UMA AVENTURA LEGO 2 (Avaliação 4/5 - Muito Bom!)
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Poster nacional bacana! ^^ |
Com uma dinâmica tão divertida quanto a do
primeiro filme, a sequência de “Uma Aventura Lego” é o filme infantil que todo
adulto precisa ver. Vamos a análise! ;)
‘Lego’ é talvez uma das marcas de
brinquedos das mais famosas do mundo atual. Sua interatividade criativa faz
desse um grande negócio na mão de quem sabe usar – e até de quem não sabe usar
também (rsrs). Ver nesse público um nicho para transformar toda essa
criatividade em um filme é deveras uma ‘aventura’ mesmo. Porém quando você
consegue aliar esse fenômeno a um roteiro absurdamente assertivo, hilariante e
lotado de insanas referências, se obtém literalmente uma ‘mina de ouro’ em suas
mãos. E foi isso que a Warner fez. Capitalizar o que já era bom e transformar
em algo ainda melhor, só que agora em outro tipo de mídia. E o resultado final
é realmente fabuloso! ;)
O roteiro tipifica situações do
cotidiano – nesse primeiro caso as crianças protagonistas brincando de ‘Lego’ –
com uma junção quase que instantânea dos brinquedos tecendo críticas sobre
mundo a nossa volta e também reverenciando tudo o que a cultura pop hoje nos
traz em termos gerais. É uma verdadeira aula de como transformar a brincadeira
em algo crítico e ao mesmo tempo singelo. E a trama consegue passear por essas
questões tão brilhantemente que chama atenção dos adultos para o conteúdo
satírico embasado na cultura pop ao mesmo tempo que diverte os pequenos com a
singeleza dos bonequinhos em movimento. Show! ^^
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O protagonista Emmet dublado no original por Chris Pratt ^^ |
Uma das personagens, a ‘vilã’ ‘Rainha
tudo o que você quiser ser’ é uma clara referência aos estereótipos criados em
meio a uma sociedade cheia de ‘regras’. Quem disse que ‘Lego’ precisa ser bem
feito para ser apreciado? A premissa não só coloca em ‘xeque’ o brinquedo em si
como faz alusão aos padrões que mundo impõe nas pessoas em geral. A sociedade
tende a reprimir o ‘diferente’, o que foge ‘desse ou daquele tipo de padrão’
que foi criado. Respeitar as diferenças é o que nos faz ser realmente únicos. E
essa ideia é bem fundamentada no longa a partir do momento em que se observa o
menino criando um ‘universo coeso’ e a menina criando coisas completamente
‘nonsense’ com seus bloquinhos. Isso também fica bem claro com o protagonista
‘Lego’ Emmet. Ele é totalmente fora dos padrões daquele mundo ‘pós
apocalíptico’ inventado pelo jovem humano do longa, demonstrando que sim,
podemos ter diferenças vivendo e convivendo num mesmo ecossistema. E eu achei
isso genial da parte dos roteiristas. Usar o brinquedo como ‘pano de fundo’
para uma crítica construtiva e produtiva sobre a alienação humana e sobre como
isso afeta nosso convívio social é simplesmente fantástico! ;)
Há também um outro personagem – que não
direi o nome pois posso dar ‘spoilers’ aqui – que cria certo rancor por ser
‘abandonado’ quando sem querer ele é arremessado para debaixo da máquina de
lavar e fica lá por tempos. Isso cria nele um sentimento de pesar por ter sido
deixado lá de lado, ao mesmo tempo que metaforicamente narra o que acontece
conosco quando somos desprezados e/ou deixados de lado. O ser humano costuma
perder o otimismo pela vida e desaprende em certo sentido a lidar com as
relações humanas. E gente, como isso é brilhante na forma de conduzir o texto
dentro da temática ‘Lego’. Dentro de todos esses contextos é que digo o quanto
o roteiro é fino e singelo para as crianças porém complexo e relativo ao
público mais velho. É absolutamente genial! (E por isso o meu gosto tamanho por
apreciar essa franquia de filmes ^^)
O teor das referências é outro ponto
absurdamente forte no longa. Existe uma ideia global em mencionar tanto coisas
dos anos 80/90 do século passado, satirizando-as com muita comicidade –
inclusive caçoando do fato de serem ‘velhas’ (quem ver vai entender o que digo)
quanto do contexto pop/geek atual, por vezes até ridicularizando certos
conceitos e criticando a exposição exaustiva da indústria em querer vender um
produto. A ‘música que gruda’, conforme aparece na película, faz uma excelente
alusão a esse processo por vezes incansável em massificar certas marcas até
enjoar para o público. E essa massificação gera alienação, que gera falta de
percepção da realidade. Muito bom isso também! ;)
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Lucy (Elisabeth Banks) e Batman (Will Arnet): divertidos! ^^ |
A exposição dos bonequinhos ao ambiente
a sua volta – nesse caso em específico o quarto das crianças – produz momentos
hilariantes, parodiando termos comuns do nosso cotidiano. Num dos exemplos que
posso citar, quando os amigos de Emmet são ‘raptados’, eles são levados através
do ‘portal escadar’ (rsrsrs), numa alusão a terem sido tirados do quarto do
menino pela escada que conduz aos outros cômodos. Sem falar no ‘plot twist’
(reviravolta geralmente inesperada) no fim do segundo ato. O formato da piada
gerada nesta cena em específico me fez gargalhar muito alto, pois a indústria
adora fazer aquele tipo de coisa, o famoso ‘gancho’ pro filme seguinte. E a
forma com que isso é satirizado é também sensacional. ;)
O 3D dessa vez deixa um pouco a desejar
quando se fala em animação. Peca na falta de efeitos pertinentes e de um maior
esforço em usar o recurso. Uma pena. Geralmente esse tipo de trabalho usa muito
bem a tecnologia, mas falhou feio nesse. A questão fica estritamente opcional
dessa vez, querido leitor. :)
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO
RECOMENDADO! Mantendo firme a essência do primeiro longa, “Uma aventura lego 2”
dispõe tanto do carisma de seus personagens quanto da perspicácia dos seus
roteiristas em transformar o brinquedo em uma forma de crítica não palatável
para as crianças – que vão se deliciar em ver o ‘Lego’ em movimento –, mas
endossada para um publico mais velho. Ao meu ver, tem o conteúdo certo para agradar
a todos sem exceção. Vale muito o ingresso! ;D
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