quinta-feira, 30 de março de 2023

Filmes

SHAZAM - FÚRIA DOS DEUSES (Avaliação 4/5 - Muito Bom!)


 Novo longa da franquia tem boa história e visuais melhores que o primeiro. Vamos a análise!
 A franquia ‘Shazam’ estreou em 2019 nos cinemas e nos trouxe a história do garoto chamado ‘Billy Batson’ (Asher Angel) que foi escolhido por um mago para receber poderes e ser o campeão dessa Terra enfrentando o mal. Derivado dos quadrinhos – onde outrora era conhecido como ‘Capitão Marvel’, sendo posteriormente modificado seu nome por diversas questões -, o personagem é bem recorrente em animações da ‘Liga da Justiça’ e tem grande poder quando transformado e senso de justiça. Temos então uma boa receita para um filme de super-herói que foge ligeiramente do convencional. A maioria dos outros heróis ou já são adultos ou são adolescentes mesmo (como é o caso dos ‘Jovens Titãs’). Nesse aqui a premissa funciona bem no primeiro longa justamente por captar essa dualidade entre ser um herói e ser uma criança ao mesmo tempo. E tanto Asher Angel quanto Zachary Levi (‘Shazam’ transformado) são eficientes em retratar isso em tela. Como esse filme tem uma aura mais leve, ele possui algo mais voltado para família e que de certa forma deu bem certo, na minha opinião, no primeiro projeto. E agora a franquia volta mesclando elementos que funcionaram no primeiro porém aprofundando um pouco mais a mitologia do personagem e gerando um bom enredo para esse segundo. Veremos o porquê abaixo.

Família 'Shazam' transformada.

 Longa foge um pouco de beber da fonte dos quadrinhos. Uma das coisas que chamou atenção nesse é que a narrativa é toda voltada para uma trama com vilões que não existem de fato nos quadrinhos do personagem. Isso é interessante pois o diretor David F. Sandberg teve de usar de alguma criatividade para criar antagonistas que coubessem no universo do protagonista. E, ao meu ver, teve bom êxito nisso. As irmãs do deus ‘Atlas’, ‘Hespera’ (Hellen Mirren), ‘Calypso’ (Lucy Liu) e ‘Anthea’ (Rachel Zegler) estão atrás dos poderes dos deuses roubados pelo mago (Djmon Hounsou) e dados ao pequeno ‘Billy’ (Asher) e querem desestabilizar o herói para tal feito. Particularmente a historia realmente funciona, tem bons momentos de ação, comicidade condizente (e tem bom êxito nos momentos em que acontecem) e situações levemente ‘dramáticas’ que ditam o tom da película. A ideia é de fato bem executada e o conjunto da obra é divertido e bem construído até, com várias dinâmicas que remetem ao primeiro filme para se entrelaçar com a história desse. Ponto positivo.
 Efeitos visuais melhorados em relação ao primeiro filme. Com um orçamento bem maior, o segundo longa pode ter o prazer de trazer mais vida e cor para as telas. Os cenários são bem montados e o dragão que aparece no longa é bem trabalhado em CGI. Inclusive achei interessante até o momento em que ele sempre começa a voar, a sensação de peso dele alçando voo chamou a minha atenção. Detalhes que fazem diferença e tornam a experiência mais interessante. A fotografia capta bons ângulos e a montagem consegue trabalhar muito bem para que não haja pontas soltas no roteiro. Ele é bem contado e bem fechadinho mesmo. Outro ponto positivo.

Hellen Mirren e Lucy Liu: boas adições.

 Elenco retorna e continua muito carismático. Jack Dylan Grazer (Freedy) mais uma vez rouba a cena com seu personagem e sua versatilidade em atuar. O mago (Djmon Hounsou) também recebeu uma boa relevância e o ator pode mostrar mais de si em tela. Mas quem brilha mesmo ao meu ver é Hellen Mirren dessa vez com sua vilã ‘Hespera’. Com um acervo de filmes enorme no currículo e experiência de sobra, a atriz realmente se valida no papel que lhe fora confiado. Lucy Liu também é significativa com sua vilã ‘Calypso’ e tem grande engajamento durante toda a trama. E o conjunto no geral é muito bem entrosado e bem desenvolvido durante toda a produção.
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! “Shazam – Fúria dos Deuses” emplaca como um filme melhor do que seu antecessor em diversos aspectos e cria novamente uma atmosfera leve e divertida de se ver. Filmes de super-heróis nem sempre precisam ser sombrios e cheios de carnificina. Um bom roteiro para assistir com a família também pode ser bem funcional. E este entrega tudo o que ele prometeu desde o início das gravações. Vale muito o ingresso!

