quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Filmes

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CORINGA - DELÍRIO A DOIS (Avaliação 3/5 - Bom!)

 Novo longa de Todd Phillips não acerta o tom e entrega um visual artístico impecável com uma história totalmente avessa ao original. Vamos a análise!
 O filme "Coringa" de 2019 foi um feito histórico para a Warner/DC, pois foi o primeiro filme que conta a história de um vilão com teor adulto a ultrapassar a marca do bilhão de dólares. Muitos elogios, prêmios e um Oscar merecido para Joaquin Phoenix na pele do mais conhecido antagonista do Batman. Muito se especulou se havia mesmo a necessidade de uma continuação, até porque o longa anterior se fecha muito bem em si mesmo, de forma que não haveria mais nenhuma narrativa subsequente para contar. Mas a insistência do estúdio e a ganância por dinheiro deram livre acesso ao diretor para construir um segundo capítulo dessa saga. Pois bem, cinco anos depois e estamos aqui vendo que nem sempre o belo ou o artístico funciona. Mesmo com Lady Gaga compondo o astronômico elenco, "Delírio a Dois" falha no básico: ser relevante para o público em geral. Vamos ver um pouco dos acertos e erros dessa película nos parágrafos abaixo.

Gaga e Phoenix: ótimos em cena.

 Ideias mal contadas. Não me leve a mal, mas eu não vejo nenhum problema em musicais. Desde que eles se conectem narrativamente com a trama principal, acho que se torna um evento artístico belíssimo ao longo ("Wonka" está aí para provar isso). Todavia o que choca o tempo todo é o porquê e o para quê esticar uma narrativa tão bem amarrada sob a demanda de querer contar o que já não havia mais para se contar? Tudo bem que o longa traz o julgamento de Arthur Fleck de forma brilhante, principalmente pela atuação impecável do ator protagonista. Mas, as nuances que levam ao desfecho do longa são tão mal encaixadas que você fica a pensar o porquê do primeiro filme ter existido. Não há justificativas que construam pontes seguras entre o primeiro e o segundo filme. Parecem continuações de um mesmo personagem que não se relacionam entre si, principalmente no que diz respeito a sua personalidade. Por mais que o diretor tenha uma visão concreta do rumos que ele queria para o protagonista, na execução vemos o quanto isso não teve valor literário nenhum, uma vez que, por mais que ele quisesse dar seu contorno a história, parece que ele se esqueceu de que estamos falando de um personagem de quadrinhos com uma personalidade muito bem definida e muito bem delineada na literatura de onde ele vem. E esse é o grande ponto de desencontro do segundo longa. Tentar construir a 'visão do diretor' desconstruindo tudo o que o antagonista representa em sua essência. Uma falha que o espectador em geral não recebeu e nem aceitou.
 Narrativa musical. Sei que muitos não gostam desse gênero, mas aqui estão mais alguns comentários sobre a premissa musical do filme. Sempre que uma produção aborda esse tema, ela precisa ter uma perfeita execução com a história que está sendo contada. E nesse ponto, o filme tem sim seus pontos positivos, pois a narrativa também é contada nas canções encontradas no longa. O advento da música se conecta com a trama e o roteiro e trazem mais entendimento ao contexto narrativo. Mesmo que o longa não tenha funcionado como deveria e não tenha entregado o que o espectador gostaria, concedo-me ao luxo de elogiar a parte musical muito bem trabalhada, coreografada e com uma fotografia impecável ao longo. O que faltou foi mais sensibilidade para entregar ao público quem o personagem realmente é, pois infelizmente não há como negar a discrepância de personalidade do protagonista do primeiro para o segundo filme. Uma pena.

Fotografia linda e bem produzida.

 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADO! "Coringa - Delírio a Dois" pode até ser um bom filme para quem gosta do gênero musical ou conhece muito pouco sobre seu protagonista. Mas certamente para a a base de fãs que procuravam encontrar mais do carismático vilão, não houve conexão. É por isso que se torna tão difícil estabelecer a linha entre o assistir ou não. Pode ser que goste, caro leitor, ou pode ser que não. Dessa vez deixo sob sua responsabilidade decidir, pois já expus meus prós e contras por aqui. Até!

