quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Filmes

BILL & TED: ENCARE A MÚSICA (Avaliação 3/5 - Bom!)



 Longa protagonizado por Keanu Reeves traz um belo ‘revival’ dos anos 90 do século passado com esses personagens ‘descolados’, ‘esquisitões’ e roqueiros. Vamos a análise!
 Fórmulas de filmes normalmente podem dar certo em seu tempo, porém podem fracassar ao trazê-las para o presente. E diversos projetos tem provado isso ao longos dos anos, mostrando que era melhor tê-los deixado no passado mesmo. Mas e quando a fórmula beira o ‘nonsense’, recheado de músicas e ainda com Keanu Reeves no elenco? É exatamente isso que ‘Bill & Ted’ possui: uma diversão descompromissada, completamente deslocada da realidade e que ri de si mesma o tempo todo, provocando com isso uma certa atemporalidade de contexto e de narrativa, pois como todo o filme se desenvolve divertidamente sem nenhum nexo, a transposição para o hoje acaba se tornando funcional. Até porque seu núcleo narrativo traz de volta grande parte da essência dos 2 filmes anteriores, que tanto fizeram sucesso a sua época (inclusive com direito a um desenho animado com os personagens de Alex Winter e Keanu Reeves).

Pais e filhas!

 Naquele momento os 2, ainda jovens, viveram loucas aventuras na escola e passaram maus bocados viajando pelo tempo em busca da música perfeita. Na trama recente - e conclusão da história -, agora eles são casados, cada um tem sua filha e eles vivem suas vidas como pais e maridos. Mas um novo incidente ‘cósmico’ toma conta do nosso mundo e eles precisam viajar novamente no tempo para evitar o ‘colapso’ com uma música que eles ainda vão inventar (rsrs). Esse é o principal enredo e o que norteia toda a narrativa do longa, com insanos e divertidíssimos momentos, novos personagens e outros velhos conhecidos da dupla. Tudo regado a muita música embaladas por diversas aparições de artistas antigos famosos. ^^
 Keanu e Alex ainda permanecem com a mesma essência dos caricatos personagens que outrora lhes renderam a glória. São ótimos atores e é bem hilário ver a dinâmica deles tanto entre si quanto com outros personagens que aparecem ao longo da trama. Possuem uma química muito boa e as piadas funcionam (algumas são auto-explicativas e outras remetem ao contexto remoto dos filmes anteriores). As atrizes que interpretam as respectivas filhas de cada um, ‘Thea’ (Samara Weaving) e ‘Billie’ (Brigite Lundy-Paine) também herdaram a postura caricata de seus respectivos pais, mas não produzem tanto carisma quanto os protagonistas, embora sejam importantes para a trama. ;)
Essa cena é ótima! rsrs

 As épicas tiradas de época – o longa contextualiza passagens no passado, presente e futuro e inclusive hilárias cenas deles se vendo anos a frente – são o que produzem os momentos mais surreais e divertidos. Aliado aos ótimos efeitos e recursos visuais, com direito a uma impressionante gama de instrumentos musicais de ponta lá no fim do terceiro ato - que simplesmente aparecem do nada (rsrs) – o filme mescla bem o atual com o nostálgico e triunfa, no meu ponto de vista, em não rejuvenescer os personagens e sim atualizá-los sem descaracterizá-los. Ponto pra direção nesse aspecto. ;)
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! Para aqueles que curtiram a franquia tanto de filmes quanto dos desenhos no passado, “Bill & Ted: encare a música” é fator nostálgico garantido nas telas. E para aqueles que ainda não conheciam os personagens, as divertidas e totalmente sem sentido viagens loucas dos 2 valem boas risadas ao longo. Em ambas as situações, o ingresso e a pipoca sem compromisso são ideal pedida. Vale o ingresso!



sábado, 7 de novembro de 2020

Filmes

TENET (Avaliação 4/5 - Muito bom!)


