INSTINTO MATERNO (Avaliação 4/5 - Muito bom!)
Novo longa protagonizado por Anne Hathaway e Jessica Chastain é
denso, tenso e com um final inquietante e perturbador. Vamos a análise!
Duas
estrelas ganhadoras do Oscar em uma história permeada de dores,
perdas, medos, insegurança, crises e uma narrativa intensa e
passional. Este é o escopo da história desse filme. O que te move
diante da dor? O longa tem essa premissa muito forte ao longo e
mostra por vezes realidades que duvidamos em acreditar nas pessoas.
Somos permeados pelos mais variados sentimentos e vemos através
desta produção como os mesmos podem mexer conosco das formas mais
variadas, quer seja para o bem ou para o mal. As consagradas atrizes
traduzem muito bem essas emoções em tela e brilham com todo o drama
que é proposto nesta película. Abaixo trarei mais alguns detalhes
do porque essa produção é tão interessante e reflexiva.
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Anne e Jessica: brilhantes. |
Dor como forma de paranóias. Se existe algo que mexe com o ser
humano são as questões que envolvem nosso emocional a ponto de nos
deixar marcas. E essa marcas podem facilmente serem perpetuadas e
reproduzidas por muito tempo se não forem tratadas. Ambas as
personagens de Anne Hathaway (Céline) e Jessica Chastain (Alice)
tinham problemas psicossomáticos que as colocavam em um estado de
grande receio com os filhos 'Max' (Baylen D. Bielitz) e 'Theo' (Eamon
Patrick O'Connell). Embora fossem grandes amigas, ambas tinham suas
preocupações e precauções escalonadas por detalhes do passado
delas (sem 'spoilers' aqui). E o que quero destacar nesse parágrafo
é justamente quais os riscos e situações que nos levam a tomar
rumos tão questionáveis às vezes. É exatamente sobre isso que o filme trata.
Sobre psicológicos abalados e as consequências mais desastrosas que essa condição
pode trazer. E isso é bem explícito em todo o longa, levando o espectador a perceber que nossos mais profundos instintos podem ser aflorados da forma mais unilateral possível.
Atuações
bem pontuadas. Jessica e Anne são tão viscerais em suas
performances que ambas transmitem os sentimentos de suas personagens
de forma intensa e muito carregada. São brilhantes em demonstrar o
viés das personalidades de cada mãe com cenas que são uma mescla
de tensão, emoção e desconfianças de forma extremamente sólida.
Os conflitos familiares, excessos e falhas são muito bem executados
por elas, juntamente com a importância das crianças, que se saem
muito bem para formar o contexto dramático da narrativa. A trama é
muito pontuada na fatalidade ocorrida com 'Max' (Baylen) e o conjunto
da obra é magnífico nesse sentido. Ela realmente transmite o peso do
sofrimento de todos com muita maestria e profundidade.
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'Max' (Baylen) ao fundo: fofo. |
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! Inspirado no livro de mesmo nome de Barbara Abel, "Instinto
materno" é uma produção instigante que trata sobre até onde podemos chegar
por causa das nossas dores. O fim extremamente incômodo é uma
mostra das nuances humanas quando não sabemos lidar com certos
sentimentos. Uma obra reflexiva e bem interessante de assistir, com atuações maravilhosas e extremamente dramáticas. Vale
demais o ingresso!