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quarta-feira, 15 de março de 2023

Filmes

 CREED 3 (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)


 Michael B. Jordan assume sua primeira produção como diretor e mostra que, além do talento para atuar, sabe dirigir muito bem um filme. Vamos a análise!
 Os dois primeiros filmes dessa franquia contam a história anos depois da morte de 'Apollo Creed' (Carl Weathers) nas mãos de 'Ivan Drago' (Dolph Lundgren) e revelam segredos guardados por muitos anos sobre sobre o ex-campeão falecido. Ele havia deixado esposa e um filho, 'Adonis Creed' (Michael B. Jordan) e nessa reviravolta se desenrolam muitas coisas sobre seu passado que transparecem claramente no presente. Com o primeiro filme sendo dirigido por Ryan Coogler e o segundo por Steven Caple Jr., ambos se focam na trajetória do filho de 'Apollo' para se tornar um grande campeão igual ao pai. Com supervisão e atuação impecáveis de Sylvester Stallone, ambos foram grande sucessos de crítica e público, levando Stallone a receber um 'Globo de Ouro' por sua atuação no primeiro longa. Agora neste terceiro, vemos 'Adonis', já estabelecido no mundo do boxe, vendo fantasmas de outrora aparecem e criarem larga instabilidade em sua carreira e futuro. Instabilidades essas que precisarão ser resolvidas caso ele queira manter sua boa reputação no boxe em dia. E o bem escrito roteiro consegue transpor em tela esse embaraço e tensão pelo qual ele deve passar para acertar suas contas com o passado.

'Adonis' e 'Damian': passado inconsequente.

 Atuações, diversidade cultural e temas pertinentes. Tessa thompson, que interpreta 'Bianca' e Jordan (Adonis) sempre tiveram uma excelente química desde o primeiro longa. Só mantiveram suas boas performances ao longo da franquia. Mas quem se destaca de forma peculiar é Jonathan Majors, com seu personagem 'Damian' que, além de fomentar toda a trama, brilha em vários momentos com atuações sólidas e verossímeis, de alguém que quis abraçar o sucesso e foi atormentado pela vida de forma cruel e com poucas chances de esperança para o futuro. Um tema muito recorrente em jovens de classe baixa não só nos Estados Unidos mas aqui no Brasil e em outras partes do mundo. Muitos tem sonhos que são interrompidos abruptamente por situações indesejadas. No caso de 'Damian', a vida o deixou amargo e em caminhos estranhamente tortuosos a se traçar. E Majors consegue transpor toda essa dinâmica de seu personagem em tela com talento e muita perspicácia. Outra parte interessante é sobre a filha do casal 'Adonis', que tem problemas na fala e isso cria uma comunicação muito mais singela, conexa e sensorial para quem assiste, convertendo esses momentos em emoção e doçura para os espectadores.

Família 'Adonis'.

 Combates inovadores e bem elaborados. As cenas de luta - que são a marca deste esporte - são extremamente bem feitas e super bem coreografadas. Jordan passa confiança como diretor e assume esse papel com maestria e bom siso, dando uma estética 'nova' e bastante peculiar as lutas - algumas até parecendo extraídas de animes -, gerando bons momentos de ação e com fotografia muito bem ajustada para captar todos esses movimentos. Em um dada ocasião do filme onde as pessoas do estádio somem e só ficam 'Adonis' e 'Damian' no ringue, tem um peso muito forte sobre o quão pessoal aquela luta seria para ambos. E o enquadramento dessa cena é dinâmico e genial ao mesmo tempo, só fortalecendo a dramaticidade dos eventos que se sucederam antes de chegar a esta situação. Ponto muito positivo esse também.
 Enfim vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO? "Creed III" tem o tempero dos dois primeiros filmes sob novo olhar e direção e tanto olha para o passado  quanto aponta para o futuro com dignidade e talento. Embora eu ache alguns elementos desse filme um tanto quanto repetitivos e saturados (como é o caso das cenas de treinamento e a luta final serem mais do mesmo), a produção se sustenta como uma boa opção para quem gosta de filmes do gênero. Porém se findar com essa trilogia fecha magistralmente a saga de 'Adonis'. E Jonathan Majors é puro carisma e excelente destaque nesse. Vale muito o ingresso!

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