 Novo filme de Christopher Nolan é um Sci-Fi que supera suas expectativas e entrega um produto com muita qualidade, mesmo com algumas pontas soltas. Vamos a análise!
 Cada diretor tem uma visão e sempre uma direção na qual segue para produzir seus filmes. Observando a trilogia do ‘Batman’, podemos perceber que o tom e a perspectiva com a qual ele (Christopher Nolan) trabalha é bastante singular. E Nolan opta por fazer também neste algo mais enigmático, com paletas mais escuras e em um tom mais pitoresco. Isso porque ‘Tenet’ aborda uma questão bem curiosa sobre viagens no tempo, utilizando engenharia advinda do futuro para criar vórtices temporais no presente, desconcertando e mexendo nas estruturas afim de que fatos sejam premeditados e solucionados com antecedência. Inclusive essa tecnologia que gera a desconstrução do ‘hoje’ é o que dá título ao filme e é também o nome da organização que recruta o personagem principal. Isso seria rázoável caso não tivesse caído nas mãos erradas. E nesse contexto um lunático que tem por nome ‘Andrei Sator’ (Keneth Branagh) adquire o controle dessas informações e tem um poder quase que ilimitado em suas mãos, tornando a vida de ‘O Protagonista’ – nome constantemente dado ao personagem de Jhon David Washington e ‘Neil’ (Robert Pattinson) – praticamente um caos urbano, pois a cada nova investida para apuração de cada fato, o presente já havia sido modificado pelo antagonista. Parece complicado de entender não é mesmo? E de fato é um pouco complexo sim, mas gratificante no fim.
Vilão convincente! 

 Até porque o que dá tom a toda narrativa do longa é essa constante ‘desconstrução do hoje’, que mexe com as estruturas temporais e causam no espectador a desconfortante sensação de que não há solução prévia para a trama, visto que cada passo é ‘desmontado’ a todo momento pelo incômodo vilão da história. Que inclusive merece todos os méritos pela ótima atuação de Keneth Branagh, quer por sua caricatura impositiva, quer por sua façanha de ter em mãos uma tecnologia tão conveniente. Isso lhe confere uma profundidade vilanesca bastante peculiar. Pensa: o cara tem o controle do passado, presente e futuro todo em suas mãos, articulando-os como bem entende. Parou para pensar o que é esse domínio todo para si? Então. É isso que faz ele ser um ótimo e convincente antagonista, aliado a ótima performance do ator. ;)
 Tanto ‘O Protagonista’ (John David Washington) e ‘Neil’ (Robert Pattinson) formam uma dupla de investigadores qualificados e distintamente inteligentes. Até porque estão lidando constantemente com o inesperado e o desconhecido. E suas atuações são prazerosas e convincentes. Cada salto no tempo, cada questionamento enigmático, cada ‘passo a frente’ do vilão consegue produzir uma trama cheia de reviravoltas e vários momentos de ‘explodir a cabeça’. Os efeitos especiais são primorosos, muito bem trabalhados e capturam perfeitamente, através da bem postada fotografia do filme, os momentos mais insanos (digo que sim, alguns eu fiquei completamente sem entender) em que a distorção da narrativa mexe de forma peculiar com nossas mentes, embaralhadas pelos diálogos explicativos e cenas com toques surreais. É uma excelente ‘tempestade cerebral’ que me remete aos filmes da série ‘Matrix’ (o primeiro ‘Matrix’ eu tive que assistir umas 2 vezes pra entender rs). Mas como disse, há algo de prazeroso nisso no fim. ^^

Ótimos protagonistas!

 E mesmo com toda essa parafernália filosófico-tecnológica sendo jogada constantemente em seu cérebro (filosófica porque sim, o poder desenfreado quase de um deus nas mãos de alguém com má indole pode ter consequências tão desastrosas que podem colapsar toda a humanidade com isso, visto que isso quase acontece no seu desfecho agoniante), o filme tropeça em não dispor ao espectador sua fundamental ferramenta, que é justamete dispor a verdade sobre quem são as pessoas do futuro distópico que estão ou que enviaram essas informações para o presente. O filme não transcende a esse patamar e isso me frustrou consideravelmente bem, pois há todo momento o próprio longa gera essa expectativa de que, em algum momento, essas pessoas iriam aparecer. Talvez, ao meu ver, essa seja uma das falhas mais relevantes do longa. O que ainda assim, não o desmerece em seu todo.
 Enfim vale a pena ver? MUITO RECOMENDADO! ‘Tenet’ busca ir muito além de sua narrativa com uma produção ousada, contemplativa e intrigante. Com um elenco consistente, trama sólida e ação de muito bom gosto, certamente irá agradar um público que curte filmes um pouco mais engenhosos. Se algum ponto desta análise gerou curiosidade em você, querido leitor, pode ir assistir pois a diversão é garantida. Vale muito o ingresso! ;D