![]() |
Poster muito bacana! ;) |
Desde o fim de “Toy Story 3” não se esperava que, com um final tão coeso como aquele, pudesse haver espaço para novas continuações. Mas a Disney sempre nos surpreende e diz que ‘sim, temos mais para mostrar’. E o que é retratado nesse vai além dos limites dos brinquedos. Mexe ainda mais com sentimentos e com a alma.
“Toy Story 4” é tudo sobre como lidar
com as mudanças, com as perdas e com a vida de uma maneira geral. É uma rica
metáfora sobre a transformação constante da nossa estrutura, dos laços que nos
unem e das pessoas que se vão. Não somente visto pela ótica dos humanos, mas principalmente
dos brinquedos, estes vão mostrar o quão real são as relações interpessoais e o
quanto elas nos afetam, tanto para o bem quanto para o mal. Nesse quesito o
filme se torna rico e muito profundo. As situações que Woody e cia passam
refletem exatamente como nós humanos somos vistos pela perspectiva de um
brinquedo. Encontros, desencontros, indiferença, zelo, apego, frustrações, o valor de ser
amigo. Tudo inserido no roteiro de forma brilhante e muito bem trabalhada. Há
uma intrínseca identificação de cada personagem, cada personalidade. Cada
boneco expressa sua história de forma complexa – uns mais, outros menos –,
eivado de sentimentos e dores e isso cria uma atmosfera toda especial para a
animação. Pois a torna muito além de um simples desenho. Constrói uma fonte
literária visual digna de ser analisada e revisitada, pois se percebe que quem
escreveu teve todo esse zelo e cuidado em talvez expressar em tela o que
possivelmente ele/ela pode ter vivido de fato. A Disney/Pixar tem um acerto
enorme quando o assunto é roteiro. Grande parte de seus filmes são ‘joias
preciosas’ nesse quesito. E fazem isso realmente com muito louvor.
![]() |
Apresentando 'Garfinho'! :P |
Os principais destaques desse filme –
que são muitos diga-se de passagem – passam pelo crivo de sua importância na
trama. Woody certamente é um desses. Construindo de forma ainda mais acentuada
a relação criança/brinquedo, e tudo o que envolve em relação a importância
disso para o desenvolvimento dos pequenos – uma vez que agora sua ‘dona’ é a
Bonnie – Woody celebra a chegada do novo amigo ‘Garfinho’. Dada a importância e
a relevância desse novo ‘amigo’ para sua dona, Woody tem a nobre missão de
mantê-lo em segurança para que a menina possa se desenvolver e desfrutar do ‘brinquedo’
em paz. E isso tem um peso
extraordinário no decorrer da história, demonstrando principalmente que certas
afinidades não estão em coisas caras. Por vezes é o que chamamos de ‘simples’ é
que se torna mais relevante. E essas relações sobre valores – principalmente os
sentimentais – são muito bem construídas ao longo da película. Outro personagem
de destaque é o próprio ‘Garfinho’, que não se via tão significativo quanto ele
realmente era. E nos retrata mais uma vez a importância do ser. Posso falhar
talvez em não descrever todos, mas ‘Gabby Gabby’, ‘Duke Kaboom’ e a ‘Betty’ –
até então sumida e com um ótimo arco nesse – são outros para se atentar também. Agora, crave
seus olhos no Coelhinho e no Patinho de pelúcia. Eles são loucamente hilários e são
donos ao meu ver de uma das melhores e mais surreais sequências do filme (ainda
gargalho muito só de lembrar rsrs).
![]() |
Qualidade da animação impressiona! ;) |
O longa também transpõe toda a qualidade
tecnológica das animações nos dias de hoje e produz momentos e cenas realmente
incríveis e cada vez mais impressionantes. A captação de momentos extremamente
verossímeis com a nossa realidade nos fornece um deslumbre visual chamativo e
cativante. Os pelos de um gato que aparece no longa e alguns ‘takes’
específicos somam positivamente com essa informação e corroboram fortemente com essa minha
afirmação. ^^
O recurso de 3D dessa vez colabora de
forma muito interessante para o andamento da película. As cenas iniciais
demonstram cuidado e maior zelo na construção do efeito. É deveras notável a
profundidade e as camadas são bem postas no efeito. Recomendo de verdade o uso
da tecnologia para quem de fato curte – assim como eu (rsrs). Vale o investimento
a mais para este. ;)
Enfim, vale a pena ver o filme? MUITO
RECOMENDADO! “Toy Story 4” é a prova real do que um bom roteiro pode fazer. Um
filme emocional, com ares nostálgicos e que te traz o gosto do que é/foi ser
criança – na sua simplicidade e pureza – misturado com os dissabores e anseios
da vida adulta metaforicamente retratados através dos brinquedos. Um contexto
riquíssimo e que dialoga muito bem com todas as idades, sem exceção nenhuma.
Vale demais o ingresso! ;D