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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

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TRANSFORMERS - O INÍCIO (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)

 Novo longa dos robôs gigantes acerta o tom e conta uma interessante introdução sobre os personagens desse vasto universo. Vamos a análise!
 A franquia 'Transformers' deu-se início lá pelos anos 80 do século passado e tinha por finalidade um único objetivo: vender brinquedos através de peças publicitárias, sejam elas televisivas ou em qualquer outra mídia. O que não se esperava era o sucesso que foi essa saga e muitas outras naquela época, culminando em adultos nostálgicos hoje pelo bom momento da TV naquele período. Pois bem, revigorada e reinventada em 2007 com o filme 'Transformers' do diretor Michael Bay, os robôs gigantes voltaram ao centro das atenções com muita pompa, pois os efeitos especiais criados para a época foram tão revolucionários que realmente impressionaram quem viu a primeira vez. Passaram-se sete longas desde então, uns com roteiros pífios, outros melhores escritos - como foi o caso de 'Bumblebee' -, todavia estamos agora com uma animação totalmente voltada para a terra natal dos robôs, onde está sendo contado toda a origem das inúmeras batalhas que se sucederam após esses eventos da animação em questão. 'Transformers - O início' é muito superior aos outros filmes em termos de narrativa, diálogos, roteiro e trama. E vou endossar melhor ainda o porquê desse elogio nos parágrafos mais abaixo.

De melhores amigos a lados opostos.

 Texto muito bem escrito. Há algum tempo a franquia vem remodelando sua forma de contar as histórias para um contexto mais coeso. Para quem viu o quarto e o quinto filme da franquia - onde só tinha barulho de latas se batendo com um oco roteiro por dentro -, o sexto e o sétimo filme - que levaram tudo a um 'soft reboot' - ao menos tem bom funcionamento para o grande público. Em 'O início', há enorme conexão e empatia pelos personagens ao longo, quer sejam pelas suas lutas ou pelo que eles acreditam ser o certo. Tudo muito bem trabalhado para que o espectador conheça os principais conceitos e valores daquele mundo. E há uma premissa forte sobre como um povo manipulado, calado e contido sob a famosa alcunha do 'pão e circo' podem ser facilmente dominados por aqueles que tem o domínio, mas que ainda assim não são os verdadeiros dominadores (alguma alusão ao mundo real por aqui?). Essa minuciosa forma de contar a história é o que faz esse longa ser tão bem escrito e narrado. As reviravoltas políticas e sociais envolvendo os personagens são puro deleite para aqueles adultos que já sabem como o 'sistema' funciona aqui fora. É uma trama muito bem montada para levar o espectador ao cume dos acontecimentos, dos protagonistas e antagonistas mais importantes dessa história. E esse é um dos maiores acertos dessa animação. Ponto.
 CGI realmente de ponta. A qualidade das animações nos últimos anos tem se mostrado de altíssimo nível de fato, devido as constantes inovações tecnológicas ao longo das gerações do cinema. Mas cabe um adendo relevante aqui. A direção de arte desse longa é de um cuidado absurdo. Tudo é muito grandioso no planeta dos 'Transformers'. E quando a câmera se afasta, vemos o quão deslumbrante esse planeta é, cheio de nuances e riquíssimo em detalhes em cada parte da animação. Lembra um mapa de mundo aberto em um game - com exploração livre para qualquer lugar - em forma de computação gráfica. Tudo carinhosamente e artisticamente bem dirigido para ambientar da forma mais natural possível um planeta inteiro, com todos os seus aspectos e interações. Não pouparam esforços na criação de cada parte daquele mundo exuberante e vasto. Outro ponto altíssimo do longa.

Em busca da verdade sombria.

 3D entrega muito pouco. Tive a oportunidade de assistir o longa no recurso e posso dizer que não é tão vivo e eficaz quanto deveria ser. Um animação desse porte merecia um tratamento bem mais adequado e aprofundado nas técnicas que fazem esse recurso ser tão prazeroso de assistir. Faltou mais capricho na imersão e nos detalhes. Não vale as moedas a mais. O filme já se sustenta bem por si só pelo todo que ele apresenta.
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! "Transformers - O início" produz muito mais além de uma simples animação de origem. Tem qualidade artística exuberante, roteiro muito bem pautado na realidade atual (política e social a que me refiro) e mistura esses elementos - ficção e realidade - de forma muito bem elaborada. Para as crianças e os mais jovens, uma atração excelente e convincente. Para os adultos, uma reflexão sobre o hoje associado aos primórdios da nostalgia. Para todas as idades, diversão garantida e certa – e não se esqueça das cenas pós-créditos lá no fim! Vale demais o ingresso!

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