SCOOBY! O FILME (Avaliação 3,5/5 - Muito bom!)
Apesar de sua narrativa ser, em alguns momentos, inconsistente, Scooby! diverte e traz consigo uma carga de nostalgia muito boa. Vamos a análise!
A matriz do Scooby-Doo originou-se ainda na década de 60 do século passado, mais precisamente em 1969, quando Willian Hanna e Joseph Barbera apresentaram ao grande público pelo canal CBS a época a ‘Mistery machine’ e seus fiéis investigadores, incluindo Fred, Daphne, Velma, Salsicha e Scooby-Doo, um cachorro falante, carismático e medroso que, junto com seus outros amigos, enfrentam os perigos de investigações sobrenaturais. Tamanho sucesso fez com que a franquia expandisse ainda mais e se mantivesse viva na mente dos espectadores até o dia de hoje. Trouxe consigo o charme e o carisma que os desenhos de Hanna-Barbera tem. E essa atualização mistura um pouco de tecnologia com um pedaço da essência dos desenhos que tanto curtimos e gostamos na infância. Mas será que deu certo a ideia? É o que veremos mais adiante.
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Salsicha e Scooby minis! <3 |
A começar pelo roteiro, ele produz nostalgia em inúmeros diálogos, em inúmeras cenas onde o pastelão domina, porém peca em não oferecer o frescor do novo com tanta qualidade. Há sim, ótimos momentos em que tudo se remete ao desenho nostálgico, porém alguns elementos pós modernos, algumas escolhas narrativas não fizeram tanto sentido e podem deixar os mais puristas um tanto quanto frustrados, vamos assim dizer, pois há outros personagens do universo Hanna-Barbera que aparecem em momentos especiais que explodem com o fator nostálgico, mas, narrativamente falando, não combinam muito bem com a estética dos epísódios paranormais de Scooby-Doo. Isso estraga de todo o longa? Não. Até porque o fator surpresa foi muito relevante para mim, por exemplo, que não sabia da aparição de alguns personagens nesse sentido. E nesse caso da narrativa em específico, mesmo com roteiro vacilante, a nostalgia é predominante e tudo fica meio que na ‘balança’, por assim dizer.
Falando em qualidade de animação, a estética usada para a recriação dos personagens é bem produzida e muito bonita. Há uma sutil atualização nos traços porém não há descaracterização discrepante dos personagens nem de suas personalidades, inclusive em suas versões infantis. O que me traz um certo alívio. Algumas atualizações de desenhos antigos para os dias de hoje beiram o bizarro, apesar de entender que o público não é o mesmo daquela época. Mas mesmo assim, desfacelar por completo a obra original com roteiros pífios e rostos tortos é uma verdadeira afronta ao bom senso e até aos novos espectadores. Que bom que escolheram apenas suavizar os rostos e transpor para o CGI algo mais fidedigno, com direito a cenários multicoloridos, vivos e bem orientados. Tem nesse acerto algo positivo.
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Equipe reunida! ;) |
A dublagem nacional – e eu não posso deixar de falar sobre ela – mais uma vez nos concede um show a parte. A territorialização dos diálogos, das piadas, das referências e das interações são mais um ponto a favor nesse. O dublador do Salsicha criança tentando reproduzir o sotaque típico dele adulto. O Scooby e o próprio Salsicha já adultos com suas vozes bem parecidas com as originais (mesmo já não sendo mais os dubladores antigos, temos por exemplo o talentoso Guilherme Briggs na voz do Scooby). Tudo isso só favorece ainda mais o árduo trabalho de dubagem que, com muito carinho, se esforça para nos presentear e entregar algo de qualidade da qual o público tanto espera e merece.
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO RECOMENDADO! Apesar do tropeço da narrativa e do roteiro, “Scooby! O filme” produz altíssima nostalgia do início ao fim. Os easter-eggs, as diversas participações surpresa e referências são o ponto alto da animação, que tende sim a divertir tanto crianças (que estão conhecendo os personagens agora) quanto adultos (que já são bem familiarizados com a equipe). Vale a recomendação, a pipoca e a diversão. Vale sim o ingresso! ;)