus nas mãos de alguém com má indole pode ter consequências tão desastrosas que podem colapsar toda a humanidade com isso, visto que isso quase acontece no seu desfecho agoniante), o filme tropeça em não dispor ao espectador sua fundamental ferramenta, que é justamete dispor a verdade sobre quem são as pessoas do futuro distópico que estão ou que enviaram essas informações para o presente. O filme não transcende a esse patamar e isso me frustrou consideravelmente bem, pois há todo momento o próprio longa gera essa expectativa de que, em algum momento, essas pessoas iriam aparecer. Talvez, ao meu ver, essa seja uma das falhas mais relevantes do longa. O que ainda assim, não o desmerece em seu todo.
 Enfim vale a pena ver? MUITO RECOMENDADO! ‘Tenet’ busca ir muito além de sua narrativa com uma produção ousada, contemplativa e intrigante. Com um elenco consistente, trama sólida e ação de muito bom gosto, certamente irá agradar um público que curte filmes um pouco mais engenhosos. Se algum ponto desta análise gerou curiosidade em você, querido leitor, pode ir assistir pois a diversão é garantida. Vale muito o ingresso! ;D


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