quinta-feira, 27 de abril de 2023

Filmes

DUNGEONS & DRAGONS: HONRA ENTRE REBELDES (Avaliação - 4/5 - Muito Bom!)

 Novo longa da franquia ‘Dungeons & Dragons’ é honesto com seu público e traz uma experiência divertida e cativante. Vamos a análise!
 ‘Dungeons & Dragons’ (D&D, como é comumente chamado) é um RPG (rolling playing game) de mesa com foco na aventura e com pessoas jogando com personagens distintos até o fim da história criada para o jogo (ou não, já que algumas pessoas passam anos jogando a mesma partida) e teve vários produtos relacionados a ele durante os anos. Quem aí não se lembra de ‘Caverna do Dragão’, exibido a partir de 1985 no Brasil? Para quem não sabe, o nome original estadunidense era justamente ‘Dungeons & Dragons’ e era pertencente ao mundo D&D. Ou talvez tenha jogado os games da Capcom chamados “D&D: Tower of Doom” e “D&D: Shadow over Mystara”, lançados respectivamente em 1993 e 1996? Há muitos produtos relacionados ao jogo de tabuleiro que não só fizeram sucesso como arrebataram multidões para esse universo. Bom, tem os filmes de gosto meio duvidoso dos anos de 2000, 2005 e 2012 (este último lançado diretamente no DVD). Mas para deleite dos fãs, um grande acerto cinematográfico é chegado trazendo boas referências para quem conhece o jogo de tabuleiro quanto para quem é casual e gostaria de assistir a uma boa aventura medieval divertida. E destrincharei os porquês logo abaixo.

Grupo incerto fazendo o improvável: perfeitos.

 Elenco ajustadíssimo em papéis relevantes. Há de se convir que a escolha de um elenco para qualquer filme tende a ser um diferencial para uma boa produção. E ver Chris Pine, Michelle Rodriguez, Justice Smith e Sophia Lillis como um quarteto bem improvável (ao meu ver) de ser entrosado e juntos conseguirem ter uma excelente química em grupo, já é um ponto extremamente positivo. E esse bom ambiente gerado produz para o espectador a real união da equipe, dentro e fora das telas. Se não há isso, não há como o filme produzir relevância para os personagens. Para além disso, o tempo de tela para cada um é super respeitado e eles podem agir e interagir com tranquilidade, cativando o espectador com mais facilidade. Todos estão muito bem em tela, de verdade. E ainda destaco a Michelle Rodriguez, que se sente super confortável em papéis que deem a ela o ‘status’ de mulher forte e destemida. Esse tipo é simplesmente perfeito para o perfil da atriz. E ainda tem Hugh Grant atuando em seu personagem como um ‘canalha perfeito’ e por ser um grande ator, ele adentra profundo nessa ideia e se sai muito bem. Em suma, o conjunto está bem arranjado e passa esse sentimento para o público sem forçar nada e nem ser superficial.

Hugh Grant: ator versátil.

 Efeitos muito bem alinhados a uma fotografia estupenda. Em filmes de dragões, magias, seres esquisitos e afins, efeitos especiais são primordiais para a premissa. E o que não faltou foram efeitos de primeira linha, bem ajustados e com CGI bem feitas. Alinha-se a esse ponto a belíssima fotografia do longa e temos então um conjunto de pós-produção muito rico e bem retratado em tela. Os ótimos cenários (não sei se locações reais ou não) trazem uma exuberância extra para a película e mostra o quão importante são esses trabalhos quando são cuidadosos. Mostra empenho em entregar qualidade, da qual se mistura totalmente com a inventividade e a imersão naquele mundo (pega essa aí Marvel rsrs)
 Roteiro excelente e muito bem executado. É incrível como, além de um elenco bem arrumado, o longa crie uma narrativa coesa, com humor moderado (porém em momentos assertivos), inúmeras referências ao jogo de tabuleiro e uma trama sólida e bem contada. Esse conjunto é bem difícil de se organizar. Por vezes escracham demais no humor, ou descambam em diálogos que não ajudam em nada a narrativa andar, ou talvez ainda mal distribuídas são as partes de cada personagem em tela. Nesse caso o roteiro soube ser cirúrgico em cada um desses aspectos, conseguindo entregar uma experiência sólida para os fãs e uma produção estimulante e atraente para o público casual. Aos roteiristas, minhas mais sinceras congratulações.
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Dungeons & Dragons: Honra entre rebeldes” extrai bem o contexto desse mundo para ser apreciado em tela. Com ‘easter-eggs’ muito legais, uma aventura coerente e elenco excepcional, a ‘jornada do herói’ foi bem ressignificada nesse contexto, por serem personagens incertos precisando fazer o improvável, dentro da personalidade de cada um. Muito boa essa sacada. Vale demais o ingresso!

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terça-feira, 18 de abril de 2023

Filmes

SUPER MARIO BROS - O FILME (Avaliação 5/5 - Excelente!)

