sexta-feira, 21 de maio de 2021

Bíblia

RFLEXÃO BÍBLICA

 "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te'' Apocalipse 3.19
 Muito se fala hoje em dia sobre o amor. E muito se questiona sobre as formas de amar. Só que na reflexão de hoje perceberemos que o verdadeiro amor traz correção e vida. Quando corretamente nos posicionamos a corrigir rotas, estamos de fato crendo no amor. E é exatamente isso que o próprio Cristo está dizendo no texto em apreço. Quando Ele diretamente nos repreende ou usa alguém, de forma sábia, para nos repreender (digo sábia porque 'repreensão' sem conhecimento de causa, simplesmente por 'achismo', não é repreensão, é julgamento), e entendemos que estamos sendo corrigidos, percebemos o quanto Deus nos ama. Parece meio paradoxo não é mesmo? Mas entenda: aquele a quem Deus tenta corrigir e não aceita, ou mesmo aquele que sequer Deus corrige mais estão fadados ao fracasso. Sabe por quê? Se o Pai sempre encontra resistência ou já não chama mais a atenção, é bem provável que Ele mesmo já os deixou. E não existe coisa mais tenebrosa, ao meu ver, do que o Senhor não palestrar mais com o ser humano, por Deus estar vendo que o homem não vai mais O escutar. Ei querido, tenha um coração sensível a voz do Senhor em sua vida. Todas as orientações que vem do Céu, principalmente as correções de rotas, são para que você não se perca no meio do caminho. Quanto mais se endurece o coração, mais distante ficamos de Deus e de Sua voz. E mais distantes ainda ficamos da Sua misericórdia. Pense nisso. Mas pense muito seriamente mesmo, pois como o texto nos faz entender, o amor corrige. E se Ele o faz, é porque Ele te ama. Apenas 'sê, pois, zeloso e arrepende-te'. E a canção que complementa nossa mensagem de hoje é a lindíssima "Rafaela Pinho - Deus perdoa". Medite nesse texto e na letra dessa maravilhosa canção e seja abençoado em nome de Jesus!


segunda-feira, 10 de maio de 2021

Filmes

 JUDAS E O MESSIAS NEGRO (Avaliação 4/5 - Muito Bom!)

 Luta por direitos humanos e preconceito racial é o principal tema desta obra cinematográfica. Vamos a análise! ^^
 O ano é 1968. Um tempo de incertezas e injustiças que ficaram na memória de muitas pessoas. Nesse ano se levanta um homem de coragem, Fred Hampton e funda o Partido dos Panteras Negras. Uma resposta a sociedade americana da época, extremamente elitista, partidária e racista. A criação do grupo intenta fortalecer a comunidade negra dos EUA, mais precisamente do Estado de Illinois. Um movimento que lutava para que um mundo mais justo e mais igualitário fosse definitivamente estabelecido. O movimento começa a ganhar forma e força. E com isso, começa a trazer a desconfiança das autoridades (o FBI era formado somente por pessoas de pele branca naquele período). Até o momento que na luta por justiça e igualdade social, o próprio FBI usa um camarada negro para se infiltrar no Partido e colher informações. O desfecho é parte que muitos livros de História preferem fazer questão de esconder.

Daniel Kaluuya: Grande atuação!

 Fred Hampton, o homem por trás dessa empreitada, era jovem mas tinha um ideal muito bem definido em sua mente e seu coração: combater a tentativa de reprimir pessoas que, por conta de sua cor de pele, não tinham os mesmos direitos que outras. Ele se tornou uma ativista de respeito em seu tempo, por sua forma convicta e seus projetos bem fundamentados. Ajudava crianças de seu povo todos os dias com alimentação e ensino. Tinha visão plena de igualdade. Muito bem interpretado por Daniel Kaluuya, o ator consegue transmitir com maestria e perfeição toda a coragem e bom siso desse que só queria, de certa forma, uma sociedade melhor. Kaluuya simplesmente brilha em todo o tempo da projeção retratando parte também de sua história, porque não assim dizer (Hollywood também era muito preconceituoso com atores negros e houve por muitos anos uma enorme segregação por parte da indústria do cinema com isso) e demonstra claramente a sua competência em atuar e o motivo pelo qual ele merecidamente levou o Oscar 2021 como ‘Melhor ator coadjuvante’ nesse filme. Com alguns bons trabalhos no currículo, como ‘Corra’ (2017) e ‘Pantera Negra’ (2018), a consagração finalmente veio em 2021 com esta performance. Parabéns!
 Lakeith Stanfield também protagoniza outro importantíssimo contraponto dessa história. Ele interpreta Bill O’Neil, um jovem de 18 anos que, preso a época por ser um ladrão de carros, teve seu direito a liberdade com uma intrigante e incômoda condição: se infiltrar no Partido dos Panteras Negras e levar informações ao FBI sobre tudo o que se passava ali. Foi o grande pivô da covardia que deu fim (temporário, talvez) a justa luta de tantos que ali criam em prol de um povo tão sofrido e perseguido naquele tempo. Somente muitos anos depois foi descoberto seu envolvimento nos acontecimentos que se sucederam e através de um entrevista que dera no ano de 1989, ele conta com mais detalhes sobre o ocorrido naquele tempo e como tudo atingiu o doloroso desfecho. Aqui também o ator brilha com uma sólida interpretação de algoz e traidor de seu próprio povo. Consegue reproduzir cenas grandiosas tanto de alívio cômico (mesmo em meio aquela tensa situação) quanto momentos de confrontamento pessoal quando precisa executar o plano do FBI pra se manter em liberdade. Magnífico!

Bill (Lakeith Stanfield): traidor.

 A estética do longa reproduz de forma fidedigna todo o contexto da década de 60 com muita propriedade. A fotografia se encarrega de enaltecer os figurinos e toda ambientação e tensão dessa narrativa sem perder o foco do que realmente era o mais relevante: a dramatização de um evento histórico que contribuiu muito para que pudéssemos chegar ao que temos em nossa sociedade hoje. Talvez ainda não seja o ideal. Mas certamente trouxe uma pequena luz a um mundo que ainda é tão injusto e tão desigual.
 Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! Indicado também na categoria de ‘Melhor filme’ do Oscar 2021, “Judas e o Messias Negro” reproduz um cenário que se repete por muitas gerações: a de que somente com lutas conseguiremos corrigir ou, ao menos, minimizar tantas situações extremamente desproporcionais que vivemos. Prova que a batalha diária pela vida e pela igualdade é um terreno áspero que temos de fato que trilhar. Se interessa a você, querido leitor, conhecer um pouco mais da História que alguns livros não te contam, esse filme certamente vai te interessar. Vale muito o ingresso!