 Uma das animações mais aguardadas chega já com o prestígio de seu protagonista e com o toque nostálgico da empresa que o criou. Vamos a análise!
 Os personagens 'Mario' e 'Luigi' são mais antigos que você pensa. Criados oficialmente como dupla pela Nintendo em 1983, o game ‘Mario Bros’ era simples e divertido (lembro-me do quanto eu o joguei) e se baseava em se livrar dos bichos que entravam dentro de um encanamento – eles estavam lá dentro, pois esse era o único cenário do jogo. Era muito divertido, porém o potencial da dupla iria alcançar patamares e status que os iriam colocar no futuro no real centro das atenções. Surgiu então o primeiro game de aventura dos irmãos chamado ‘Super Mario Bros,’ em 1985 e foi um grande sucesso (outro que joguei muito). Daí pra frente os encanadores foram cativando o público e recebendo inúmeros jogos de lá para cá. Motivada pelo sucesso desses, a Illumination firmou uma parceria com a Nintendo para a tão sonhada animação. O fato da Illumination e Nintendo trabalharem juntas no projeto – seguidos de perto por ninguém menos que Shigeru Miyamoto, o ‘pai do Mario’ -, foram fundamentais para que tudo o que fosse realizado seria com muita propriedade e o mais fiel possível aos games. E então temos uma das animações de games das mais icônicas já produzidas. Explico um pouco mais os porquês logo abaixo.

Nossos queridos protagonistas.

 Nível de fidelidade impecável. Houve sempre um grande problema na indústria de cinema em tentar entender os jogos e seu público. Nunca havia um consenso geral e no fim o projeto desagradava e muito a todos. Mas parece que essa questão está começando a ‘entrar nos trilhos’, por termos ótimas produções recentes como ‘Detetive Pikachu’, ‘Sonic’ e ‘The last of us’, que são dignas de entrar nesta lista juntamente com este filme. O motivo? Pararam um pouco de tentar ‘reinventar a roda’. ‘Super Mario Bros. -o filme’ é exatamente o que todos queriam ver. Não tem um contexto que esteja equivocado para mais ou para menos. Tudo o que se vê em tela é a mais pura retratação dos games, se tornando para mim a mais fiel adaptação de um game para um longa na história do cinema. Ele é bonito como tem de ser, divertido na medida e nostálgico ao extremo. Não é um produção com algumas referências. É toda uma referência em forma de animação. E está descoberto por Hollywood a receita de sucesso que todo mundo já sabia, mas os executivos, diretores e produção nunca quiseram enxergar (ou se faziam de desentendidos mesmo). E esta película á a maior prova disso.
 Atingindo em cheio públicos distintos. ‘Mario’ hoje é uma marca conhecida globalmente e já tem pesquisas comprovando que já se tornou mais popular que o ‘Mickey’ da Disney. Então como não errar em cativar todos os públicos? Focando em algo versátil em que tanto as crianças de hoje – que jogam os jogos mais modernos dos encanadores bigodudos – quanto os adultos – que são pessoas como eu, que viveram o início desse sucesso – pudessem se identificar e se conectar perfeitamente com a obra. Dito e feito. Toda a narrativa do filme é voltada para uma história simples (como os games são também), mas com um apelo positivo para que todos pudessem sair satisfeitos com o que viram em tela. Em todos os momentos da produção lá estava eu me emocionando (sem chorar rsrs) e relembrando músicas, cenários, personagens e todo o ambiente que existe de fato nos vários jogos já lançados. Soma-se isso ao talentosíssimo ator Jack Black, que faz a voz do ‘Bowser’ no original, e escreve uma inovadora música para o vilão demonstrar suas emoções. Além de ser super hilário, a Nintendo e a Illumination deram liberdade criativa para que o próprio ator escrevesse e cantasse a música. É isso mesmo que você leu – e pode pesquisar sobre. A canção inclusive já foi indicada a pré-concorrente a uma indicação ao Oscar 2024 como ‘Melhor canção original’ (a própria Universal Studios divulgou isso e vai fazer campanha para que entre). É muito sucesso que se fala né?

Toad e Princesa Peach: icônicos.

 Vale demais destacar também a majestosa dublagem brasileira. Que nós temos uma das melhores dublagens do mundo isso ninguém discorda né? Mesmo que você, querido leitor, curta também ver o original, há de se convir que esse trabalho por aqui está cada vez mais de excelência. O sotaque das vozes do ‘Mario’ e do ‘Luigi’, a entonação de voz do ‘Toad’ que lembra e remete demais aos gritinhos dele no jogo, a voz da princesa ‘Peach’ e a robusta e forte voz do ‘Bowser’ são exemplos do quão cuidadosos foram nossos queridos profissionais dessa área. Muito talento e dedicação envolvidos para nos entregar uma experiência ainda mais divertida e imersiva dentro do universo de todos esses personagens. Além do excelente filme, a nossa dublagem ainda nos deu essa enorme alegria. Perfeito!
 Então, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! “Super Mario Bros – o filme” é exatamente o que todos nós esperávamos em relação a uma produção baseada em videogames. O enorme respeito ao público foi o fator-chave para o sucesso do mesmo. É isso. Não há reclamações a fazer. Só elogios. E é sobre isso que a indústria de cinema precisa aprender. Honrar a obra original e seu público cativo. Vale demais o ingresso!

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terça-feira, 11 de abril de 2023

Filmes

JOHN WICK 4 - BABA YAGA (Avaliação 4,5/5 - Excelente!)

 Franquia de filmes com Keanu Reeves chega ao seu quarto episódio em grande estilo. Vamos a análise!
 Um assassino de aluguel perigosíssimo aposentado. Alguém com a brilhante ideia de invadir sua casa, tirar sua paz e ainda por cima matar o seu cachorro. Assim literalmente começa a saga de um dos personagens mais icônicos do cinema pós-moderno. Em um primeiro filme sem grandes pretensões e com uma dinâmica simples até, o longa cai no gosto do público com seu protagonista inusitado e suas intenções nada convencionais de fazer justiça com as próprias mãos. Daí surge do zero (pois o longa não é baseado em nenhum outro tipo de material: livros, hq's, etc) uma das melhores franquias de filmes de ação da atualidade. E que chega em seu quarto capítulo de uma forma ainda mais requintada do que quando começou. Veremos alguns porquês abaixo.

Esse trio é sensacional desde o início da saga.

 História que evolui a cada capítulo. Uma característica forte dessa franquia se dá pelo fato de que a história e a narrativa do personagem vão se tornando mais ricas e mais refinadas a cada novo filme. É incrível ver a evolução não só do seu principal protagonista, mas de todas as camadas da trama em uma escala global, sendo que em cada longa a dimensão do roteiro fica ainda mais abrangente e em volume crescente de conteúdo. A história se aprofunda de tal forma que fica impossível ficar alheio a todo o contexto do drama vivido por 'Wick'. E quanto mais o texto se aprofunda, mais se cria pontes para novas perguntas sem respostas. Afinal, quem são os membros da 'cúpula'? E porque 'John' (Keanu Reeves) é citado neste como 'membro'? Quais as consequências disso para os futuros longas ou derivados (spin-offs)? Esse aprofundamento para mim é um dos melhores pontos dessa saga de filmes. Não é só ação por pura ação. O texto e o contexto tem um reflexo extremamente importante para o andamento da franquia. Magnífico!
 Ação e coreografias de tirar o fôlego. Nada mais divertido e interessante do que ver cenas de ação bem feitas e executadas de forma impecável. O diretor Chad Stahelski, que dirige este longa, é dublê de filmes desse tipo e sabe com precisão o que está fazendo ao longo de todas essas produções. Belas coreografias aliadas e uma fotografia monumental e muito rica, mostrando detalhes belíssimos das locações e cenários do filme, concedendo um toque de ‘cor’ e ‘escuridão’ ao mesmo tempo (as intensas cenas de luta e ação a noite aliadas as monumentais cores dos cenários mostram bem isso), além de um trabalho impecável de montagem e edição que intensamente cria o ambiente que a história quer contar. Soma-se tudo isso ao carisma impagável de Keanu e temos uma receita de sucesso a longo prazo que já dura 4 produções.

A fotografia dessa produção é lindíssima.

 Atuações e elenco refinadíssimos. Ian McShane (Winston), Donnie Yen (Caine), Laurence Fishburne (Bowery King), Bill Skarsgard (Marquês Vincent de Gramont), além de saudosa menção ao ótimo Lance Reddick /in memorian/ (Charom) são alguns dos nomes que aparecem nessa produção cheia de destaques. Porém, além de 'John Wick' (Keanu), outro personagem que se sobressai de forma brilhante nessa lista de estrelas é 'Winston' (Ian McShane). Dono de uma elegância e estilo únicos, o dono do hotel 'Continental' é simplesmente sensacional em suas cenas tanto com o protagonista quanto sem ele por perto. E isso se deve certamente ao talentoso ator que deu vida a este personagem com muita ousadia e perspicácia (eu particularmente amo o personagem dele pela sua atuação e por conta da dublagem perfeita dele aqui em terras tupiniquins). Ponto altíssimo também para este quesito!
 Enfim, vale a pena ver o filme? RECOMENDADÍSSIMO! "John Wick 4: Baba Yaga" tem ação de primeira linha, coreografias incríveis e atuações de primeiro escalão. A saga de filmes que começou altamente despretensiosa acaba por se tornar um dos maiores ‘hits’ de sucesso desse tempo. Para quem tem certo preciosismo em filmes de ação antigos, esse longa é uma tremendo deleite para todos os grandes fãs desse gênero. E a todos que curtem essa premissa também deliciar-se-ão com esta magnífica obra. Vale demais o ingress
o!

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